Direito Autoral

Desrespeitar os direitos autorais é crime previsto na Lei 9610/98.

28 abril 2012

Marcos Terena: alô parentes, amigos e guerreiros!


Imagem extraída do Google.


"Com a decisão unânime do STF (Supremo Tribunal Federal) de validar as cotas raciais nas universidades, o movimento negro quer se preparar para cobrar das instituições de ensino superior a implantação das reservas de vagas."

Pergunta dessa 6ª feira:

Essa decisão do STJ é apenas para os negros?

Será que não é hora de reivindicar, exigir uma Universidade Autonoma dos Povos Indígenas?

Cadê os Professores do Terceiro Grau Indigena e Diretores das Escolas Indígenas?

Cadê o Coordenador de Educação Indígena do MEC, da FUNAI?

A seguinte notícia da Folha.com (www.folha.com.br) foi enviada para você.

Clique no link abaixo para ler o texto completo:
Movimento negro considera positiva decisão do STF sobre cotas

http://www1.folha.uol.com.br/saber/1082219-movimento-negro-considera-positiva-decisao-do-stf-sobre-cotas.shtml

Folha.com

http://www.folha.com.br/

M. MarcosTerena
KARI-OCA 2 - RIO+20
http://twitter.com/marcosterena
http://facebook.com/marcosterena
http://www.youtube.com/marcosterena

26 abril 2012

ABL abre seu Seminário Brasil, brasis de 2012 com o tema "O índio no Brasil contemporâneo"


Notícias

         
A Academia Brasileira de Letras abriu sua série de Seminários Brasil, brasis de 2012 com o tema O índio no Brasil contemporâneo, propondo debater a autonomia indígena numa sociedade em transformação. A coordenação foi do Acadêmico Domício Proença Filho, Primeiro-Secretário da ABL. Os palestrantes foram os professores Graça Graúna, de origem potiguara, e José Ribamar Bessa Freire. O evento aconteceu no dia 26 de abril, quinta-feira, às 17:30h, no Teatro R. Magalhães Jr., 280 lugares, na sede da  ABL, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro.
O debate envolveu acadêmicos, os professores convidados e personalidades ligadas ao tema. A proposta foi responder a questões como a história e a cultura indígenas no país; o que significa ser razoavelmente integrado, tratando-se do índio; a literatura indígena contemporânea; quantos e atualmente e quem são os índios brasileiros; o trabalho da Funai; e outros assuntos relacionados.
O Seminário Brasil, brasis, com entrada franca e transmissão ao vivo pelo Portal da ABL, tem patrocínio do Bradesco.
Saiba mais
Graça Graúna é escritora, educadora com graduação, bacharelado, especialização, mestrado e doutorado em Letras, pela Universidade Federal de Pernambuco. Fez pós-doutorado na Umesp, em Literatura, Educação e Direitos indígenas. Também é professora adjunta concursada da Universidade de Pernambuco. Entre os livros que publicou estão Direitos humanos em movimento (organizadora); Criaturas de Nanderu (narrativa infantojuvenil); e os livros de poemas Tear da palavra; Tecituras da terra; e Canto mestiço. Participa ainda de antologias poéticas no Brasil e no exterior.


Professor normalista pelo Instituto de Educação do Amazonas, José Ribamar Bessa Freire é graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez especialização em Sociologie du Développement pelo IRFED, França, onde cursou também doutorado em História na Sociologie du Développement. Obteve o título de doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é professor de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio), onde orienta pesquisas de doutorado e mestrado, e da Faculdade de Educação da UERJ, onde coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas. Escreveu e organizou uma série de livros, entre os quais: Rio Babel – A história das línguas amazônicas; Línguas gerais – Política linguística e catequese na América do Sul no período colonial; e A Amazônia no período colonial; além de capítulos de livros e artigos em revistas especializadas no Brasil e no exterior.

