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31 dezembro 2009

Estrela-guia

 
Imagem Google


Que todos os cantos sejam
de Amor e Paz
e a estrela guie
o nosso tempo de estar no mundo



Graça Graúna
Nordeste do Brasil, 31.dez.2009
Poema publicado no Overmundo.

19 dezembro 2009

...sobre um “canto peregrino e mestizo”

Ilustração: indios kadiweu
Capa: Agnes Pires

Nada de novo e tudo de novo. No baú de lembranças, reencontro as boas palavras escritas em 2001 por um amigo, acerca de "Canto Mestizo" - meu primeiro livro de poemas. Trata-se das impressões do professor e amigo Antonio Viana que, agora, compartilha o andar de cima com Manuel Bandeira e Irene preta, com Drummond e Cecília Meireles e outros que se foram; mas que deixaram o brilho de sua simplicidade, sensibilidade e sabedoria.
Confesso que senti uma grande vontade de comemorar os 10 anos de “Canto mestizo”, isto é, meu filho de papel e tinta publicado em 1999, pela Editora Blocos, com o prefácio de Leila Miccolis, poetamiga. Pensei em reunir os amigos, ouvir musica, falar de literatura.... enfim, reconhecer que estamos sobrevivendo e que há dez anos me vesti de coragem para mostrar timidamente meu canto atravessado de blues e sol. Pensei em fazer tanta coisa, mas não deu. Contudo, só o fato de estar aqui para compartilhar o desejo de rever os amigos e falar de poesia já é uma conquista, porque a poesia é parte de tudo aquilo que me move. A poesia é possível, não acaba nunca. Enquanto houver poesia, há vida; há esperança. Basta não desistir.
Assim, sem mais delongas, tomo a liberdade de convidar a todos(as) para celebrar a palavra à luz do pensamento vivo de Antonio Viana.


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 18 de dezembro de 2009


Impressões sobre um “canto peregrino e mestizo”

Tentarei expressar nestas palavras minha surpresa e meu encanto ao descobrir a poesia de Graça Graúna no seu Canto Mestizo, apresentado em duas partes: na primeira vemos a autora mostrando-se como um haijin (poeta de haicai), unindo simplicidade, sensibilidade e sabedoria, em poemetos concisos, em três versos, como o faziam os antigos haicaístas. Fiel à estética e aos princípios desta forma poética, a autora cristaliza a instantaneidade do momento, a transitoriedade do sentimento, assim como a fugacidade do tempo através de imagens do dia, palavras, cores e sons do cotidiano, da maneira mais simples possível, como deve realmente ser um belo e autentico haicai. Aqui captamos toda a emoção, a sensação e o sentimento da poetisa apresentados como uma espécie de convite a um diálogo e encontro maior com a sua poesia.
Na segunda parte do livro, Graça, não como uma cotovia, mas como a própria Graúna, nos leva em suas asas, a revisitar espaços poéticos: Recife, Pasárgada, Lisboa, entre outros, na companhia de escritores e artistas de todos os tempos. O “Inventário amoroso” que inicia esta parte, abre-nos as portas ao universo poético-intertextual; partindo de Cervantes passamos por Hesse, Rilke, Neruda, Eliot, Borges, Bandeira, Ascenso, Pessoa, Régio, Mário, Quintana e outros mais.
Uma discreta e sentida homenagem é feita a autores-cantores que com o seu canto e a força de suas mensagens marcaram com uma gota de desespero toda uma geração: Janis Joplin, Victor Jara, Violeta Parra.
A temática do Canto Mestizo desdobra-se em várias direções; o descobrimento dos “brasis” e o destino incerto do nosso povo: o índio, o negro e o próprio mestiço, no dizer da autora “crias de um homem submerso”. Podemos ainda descobrir os mares literários por onde navega Graça Graúna, através das evocações, alusões e citações dos seus mitos poéticos e por fim penetramos num mundo pessoal, povoado de mágoas, desencontros, “esperanças pardas”, incerteza, ânsias, mas também de “riquezas infinitas”; mundo este que nos faz lembrar a poética ferida de Florbela Espanca.
O azul que colore os poemas de Graça assemelha-se ao azul que corre dos dedos de Cecília e “colore as areias desertas”, ao “azul ausente” de Carlos Pena Filho, tentando aprisionar na cor as coisas que lhe são gratas. Graúna pousa sua tristeza no azul quase preto, cor da ausência das cores, ausência de tudo. E parafraseando a autora no poema “Gênesis”, aqui termino afirmando:
Faça-se eco este “canto mestizo”!

