Quando Marabá deixou a tribo
não foi por querer,
sendo filha de quem é
enfrentou as duras penas
de ser o que é
filha da mistura,
Marabá, apenas.
Quem há de querer?
Se acaso feitura não é de Tupã,
quem define a história
dessa índia meio branca
dessa branca meio índia?
Quem há de querer
de Marabá as penas?
Graça Graúna. Tessituras da terra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 24.
não foi por querer,
sendo filha de quem é
enfrentou as duras penas
de ser o que é
filha da mistura,
Marabá, apenas.
Quem há de querer?
Se acaso feitura não é de Tupã,
quem define a história
dessa índia meio branca
dessa branca meio índia?
Quem há de querer
de Marabá as penas?
Graça Graúna. Tessituras da terra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 24.
10 comentários:
Graça, que poesia excelente é essa?
Não no encontro, mas na conjunção das diferenças, há os que nunca se recusarão às duras penas do heroísmo: aqueles que, com seus sangues de memória, se erguem na tradição, nas feituras de Tupã.
Somente tendo isso em perspectiva, é que posso, neste instante, sentir Graça Grauna.
Parabéns!
Meu querido Roberto Costa Carvalho: a tua presença nesta manhã aguça minha memória de filha de Tupã. Grata por você existir. Bjos, Grauninha
Grauninha querida, que coisa linda este poema!!
De alguma forma, somos também Marabá, já que somos todos únicos em nossas diferenças, que precisam ser respeitadas. Somos frutos da miscigenação, o que enriquece ainda mais o nosso povo.
Um beijo em seu coração, com carinho
Márcia
Marcia, minha irmãzinha linda: suas palavras tocam meu coração. Sabemos que não é facil ser filho ou filha da mistura ou marabá, pois ainda existe muito preconceito neste nosso país; muitos consideram que a nossa mistura empobrece a cultura. Grata pela leitura tão prestimosa. Bjos, Grauninha
Graça,
Quem há de querer as penas de Marabá?! Lamento assim, tão pungentemente indagativo, fez com que ela caísse nas graças de Tupã, seguramente.
;)
Beijos,
Marcelo.
Pois é D. Graça, sempre nos pondo a pensar.
Enxergo-me 100% mestiço
A história que se esquece
Poe na alma uma procura
Onde estão os retalhos
Pelo tempo carcomidos?
Beijão
Meu querido Comandante Águia: lindo demais o seu comentário em forma de poema. Um Lindo mestiço, publique-o. Grande honra ter você aqui. Bjos.
Marcelo Novaes, grande é a minha alegria de contar com a sua doce presença neste meu humilde espaço. Paz em Ñanderu (Grande Espírito, em guarani). Graça Graúna
Graça
Parabéns!
Lindo versos e se assim for, quem sabe dessa feitura?!
Muito sucesso pra vc
Beijos
Erhi, poetamigo: gosto das águas do seu versejar. Grata pela chegança em meu Blog. Paz em Ñanderu, Grauninha
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