Veja também:
Perfil da ABL no Twitter
Comente o evento no Orkut
Curta no Facebook

Fonte: Assessiria da ABL

25 abril 2012

MEC irá dobrar o número de territórios educacionais para indígenas


Imagem extraída do Google

 20 de abril de 2012
Por: Vinicius Lucas
O Brasil tem avançado de forma significativa para definir uma nova divisão territorial educacional para as nações indígenas. Até 2013, o Ministério da Educação deve dobrar o número de territórios etnoeducacionais no País que, atualmente, somam 21.  Essa divisão territorial é importante para definir ações e políticas de educação escolar específicas para os diferentes povos.
Os territórios indígenas não seguem a lógica espacial e administrativa do Brasil, ou seja, ultrapassam muitas vezes os limites de municípios e estados. O território etnoeducacional é um espaço de planejamento e de gestão dos programas e das ações do governo voltados para os índios.
“Existem povos que estão localizados em dois, três e até sete estados. Ou seja, são sete estados com políticas diferentes para a educação indígena. Com o território, pensa-se e articula-se uma política única para cada povo”, explica Gersem Baniwa, coordenador geral de educação escolar indígena do MEC.
O território etnoeducacional do Rio Negro, no Amazonas, por exemplo, reúne 23 povos. Mas existem territórios com apenas uma etnia, como os xavantes, que são numerosos e estão espalhados em 14 municípios.
“Com essa nova forma de gestão escolar indígena, haverá condições de planejamento e de elevar a qualidade de um ensino que tem suas especificidades”, diz Gersem.
Na próxima quinta-feira, 26, especialistas em educação escolar indígena reúnem-se no Conselho Nacional de Educação (CNE) para definir diretrizes para a educação básica e a formação de professores indígenas.
“Além das diretrizes nacionais que serão definidas, os territórios vão complementar o currículo com as particularidades a serem ensinadas aos diferentes povos”, esclarece o coordenador. Segundo ele, é necessário avançar principalmente em orientações para a educação infantil e o ensino médio. Entre as prioridades está a universalização do primeiro ciclo da educação básica e a formação de professores.
Hoje há 105,7 mil alunos indígenas matriculados em turmas do primeiro ao quinto ano (51,7%) e quatro mil indígenas em cursos de licenciatura intercultural em 20 instituições públicas.
A graduação de licenciatura para indígenas é recente no Brasil. As primeiras turmas são de 2006. “Hoje temos 600 professores indígenas formados em licenciatura no ensino médio”, ressalta Gersem.
Apesar dos desafios, o coordenador afirma que os primeiros e mais difíceis passos já foram dados. “Temos 52% de alunos indígenas utilizando material específico. É uma grande conquista para a população indígena, num Brasil onde se falam 180 línguas. Não é nada fácil produzir material didático bilíngue indígena e de qualidade”, afirma.
Povos
A definição dos territórios e de uma política educacional diferenciada para os indígenas é uma forma de resgate da própria história do Brasil. “Não existem os indígenas do Brasil, mas o povo caiapó, o povo craô, o povo xavante. Com o trabalho nas escolas, novas abordagens históricas nos livros didáticos, a gente nota que o preconceito quanto aos povos indígenas é menor”, comenta o representante do ministério.
Esse reconhecimento dos povos indígenas como integrantes da identidade nacional também se traduz em números. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em duas décadas aumentou o número de brasileiros que se declaram indígenas – em 1991, pelo menos uma pessoa se dizia indígena em 34,5% dos municípios, e em 2010, eles já estavam presentes em 80,5% das cidades brasileiras.
Fonte:
Ministério da Educação

