O Beijo (1887), de Auguste Rodin
Quase divina comédia
Caminho na solidão
desço ao inferno
perdida no perdido
na selva de pedra escura
mergulho na solidão
e tudo me pesa.
Meus ombros já não suportam
as dores do mundo.
Encontros…desencontros…
e apesar de tudo
entre os caminhos
escolho o mais estreito
os mais tortuosos
e sigo, vislumbrando
do mais fundo do poço
o clarão do olhar mais justo que me alcança
as mãos brandas em forma de pássaro
a me socorrer.
Vislumbro o clarão onde faz morada
o coração justo
e penso: será o poeta Virgilio?
Ele também mergulhou na selva escura,
se deparou com o espírito do amor
e encontrou o seu caminho
rumo à colina
rumo à colina
sem culpa, sem dor
Nordeste do Brasil, 21 de setembro de 2014
Graça Graúna
2 comentários:
Poema digno de nota, pela sensibilidade poética intimista.
Você é um leitor muito especial. Grata por sua doce presença.
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