...para Fabiano, Ana e Agnes (meus filhos)
e os os filhos dos meus filhos índioafro-descendentes.
Primavera.
A menina vê um beija-flor na janela
e faz de conta que é o amor chegando
Verão.
A menina vê a praia na janela
e se pergunta: pra onde vai essa onda agora?
Outono.
A menina vê o vento soprando a folha
e se inquieta: será que a folha volta?
Inverno.
A menina vê a chuva na janela
e diz: é Deus chorando
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 26.abr.2009
Nota: poema publicado no Overmundo.
14 comentários:
Para Fabiano, Ana e Agnes (meus filhos) e os os filhos dos meus filhos - descendentes afroindígenas.
CORRIGINDO:
...índioafro-descendentes.
Estações para meninas e meninos que não sabem pra onde vai a vida.
E nunca saberão.
rsrs...difícil nomear em terminologia politicamente correta! rsrs..affe!
grauninha,
é comovente: "deus chorando"...
abçs
ps. você está intimada para o próximo "na lata". viu o do joão tomaz parreira?
pois.
Gostei muito do outono. Será que a folha volta? A duvida martelando. o desejo-vontade.
Graça, abração poetamiga
Herik, meu querido: é um luxo ter você aqui. Volte sempre,qualquer que seja a estação. Bjos.
Comentário da minha filha Ana:
Ana vê o pássaro numa caixinha onlineSegunda-feira, 27 de Abril de 2009 13:38
Como não sei se consegui publicar o comentário, segue um beijo e o que havia dito, pra não se perder no tempo: E, num tempo chamado saudade...
a menina vê um passaro ao longe,
vê um barquinho no mar
vê as serras do cerrado
vê o passado tão presente,
embalado numa caixinha online de lembraça
A menia chora, sorri e guarda para o futuro as palavras de infância e o cheiro das estaçõesAmo você! hoje e sempre passarinho perdido
Ana
Graça,
Seu poema ficou super leve e com ar de ingênuas descobertas.
A ingenuidade é algo de uma beleza profunda. As estações nos levam e afastam disto, da ingênua natureza humana, fiquemos atentos para que o Tempo e as reflexões não nos transformem em seres apenas com conhecimento, mas com doçura também.
Super inspirador, adorei.
beijos
Grauninha querida, que poema lindo! Uma pena que a menina tenha de ver sempre a chuva pela janela...
Um beijo em seu coração
Márcia
Querida Marcia Sanchez Luz: sabe aquele tempo que todos nós atravessamos, aquele tempo já visto no Eclesiastes? Pois bem, o tempo da menina também é ciclico; até porque ela é menina e sendo menina acha que vai crecer. Então, vem depois as outras estações e um dia ela se reconhece mulher...além da janela. Bjos, Grauninha
Meu bom Cristiano: sua palavras tocam o meu coração. Quero sempre a alegria de ter você as suas boas reflexoes por perto. Grata por se aproximar da menina da janela. Bjos. Grauninha
Sam, do meu coração: também me comove a sua doce presença em meu blog. Fico feliz que tenha gostado da menina na janela, no poema Estações. Bjos.
Grauninha querida, eu entendi... Meu comentário se refere ao choro de Deus ao ver tanta maldade e falta de valores morais no mundo. A chuva na janela não é o choro de Deus?
Beijos de carinho
Márcia
CD, minha linda: porque são meninos e meninas, precisam de alguem sempre por perto que não queira podar, mas pra dar um empurrãozinho no jeito que cada um tem pra ser feliz. Grata por sua leitura ao poema Estações. Bjos.
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