Carta de Bertioga


Fórum Social Indígena – RIO+20

Fórum de  Bertioga. Imagem extraída do Google

CARTA DE BERTIOGA

Nós Povos Indígenas reunidos em Bertioga durante o Fórum Social Indígena – RIO+20, com base nos nossos conhecimentos tradicionais, nossa cultura e nossa espiritualidade declaramos:
Nunca devemos esquecer os espíritos de nossos antepassados e nosso Amor a Mãe Terra. Não devemos abandonar os ensinamentos  dos mais velhos e as formas tradicionais de ensinar e aprender.
No início do inverno durante o mês de Junho o mundo moderno vai se reunir no Brasil com apoio da ONU e do Governo Federal para discutir o futuro do Planeta Água. Eles dizem que o Desenvolvimento é a melhor estratégia para cuidar da Mãe Terra. Isso sempre foi falado e na verdade isso afetou, agrediu e matou muitas fontes de água, de biodiversidade e até os seres humanos. Por isso afirmamos que a sustentabilidade é muito simples. Basta respeitar e preservar a natureza porque ela é à força do nosso mundo. Se as grandes potências não sabem cuidar da Mãe Terra nós Povos Indígenas temos a obrigação e requeremos o direito de participar das grandes decisões que envolvem questões econômicas e politicas, pois as consequências por um mundo melhor passam pelos conhecimentos tradicionais dos Povos Indígenas.
A energia que é o sol do progresso do homem branco tem como válvula as hidrelétricas. Mesmo que alguém afirme que isso é limpo e renovável, nossos lideres espirituais avisam que ela interrompe a história, a cultura, a economia e a Identidade de muitos Povos.
As autoridades e os Poderes do Estado devem aprender a ouvir a voz dos Povos Indígenas. No caso do Brasil exigimos que o Congresso Nacional suspenda o Projeto que visa impedir a Demarcação de nossas Terras com o Plano Legislativo 215. O responsável principal pela divida histórica de demarcar as Terras é o Governo Federal, é o Poder Executivo. Solicitamos que na Rio+20 a demarcação de terras indígenas seja reconhecida como política Pública Estratégica de  conservação e uso sustentável de biodiversidade.
Observamos a quantidade de homens, mulheres e crianças no mundo do homem branco que não tem o direito sagrado de se alimentar e nem onde dormir. A Terra é o abrigo da verdadeira segurança alimentar. É preciso cultivar a agricultura natural usando o que já existe e assim matar a fome de muitos povos e famílias e não produzir a agricultura de uma cor só ou para mover os motores da modernidade em nome do progresso.
É preciso que o setor privado assuma um compromisso  concreto com o meio ambiente e a qualidade de vida do Povos Indígenas.
Nós acreditamos no potencial cultural, social, econômico e ambiental das nossas florestas, mas não aceitamos o conceito de economia verde que pretende vender o ar de nossas terras. Quem é o dono do ar? Quem tem o direito de comprar o ar? Quem tem o direito de vender?
Por tudo isso Nós Povos Indígenas reforçamos perante a ONU e o Governo do Brasil nosso direito de participar como protagonistas da conferencia Rio+20 não como peça folclórica, mas como Povos Indígenas soberanos e anfitriões na Aldeia KARI-OCA. Lá junto com o homem branco, o negro e comunidades locais, junto com o Meio Acadêmico e Científico, Mulheres, Jovens e Guerreiros queremos abrir o diálogo da Terra, o diálogo por um Mundo com qualidade de vida. Chamamos governos e Estados a se juntarem nesse compromisso coletivo determinando em seus compromissos políticos e econômicos metas claras e ações concretas para respeitar a natureza na busca de uma nova economia onde o bem comum seja o compromisso principal.
Nós, Povos Indígenas temos esse compromisso com a Mãe Terra também com o bem viver das futuras gerações.

Bertioga, litoral de São Paulo, 21 de Abril de 2012.

Assinam 250 Indígenas do Brasil com apoio de representações da sociedade civil, mulheres, jovens, negros, populações tradicionais, professores e estudantes, Nação Indígena Terena, Guarani, Manchineri, Tupinambá, Kisêdjiê, Kayapó, Xavante, Kalapalo, Karajá e Mamaindé, Kaingáng, Umutina, Apinajé, Pataxó, Yawalapiti, Xambioá, Maxacali, Kamayurá, Tikuna, Borun e Xerente.

21 abril 2012

Literatura indígena e meio ambiente: rumo à Rio + 20


9º. ENCONTRO DOS ESCRITORES E ARTISTAS INDÍGENAS

Literatura indígena e meio ambiente: rumo à Rio + 20

          “Não somos donos da Teia da Vida”. Um debate sobre o papel da literatura indígena na formação da consciência ambiental na sociedade brasileira.  Presença de representantes de diferentes povos indígenas brasileiros: Desana, Guarani, Krenak, Macuxi, Maraguá, Munduruku, Piratapuia, Potiguara, Saterê-Mawé, Terena, Tukano, Umutina, Wapichana.
         A Literatura Indígena tem tido um importante papel na difusão do pensamento ancestral dos povos nativos apresentando à sociedade brasileira a intrínseca relação destas sociedades com o cuidado com seu meio ambiente. Através do livro e da literatura, a escrita indígena tem demonstrado que esta relação não é apenas de cunho filosófico, mas existencial apresentando, inclusive, alternativas possíveis para a sustentabilidade do planeta. Nesta edição, queremos trazer este olhar indígena sobre o meio ambiente, mostrando como a literatura escrita por autores indígenas pode auxiliar o Brasil e o mundo a interagir com o planeta que é nossa casa comum.

