Recentemente, traduzi
para a Editora FTD três livros da Coleção Contos Indígenas da América Latina,
adaptados por Judy Goldman. Trata-se de “O sapo e o deus da chuva”, uma narrativa do povo Yaqui ilustrado por Arno
Avilés. “O coelho e a raposa”, ilustrado
por Ricardo Peláez, é uma história do povo Kiliwa. “Baak” traz ilustrações de Fabrício Vanden Broeck; é um conto do
povo Maia.
Em “O sapo e o deus da chuva”, do povo Yaqui, o cenário inicial mostra o sol escaldante castigando a terra.
Não há sinais de chuva. As pessoas da aldeia, incansavelmente, pediam ao deus da
chuva para afastá-las de tanto sofrimento, mas o deus sequer ouvia. Quando o chefe da aldeia anunciou que o
povo teria que abandonar o lugar, um mensageiro se apresentou.
Qual seria o seu plano?
“O coelho e a raposa” é uma das uma das muitas histórias do povo Kiliwa.
Os mais velhos contam que uma raposa muito
faminta vivia em um lugar árido, com pedras, cactos e escorpiões. Não gostava
de comer gafanhotos porque as pernas dos insetos geralmente ficavam enganchadas
em seus dentes. Por sorte, farejou um coelho que não era grande nem gordo, mas
era maior do que um rato. A raposa aproximou-se e atacou. Será que o mais forte
sempre sai vencedor?
O conto “Baak”, do
povo Maia, traz a história de um pequeno
deus. Ele vivia com a mãe e os dois raramente tinham o suficiente para comer.
Os irmãos que moravam nos arredores, sequer ajudavam; quando muito, atiravam-lhes
sobras de comida. Baak queria aprender a caçar, mas os irmãos só zombavam e
nunca o ensinavam. Um dia, ao ver a exuberante vegetação da floresta, Baak teve
uma ideia que mudou a vida do seu povo.
Essas histórias fazem parte da riqueza cultural dos povos indígenas da
América Latina: os Yaqui vivem no Estado de Sonora (México), numa região que
faz fronteira com os Estados Unidos; sua população é de aproximadamente trinta e dois mil habitantes. Eles vivem da plantação de trigo e do algodão.
Os Kiliwa são um povo ameaçado de extinção. Sua população é composta de aproximadamente cento e sete indígenas que sobrevivem da agricultura familiar, da caça e da pesca, no Estado da Baixa Califórnia (México).
O povo Maia é a segunda população mais numerosa do México, com
aproximadamente um milhão e meio de indígenas. Apesar do grande índice de analfabetismo e desemprego, o povo Maia são grandes conhecedores
das ervas medicinais; conhecem profundamente várias espécies de peixes e mantém as suas tradições.
Para saber mais da cultura e da história indígena na America Latina,
vale conferir o seguinte endereço: www.cdi.gob.mx
Nordeste do Brasil, 5 de setembro de 2013
Graça Graúna (tradutora)
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