Foto: Jonne Roriz/AE
Remo
Arma
Memória
Sei dos segredos
dos pesadelos
da solidão
dos anseios
do pranto
das matas
dos rituais
das eras
dos mares
das lutas
das curas
das ervas
trago sementes do céu
cultivo os caminhos
conheço o cheiro da terra
mergulho nos sonhos
porantinando a esperança
pelo rio afora
sou arma, remo e memória
(*) No idioma Saterê Mawé, porantim significa remo, arma e memória. O povo Saterê (originário do tronco Tupi) habita na área indígena Andirá-Maráw (delimitada pela Funai) entre o Amazonas e o Pará.
Graça Graúna. Tessituras da terra. 2. ed. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 26-27.
Nota:poema publicado no Overmundo com 176 votos.
4 comentários:
Graça companheira vamos paratinar sempre.
Um forte abraço.
Herik, poetamigo: beleza a sua doce presença aqui. Volte sempre, bjos.
Que belo poema Grauninha.
o mito/lenda de Andirá é muito belo.
seu poema traz uma leveza de um tempo, que pode ser passado, do presente(dificilmente infelizmente) e quem sabe do futuro(sejamos otimistas)
Parabéns sempre
beijos
Meu querido Cristiano: pensei também em você nesses dias em que o nosso cerrado está em festa. Saiba, meu querido, que a tua presença é que faz o cerrado ser também leve e será sempre enquanto houver poesia. Grata pela visita. Bjos, Grauninha
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