Antonio Viana, Recife, 2001.


Nota: texto publicado no Overmundo

14 dezembro 2009

Folia de reis

Imagem: Flickr

Os reis mag(r)os lentamente
caminham pelo sertão
anunciam que a vida
é de curta duração
enquanto o sol arrebentar
em pedacinhos o chão

Léguas e luas de sede
ovos de camaleão
mas nem tudo está perdido:
na direção da estrela
a flor do mandacaru
dá esperança ao sertão


Graça Graúna
Nordeste do Brasil,
poema publicado originalmente em cartão postal, em dezembro de 1981.
Nota: poema publicado no Overmundo

08 dezembro 2009

...mais uma chance à paz...


O silêncio nos acompanha
resmunga
diz que envelheceu
e que só alguns loucos tentam escutá-lo.

O silêncio reclama
diz que são raros
os que ousam tocá-lo
e continuam se perguntando:
- todos dormem ou fingem que estão mortos?

Imagine
o silêncio de fel sobre o gelo fino


Graça Graúna
...pensando em John Lennon...
Nordeste do Brasil, 8 de dezembro de 2009
Nota: poema publicadono Overmundo

02 dezembro 2009

Nas asas da Graúna

Ilustração: José Carlos Lollo


Uma história que conta o passado, o presente e o futuro das gentes.

Uma historia que nos mostra o principio, o meio e o fim.

Nos traz a essência do que somos e o cuidado que temos que ter ao afundar nossos pés no solo sagrado que nos acolhe.

É preciso pisar macio para não desonrar o sagrado que há em cada um, trazido de onde mora a nossa ancestral memória.

Ser fiel exige coragem, desprendimento e afeto.

Ser fiel nos permite estar atentos somente àquilo que é legítimo e verdadeiro para não cairmos nas armadilhas e nos desviarmos do caminho. É saber silenciar o coração, a mente e viver com alegria o presente que mora em nós.

É isso que Graúna nos faz: ela nos coloca em suas asas e nos lembra que somos fios na grande teia da vida.

(Apresentação: Daniel Munduruku)

Ficha técnica


Editora Manole – São Paulo
ISBN - 9788520430576
Encadernação - brochura
Formato - 23 x 23
Ano – 2009
R$ 20,70

Nota: texto publicado no Overmundo

29 novembro 2009

Recomende este livro: "Criaturas de Ñanderu"

Ilustração: José Carlos Lollo
O livro Criaturas de Ñanderu é um emocionante conto indígena escrito por Graça Graúna no qual uma garota com nome de pássaro, ao tornar-se adulta, ganha asas e sai de sua tribo para conhecer a cidade grande.
***
“Graça Graúna, educadora e descendente da etnia Potiguara, apresenta o livro “Criaturas de Ñanderu”, que conta a história de uma bela índia que teve seu nome trocado pelo de um pássaro. O livro é uma publicação da Editora Amarylis, selo editorial da editora Manole.” (http://www.meupalco.com.br/, em 6 de outubro de 2009)
***
Criaturas de Ñanderu
Editora Amarylis - um selo editorial da Manole / São Paulo