MANHÃ
 Ritual de abertura: Parte externa Mesa de abertura:
FNLIJ, IC&A, NEARIN, INBRAPI 

          Grupo UM – “Não somos donos da teia da vida, mas um de seus fios” [Alimentar o espírito ] Esta mesa tem como objetivo apresentar o pensamento indígena sobre o meio ambiente tendo como foco a relação espiritual que mantém com a natureza. Facilitadores: Ailton Krenak, Eliane Potiguara, Caime Waissé, Moura Tukano, Marcos Terena.

          Grupo DOIS – “O que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra”. [Alimentar o corpo] A mesa pretende mostrar como a literatura indígena pode ser um importante instrumento na conscientização da sociedade brasileira sobre seu papel na preservação do meio ambiente tendo como foco a arte indígena. Facilitadores: Ely Macuxi, Yaguare Yamã, Uziel Guayné, Jayder Macuxi e Álvaro Tukano.

          Grupo TRÊS – “A terra não pertence ao homem. O homem à terra pertence. Não foi o homem que teceu a trama da vida. Ao contrário, foi por ela tecido”. [Alimentar a mente] Este grupo terá como objetivo alimentar a mente dos presentes através da contação de histórias que são repetidas exaustivamente para marcar a mente das crianças e jovens no processo de sua formação. Facilitadores: Graça Graúna, Edson Kayapó, Roni Wasiry, Olívio Jekupé,  Jaime Dessano, Rosi Whaikon e Carlos Tiago

 TARDE
          Grande roda de conversa Na parte da tarde os grupos se encontrarão para um bate-papo síntese onde prepararão alguma resolução para apresentar ao comitê RIO +20. Mesa de encerramento Sorteio de livros e outros objetos


Realização: Apoio:
FNLIJ
INBRAPI
INTITUTO UK’A
INSTITUTO C&A
NEARIN

19 abril 2012

O índio no Brasil contemporâneo


Índios estão presentes em 80,5% das cidades brasileiras


Indio Marcelino Lima. Foto de  Aog Rocha, extraída do Google.

817 mil entrevistados disseram ser indígenas; dados apontam que há mais deles na zona rural que em áreas urbanas 

19 de abril de 2012

Fonte: ClarissaThomé / RIO - O Estado de S.Paulo

Em duas décadas, a população indígena do País se espalhou. Em 1991, pelo menos uma pessoa se dizia indígena em 34,5% dos municípios. Em 2010, 80,5% das cidades tinham moradores que se reconheciam como índios. A informação, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), leva em conta os Censos de 1991, 2000 e 2010. Hoje é comemorado o Dia do Índio.
Na contagem mais recente, 817 mil entrevistados - 0,4% dos brasileiros - se disseram indígenas. Hoje há mais indígenas na zona rural (502 mil) que em áreas urbanas (315 mil). No Censo 2000, eram 383.298 residentes em zona rural e 350.829 na zona urbana.
"A mudança na autodeclaração é uma hipótese bem plausível. A gente percebe que houve ligeira redução de indígenas na área urbana, enquanto na zona rural houve significativo aumento. Nas zonas rurais, as mulheres ainda têm alta taxa de fecundidade", diz a pesquisadora do IBGE, Nilza Pereira.
No Censo 2010, pela primeira vez o IBGE investigou o contingente populacional indígena no questionário básico, aplicado em todos os domicílios pesquisados. Em 1991 e 2000, a categoria "indígena" era pesquisada apenas no questionário completo, destinado a uma parcela da população. "A hipótese da migração ainda não foi estudada porque esse tema faz parte do questionário completo, que ainda não foi analisado", afirma Nilza.
Reconhecimento tardio. O ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e antropólogo da Universidade Federal Fluminense Mércio Pereira Gomes lembra que nos últimos dez anos alguns grupos sociais no Norte e Nordeste se reconheceram como indígenas. "Como sociedades negras que depois se declararam quilombolas, havia grupos sociais que nem falavam mais a língua indígena e depois se reconheceram como etnia indígena. Isso ocorreu com os boraris, em Altamira, os anacés, em Fortaleza, e os tabajaras, na Paraíba."
O coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas (Pró-Índio) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, José Ribamar Bessa, chama a atenção para a necessidade de políticas públicas para o indígena que vive em zona urbana. "Nós somos adestrados a não perceber essa população. A gente acha que quem sai da aldeia deixa de ser índio. E não é assim. O alemão que mora no Brasil não vira brasileiro. As cidades são o cemitério das línguas indígenas", critica.
São Paulo é a capital brasileira com maior número de índios - 12.977 pessoas que se disseram indígenas - e a quarta cidade do País. À frente de São Paulo estão três municípios de Amazonas: São Gabriel da Cachoeira (29 mil), São Paulo de Olivença (15 mil) e Tabatinga (14,9 mil).

