Matéria extraída do Blog Visibilidade indígena.
Por:
Cinco
escritoras indígenas contemporâneas que você precisa conhecer!
O foco em autoras contemporâneas é importante para evitar uma
ideia estereotipada da cultura indígena. Importa saber o que se faz hoje, que
autores podemos ler hoje. Talvez a lista não seja perfeita nem honre todas as
escritoras que merecem esse espaço. E claro que não honra os tantos autores
homens, mas essa matéria se foca em discutir arte feita por
mulheres.
Eliane Potiguara
Crédito: Silvia Villalva
Eliane Potiguara é professora e escritora indígena brasileira, de origem
potiguara. Trabalha com diversos projetos que envolvem propriedade intelectual
indígena, como o Instituto Indígena de Propriedade Intelectual e a da Rede de
Escritores Indígenas na Internet, além de fazer parte da Rede Grumin de
Mulheres Indígenas. Foi uma das 52 brasileiras indicadas para o projeto
internacional “Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”.No seu website
oficial, a autora divulga sua literatura, em conjunto de um blog como parte de
seu trabalho na rede GRUMIN de Mulheres Indígenas, da qual é fundadora e
coordenadora.
Um de seus
livro, Metade Cara, Metade Máscara (2014) fala de amor, de
relações humanas, paz, identidade, histórias de vida, mulher, ancestralidade e
famílias. É uma mensagem para o mundo, uma vez que descreve valores contidos
pelo poder dominante e, quando resgatados, submergem o selvagem, a força
espiritual, a intuição, o grande espírito, o ancestral, o velho, a velha, o
mais profundo sentimento de reencontro de cada um consigo mesmo, reacendendo e
fortalecendo o eu de cada um, contra uma auto-estima imposta pelo consumismo,
imediatismo e exclusões social e racial ao longo dos séculos.
Lia Minapoty
Lia Minapoty é brasileira, maraguá, palestrante e atuante dentro da causa
indígena. É autora de “Com a noite veio o sono”, publicado pela
Leya. O livro trata do modo de pensar que os maraguás têm a respeito da noite.
O livro trata de temas maraguás, informações relevantes à diversidade cultural
do país, como por exemplo, a luta de reconhecimento e demarcação de terras
indígenas. Dentro disso, o livro apresenta ilustrações de Maurício Negro.
Lia tem um blog sem posts desde 2011,
mas que mostra muito de sua arte até aquele momento, além de textos sobre a
cultura indígena e sobre sua carreira.
Janet Campbell
Hal
Janet Campbell
Hale é uma escritora nativo-americana. O pai da
autora era totalmente Coeur d’Alene, enquanto sua mãe era parte Kootenay e
irlandesa. Por isso, o trabalho da autora em geral explora questões da
identidade nativo-americana, ainda com questões como pobreza, abuso e a
condição da mulher na sociedade. Escreveu Bloodlines: Odyssey of a
Native Daughter, que é em parte biográfico, mas em parte uma discussão da
experiência nativo-americana; The Owl’s Song,The Jailing of Cecilia Capture e
Women on the Run.
Graça Graúna
Crédito: Íris Cruz
Graça Graúna é
descendente de potiguaras e se formou em Letras pela Universidade Federal de
Pernambuco. Também fez um mestrado sobre mitos indígenas na literatura infantil
e se doutorou em literatura indígena contemporânea no Brasil. É autora de Canto
Mestizo (Ed. Blocos, 1999), Tessituras da Terra (Edições M.E, 2001) e Tear da
Palavra, de 2007. Escreveu obras infanto-juvenis como Criaturas de Ñanderu (Ed.
Manole, 2010).
Marisol Ceh Moo
Marisol Ceh Moo é mexicana, escreveu X-Teya, u puksi’ik’al ko’olel (Teya, un
corazón de mujer), que foi o primeiro romance escrito em idioma maia. O livro
foi publicado numa edição bilíngue pela Dirección General de Culturas Populares
(México), com a versão em maia e em castelhano. Em entrevistas, a autora
explica que as publicações em língua maia só haviam trazido narrativas
curtidas, como o conto, o poema, o mito e as lendas. Marsiol Ceh Moo queria
mais liberdade com os personagens, tempos verbais e contextos e, para isso,
sentiu necessidade de uma narrativa mais longa.Teya, un corazón de mujer é o
primeiro romance escrito por uma mulher em um dos idiomas indígenas do México e
narra o assassinato de um militante comunista em Yucatán (México). A autora
recebeu por essa narrativa o reconhecido Premio Nezahualcóyotl de Literatura en
Lenguas Mexicanas.
Um comentário:
Para mim e uma honra ver meu nome incluído nessa matéria sobre visibilidade indígena na literatura. (GGrauna)
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