Sinopse:
Criaturas de Ñanderu, livro de Graça Grauna conta com sensibilidade e poesia uma história dos ancestrais, ouvida à noite pelas crianças da aldeia. Trata-se da história da mais bela cunhã, que teve o nome trocado por seu pai para um nome de pássaro. Um nome que se confundia com o nome de uma ávore. À noite, um velho sábio apareceu e disse a bela cunhã que ela deveria seguir esse seu destino, para proteger a ciência doseu povo, a sua aldeia, mas que deveria evitar se encantar com as belas mentiras das grandes cidades. Quando estava com seu povo, se podia perceber que os ombros dela se recobriam de uma vasta plumagem negra mas, quando saia da aldeia essa plumagem se transformava em belos cabelos negros para não atrair a atenção das outras pessoas. Assim seguia a cunhã sempre maior em graça e sabedoria, mas às vezes ela se deixava encantar pelas belas mentiras das cidades; então seu canto aparecia engaiolado...Para fugir dessa prisão, ela pensava nos grandes rios e florestas. Dizem que mesmo nos dias mais claros se vê alguns pássaros negros voando no céu azul e que quando, no frio , se vê alguma gaiola vazia, é porque um pássaro voltou para a liberdade.
Ano: 2009
Brochura32 páginas
23x23cm,
ISBN 978-85-204-3057-6

16 novembro 2009

Cartografia do imaginário

Book tree, de Salvador Dali.



...do meio da noite
ao meio do dia
o espanto do universo
retalhado em fatias
alimenta o poema
e a vertiginosa fome de vencer
o intrincado mundo das palavras
da noite ao meio dia
(a)talhos e fatias
dos muitos caminhos do mundo
alimentam
a cartografia do imaginário
do corpoema

***

Graça Graúna, Nordeste doBrasil, 16.nov.2009.

Nota: poema publicado no Overmundo.

***

Graça Graúna. Canto mestizo. Maricá/RJ: Blocos Editora, 1999, p.69. [com prefácio de Leila Miccolis].

13 novembro 2009

Enquanto houver poesia

Escultura de Demétrio Albuquerque
em homenagem a Manoel Bandeira.


Difícil saber
onde o grande amor está
quando o escuro da distância
das fronteiras
da exclusão
e do medo impede o canto
e o direito de sonhar.

Contudo
enquanto houver poesia
vale tecer o encanto
que a manhã vai chegar.

***

Graça Graúna
Nordeste do Brasil, 13 de novembro de 2009

***

Nota:
1) Pensando em Manoel Bandeira, Thiago de Melo e João Cabral, entre outros poetas
2) Poema publicado no Overmundo.

10 novembro 2009

Pelos caminhos da não-violência

Não
bastam
seus olhos 
seus ouvidos 
sua boca, 
seu coração 
suas mãos
   seus pés... 
 caminhe com humanidade 
coloque todo o seu ser 
na marcha pela paz.  
Violência, não!   

Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 10.nov.2009
***
***
Nota: poema publicado no Overmundo

03 novembro 2009

Poesia mambembe: recordações de infância

Ilustração: ruadeletras.files.wordpress


O meu gosto pelos versos nasceu quando eu tinha seis ou sete anos, quando minha mãe leu para mim um poema a respeito de uma menina que queria ser enfermeira de Jesus. Declamei o poema num circo mambembe.
Lembro das muitas ocasiões em que eu declamava para as visitas que chegavam na pequena Hospedaria de Tia Fisa. Parte da minha infância vivi com Tia Fisa. Ela hospedava feirantes, caixeiros viajantes, romeiros e outros religiosos que acompanhavam Frei Damião e viajavam pra Juazeiro pedir chuva ao “Padrim Ciço”...
Eu sabia o poema de cor e salteado. Hoje trago na memória apenas o ritmo de algumas palavras que falavam de uma menina chamada Ritinha.
Do autor ou da autora do poema, não me recordo o nome; mas compartilho alguns trechos do poema intitulado “Enfermeira de Jesus”. Alguns versos talvez sejam parte também do meu imaginário de criança, mas vale a tentativa de registrar, aqui, o ritmo da palavra e a grande façanha de uma menina que sonhou em aliviar as dores do amigo Jesus.