16 abril 2012

Sobre Brasil, brasis e uma carta-convite da ABL


 Um agradecimento

Em 15 de junho de 2009, estive na Academia Brasileira de Letras (ABL) dentro da programação do VI Encontro de Escritores Indígenas, que acontece anualmente no Rio de Janeiro. Na ocasião, compartilhei o I Colóquio Tradição Oral e Literatura Brasileira com o saudoso Moacyr Scliar e outros acadêmicos a exemplo de Cícero Sandroni,  Alberto Costa e Silva e os parentes indígenas Daniel Munduru e Darlene Taukane. Em 2012, retorno à casa de Machado de Assis para conversar acerca do tema: O índio no Brasil contemporâneo. À Presidente da ABL - Ana Maria Machadao e ao Dr. Proença Filho expresso - desde já - meus agradecimentos por incluir o meu nome em um evento tão relevante para a nossa cultura indígena.
Que Ñanderu nos acolha,
Graça Graúna

------------------------------------------------------------------
Ilustríssima Senhora
Graça Graúna,           
           
Em nome da Dra. Ana Maria Machado, Presidente da ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS e do Dr. Domicio Proença Filho, coordenador geral dos ciclos, temos a honra de convidá-la para participar como palestrante  sobre o tema O INDIO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO, no âmbito do Seminário Brasil, brasis, a realizar-se no dia 26 de abril de 2012, quinta-feira, às 17h30.


Agradecemos a confirmação de sua participação, o envio de outros meios de contato e ficamos ao dispor para outras informações ou providencias.
Cordialmente,
        
           Marta Klagsbrunn

Assessora Cultural da ABL
         Academia Brasileira de Letras

O cacique do século XXI


 
Almir Surui. Imagem extraída do Google

O cacique do século XXI

Fontes: Larissa Veloso e Marcelo Manzatti

Esqueça o arco e flecha e a imagem de bom selvagem. Conheça Almir Suruí, chefe de tribo em Rondônia que vende créditos de carbono e mapeia o desmatamento da floresta com smartphones
 “Quando entrei na universidade, não falava português direito. Era a primeira vez que saía da aldeia. Mas o curso me mostrou que, se eu quisesse sobreviver, teria que aprender como o mundo do não índio funciona. Precisava aprender seus códigos.” A estratégia do chefe Almir Suruí, 37 anos, surtiu efeito. Líder dos paiter-suruís desde os 17 anos, na semana passada ele conseguiu um feito inédito entre os indígenas: a certificação para vender créditos de carbono no mercado internacional.
Que a floresta vale mais em pé do que devastada, muito índio sabe. Mas até o momento, nenhuma tribo tinha pensado em transformar esse valor em dinheiro. Graças às negociações do chefe Almir, os paiter-suruís devem receber de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões por ano até 2038 pela preservação da floresta. Até este ano, já foram replantadas 140 mil árvores nativas da reserva Sete de Setembro, em Rondônia. E a inovação não para por aí.
Em 2007, o chefe Almir ganhou fama ao fechar uma parceria com o Google, uma das maiores empresas da área digital. Depois de o cacique visitar a sede da empresa na Califórnia (EUA), foi a vez de representantes americanos visitarem a tribo. A partir daí, o contato dos indígenas com a internet cresceu. Lendas e tradições são agora registradas em vídeo e postadas no YouTube. Na maloca digital, os índios podem incorporar informações sobre desmatamentos ao Google Earth. Em 2011, essa e outras iniciativas conferiram ao líder o título de uma das 100 pessoas mais criativas do mundo dos negócios, selecionadas pela revista americana “Fast Company”.

