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“A valiosa obra de Graça Graúna se
insere nesta essência ética por, pelo menos, duas razões fundamentais.
Primeiro, o enfoque analítico é a literatura/ cultura ameríndia brasileira e
segundo, implícito neste processo descolonizador, a contribuição para a
constituição de um corpus crítico crescente sobre esta literatura/cultura num país
onde os indígenas constituem a margem interior da diferença cultural.
[...]
O trabalho de Graça Graúna como
escritora e crítica literária, portanto, abre uma zona de contato em que a oralidade
e a escrita indígena brasileira constituem um hífen enquanto fissura e fusão –
uma différance – que suplementa e subverte o discurso monocultural do
cânone crítico-literário. Desta forma, contribui para a construção de uma encruzilhada
crítica e literária brasileira caracterizada por uma verdadeira pluralidade cultural,
identitária e étnico-racial.”