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Direito Autoral
Desrespeitar os direitos autorais é crime previsto na Lei 9610/98.
25 fevereiro 2009
Poema das horas
...trancou a porta da casa e supôs
que desse jeito estaria bem melhor.
Também jurou de pés juntos
que jamais dividiria
o sal e o pão.
Trancou a sete chaves o coração
desconstruiu cada minuto de espera
mas de nada adiantou:
a dor foi mais forte
a solidão foi mais longe, estrondou...
e o eco se fez ave de muitos voos.
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 25.fev.2009
Uma explicação necessária: a minha amiga CD (Compulsão Diária) - que eu chamo de Criatura Divina - compôs um Meme – um dos mais inquietantes que já li. Para atender o seu chamado, revisitei um poema (Eco – ave de tantos vôos) do meu amigo Lucio Ferreira – poeta pernambucano. Do livro dele (Estas coisas cá de dentro, Recife, Edições Bagaço, 2004, p.74-75) extrai o seguintes versos.
...“Tudo ficou contado.
O eco tem muitos cantos
é ave de muitos vôos”.
A partir dos versos de Lúcio, burilei o meu "Poema das horas".
10 fevereiro 2009
Pra não dizer que não falei de Pasárgada
Vou-me embora,
vou-me embora...
pro lugar que eu sonhei
lá, tenho o homem que eu quero
pela vida viverei
Vou-me embora, vou-me embora...
aqui, eu não sou feliz.
Lá, um xamã é meu guia
e tenho o homem que quero
na rede que escolherei
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 10. fev. 2009
05 fevereiro 2009
Verve da re-leitura em JG Neres
Recebi do poeta JG Neres (Grupo Palavreiros) uma homenagem. Trata-se da re-leitura que ele fez do meu livro Canto Mestizo (Blocos Editora). Fazer re-leitura não é uma tarefa fácil; pois é preciso ter verve para esse tipo de diálogo e o Neres fez com mestria. Obrigada, poetamigo. Bjos, Graça Graúna.
Canto Mestizo
à Graça Graúna
Canto de cigarra
na árvore do mundo
tear do tempooculta Lorca
e as doze pedras
labirintos
II
minha aldeia
escrita ferida
voz desnuda
sem ninho
o homem se fez:
criatura avessa ao tempo
flagelo-fome-novela
no pó, poesia
sagrado vôo dos peixesnossa imagem de mistérios
semente
parto da terra
deserto de cidades
o destino
pavimenta
aldeia-meninas-cores-filhos
choro
versos
de restos mortais
sudário de pôr de sol
canto mestizo
de anjos e pássaros
deuses extintos
03 fevereiro 2009
Mais um selo: Blog Maneiro
Agradeço à Angela Ursa (do blog Ursasentada), pela indicação do blog Graça Graúna. Vou indicar 10 blogs para participarem também. Mas fiquem à vontade para aceitarem ou não o convite. As regras:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro”.
2- Poste o link do blog que te indicou... Angela
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para <olhaquemaneiro@gmail.com> juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.8- Só vale se todas as regras acima forem seguidas.
Minha sugestão é a seguinte:
1 – Agnes Pires
2 – Concursos de projeto
3 - Hideraldo Montenegro
4 – Indiosonline
5 – Madalena Barranco
6 - Manumayah
7 – Povo Potiguara
8 – Reporterfree
9 - Reporter mãe
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro”.
2- Poste o link do blog que te indicou... Angela
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para <olhaquemaneiro@gmail.com> juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.8- Só vale se todas as regras acima forem seguidas.
Minha sugestão é a seguinte:
1 – Agnes Pires
2 – Concursos de projeto
3 - Hideraldo Montenegro
4 – Indiosonline
5 – Madalena Barranco
6 - Manumayah
7 – Povo Potiguara
8 – Reporterfree
9 - Reporter mãe
10 - Samuca
01 fevereiro 2009
Geografia do poema
Escrevi este poema em 2001, pensando nas guerras urbanas e na violência contra os indígenas; lastimo as guerras entre nações e “os mortos de Palestina [que] são também nossos mortos” como sugere o poeta-irmão del mundo Mario Ramón Mendonza. Assim ofereço “Geografia do poema” pela paz de Gaza e do mundo. Paz em Nhande Rú (Nosso Pai, em guarani), Graça Graúna.
GEOGRAFIA DO POEMA
I
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema.
Um corpo virou cinzas
um sonho foi desfeito
e mil povos proclamaram:
- Não à violência!
A terra está sentida
de tanto sofrimento.
II
Na geografia do poema voam balas
passam na TV os seres nus
o pátio aglomerado
o chão vermelho
onde a regra do jogo
da velha é sentença
marcada na réstia
do sol quadrado.
III
Pelas ruas
a tristeza dos tempos
a impossibilidade do abraço.
Crianças
nos corredores da morte
nos becos da fome
consomem a miséria
matéria prima da sua sobrevivência.
IV
Nos quarteirões
dobrando a esquina
homens e mulheres
idôneos, cansados
a lastimar o destino
de esmolar o direito
dos tempos madrugados.
V
Se o medo se espalha
virá o silêncio
o espectro das horas
e as cores sombrias.
Se o medo se espalha
amargo será sempre o poema
VI
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema
um sonho foi desfeito
mil povos pratearam.
A terra está sentida de tanto sofrimento.
Mas...
VII
Haverá manhã
e o sol cobrirá
com os seus raios de luz
a rosa dos ventos
Graça Graúna. Tessituras da Terra. Belo Horizonte. M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 46-49.
GEOGRAFIA DO POEMA
I
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema.
Um corpo virou cinzas
um sonho foi desfeito
e mil povos proclamaram:
- Não à violência!
A terra está sentida
de tanto sofrimento.
II
Na geografia do poema voam balas
passam na TV os seres nus
o pátio aglomerado
o chão vermelho
onde a regra do jogo
da velha é sentença
marcada na réstia
do sol quadrado.
III
Pelas ruas
a tristeza dos tempos
a impossibilidade do abraço.
Crianças
nos corredores da morte
nos becos da fome
consomem a miséria
matéria prima da sua sobrevivência.
IV
Nos quarteirões
dobrando a esquina
homens e mulheres
idôneos, cansados
a lastimar o destino
de esmolar o direito
dos tempos madrugados.
V
Se o medo se espalha
virá o silêncio
o espectro das horas
e as cores sombrias.
Se o medo se espalha
amargo será sempre o poema
VI
O dia deu em chuvoso
na geografia do poema
um sonho foi desfeito
mil povos pratearam.
A terra está sentida de tanto sofrimento.
Mas...
VII
Haverá manhã
e o sol cobrirá
com os seus raios de luz
a rosa dos ventos
Graça Graúna. Tessituras da Terra. Belo Horizonte. M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 46-49.
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