ATIVISMO
No ano passado, Almir Suruí (foto) levou o protesto contra a usina de Belo Monte a Londres
O chefe Almir é uma das novas caras da sustentabilidade brasileira. Distante da imagem de “índio vítima do homem branco”, ele sabe que precisa somar forças, se quiser mudar a vida de seu povo. E não são poucas (nem pequenas) as associações e empresas ligadas aos paiter-suruís (leia quadro). “Quando assumi, era novo, inexperiente e precisava de parcerias para desenvolver programas que garantissem ao meu povo mais qualidade de vida e valorização da cultura. Eu precisava, principalmente, ter um diagnóstico da real situação para poder tomar as decisões certas”, relembra Almir. O mapeamento da reserva e o biomonitoramento da fauna da região começavam a tomar corpo.
Como sempre, quando se trata de defesa ambiental no coração da Amazônia, o chefe Almir também encontrou inimigos no caminho. Ele recebeu várias ameaças de morte, até que, em 2007, teve de deixar o Estado por sete meses. “Atualmente, as coisas estão mais tranquilas”, esclarece. Apesar disso, ele acredita que a situação está longe do ideal. Um dos questionamentos do líder é sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte. “O processo de consulta aos indígenas da região foi uma farsa. Eles não entendiam os dados técnicos e não puderam analisar a questão com clareza”, defende.
Ele aponta que ainda há muito que avançar na relação de forças entre índios e não índios. “Sempre me pergunto: por que a Justiça não exige que os fazendeiros e madeireiros indenizem os indígenas pela perda das florestas derrubadas, pelos danos aos rios e mortes de animais? Que Justiça é essa que só fez um lado?”, questiona.

15 abril 2012

Releitura da obra “Criaturas de Nanderu” é vencedora no Concurso Curumin – FNLIJ 2012.


Minha participação no Dia Nacional de leitura - BSP/2011

Em 2004, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) iniciou a parceria com o Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual (INBRAPI) e o  Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas – (NEArIn), no sentido de promover o CONCURSO FNLIJ CURUMIM - LEITURA DE OBRAS DE ESCRITORES INDÍGENAS. A realização do referido Concurso é uma maneira de fortalecer a década dos povos indígenas (2005 – 2015) proclamada pela UNESCO. 

 
Os(as) alunos(as) e eu

Em 2012, o premiado da 9ª edição do Concurso Curumim foi o texto Cultura Indígena: Um Encontro com a ancestralidade na releitura da obra Criaturas de Nanderu”. O referido texto é parte do projeto elaborado por Karina Calado, Jaciara Silva de Souza e Jaíra Pinteiro de Miranda Brandão – professoras do ensino médio na Escola Estadual João Fernandes da Silva, em São João – uma cidade do agreste pernambucano.

 
 Releitura das ilustrações da obra
 
 Produção textual dos(as) alunos(as) acerca da obra

A notícia da premiação foi comunicada à Karina Calado por Elizabeth D’Angelo Serra (secretária geral da FNLIJ), via e-mail.  A cerimônia de premiação acontecerá  no dia 18 de Abril, às 17 horas, durante o evento: 14º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, que se realizará no Centro de Convenções SulAmérica, na cidade do Rio de Janeiro. 

 
Releitura das ilustrações de J. carlos Lolo em cerâmica
 
Profa. Karina Calado
 
Alunos(as) da Escola Est. João F. da Silva

Aproveito a oportunidade para expressar a minha grande satisfação em ver o meu livro Criaturas de Ñanderu (Ed. Manole, selo Amarilys)  merecer a  atenção dos(as) alunas e educadores(as) da Escola Estadual João Fernandes da Silva; onde tive oportunidade de participar da culminância do projeto, em 7 de março de 2012. Em tempo apresento parte do registro fotográfico do Jornalista Leonardo Bastos, acerca da releitura que os(as) alunos fizeram das ilustrações de José Carlos Lolo relacionadas ao  meu livro. Para saber mais do projeto, vale acessar:
 http://intercriaturasdenhanderu.wordpress.com/sobre/

Que Ñanderu nos acolha,
Graça Graúna