Enfermeira de Jesus

Encontrando a porta aberta
Ligeirinha e muita esperta
Sem ninguém para conter
Entrou a linda Ritinha
No quarto da mamãezinha
Para tudo então mexer

Vendo em cima [lá no alto]
O Jesus crucificado
Pôs a mão no coração.

Arrastou um escada
Pegou um esparadrapo
Um pedacinho de trapo
Um copo d’água e algodão

(...)

Quando a mãe entrou no quarto
Brigou com a linda Ritinha
Que foi descendo a escada

E logo assim respondeu:
Veja mamãe como eu sei
Pois eu sozinha curei
Todo dodói de Jesus


Nas minhas constantes viagens entre o Agreste e o Litoral pernambucano, aqui e acolá avisto um circo mambembe. Na semana passada, vi um circo bem pobrezinho na beira da estrada e logo veio à memória um dos momentos especiais da minha infância, quando declamei “Enfermeira de Jesus” no maior circo que apareceu no meu lugarejo; hoje tenho noção que não parecia tão grande assim, mas era o maior circo de todos os tempos na minha recordação de infância.
Lembro até do vestido que eu usava: era branco, bordado, laço na cintura. Lembro até dos carões que eu levava pra pentear os cabelos e minha mãe dizia: como pode uma menina com uma roupa tão bonita declamar um poema com os cabelos despenteados? Mas não adiantava reclamar. Só sei que ainda guardo o cheiro da brilhantina na minha franja; lembro da luz meio laranja sobre mim no picadeiro. Eu, sentadinha em um banco colorido, toda prosa e ciente que todos naquela noite de sábado ouviam minha voz miúda no auto falante da cidade.
Foi assim que dei conta do senso poético ao declamar sobre a liberdade de uma porta aberta e nessa direção a palavra mambembe sem ninguém para conter.

Graça GraúnaNordeste do Brasil, 3 de novembro de 2009
Nota: publicado no Overmundo.

31 outubro 2009

Em memória de Inês de Castro

 
Túmulo de Inês de Castro

Dia de finados. Há tantos mortos para lembrar...uns que se foram muito cedo, outros que atravessam séculos e sua história de vida continua alimentando o nosso imaginário, a nossa memória. Há muitos mortos para lembrar; sejam brasileiros ou portugueses, índios ou negros; mortos de diferentes etnias
Neste blog, eu costumo publicar textos de minha autoria e abro espaço, também, para os textos que eu gostaria de ter escrito. Por essa razão, acolho o poema de Luciano Alves. Ele dedicou os versos seguintes à imortal Inês de Castro; uma personagem da história portuguesa que recebeu de Camões o belíssimo e trágico Canto III, em "Os Lusíadas". O poema de Luciano é fruto das minhas provocações nas aulas de Literatura Portuguesa I, no Curso de Letras da UPE.

O canto terceiro em Os Lusiadas

Concluindo o canto terceiro
desta obra imortal
temos um grave desfecho
que a todos choca igual

A amada de Dom Pedro
pra ninguém era segredo:
era a bela Inês de Castro

A essa altura ainda é cedo
mas no desenrolar do enredo
o luto à trama invade
por hora goza de sossego
não tem noção, sequer medo
de um futuro tão covarde.

O pai do amado não aprova
do seu filho a união
por isso, o Rei Afonso
sem piedade ou compaixão
decreta que só a morte,
o ceifar da vida, triste sorte,
é para Inês de Castro a decisão.

É na estrofe UM TRÊS DOIS
que a maldade acontece
pouco tempo depois
da vítima fazer a prece

“- Por amar, que me perdois
o teu filho mais que pudesse
rogo a ti agora pois
que ao exílio me arremesse”

Triste sina a de Inês
que pela espada foi vencida
amar demais foi o que ela fez
pra merecer a vil ferida
que dói no peito português
ainda hoje revivida

E o poeta continua
seu relato grandioso
da história da terra sua
que lhe deixa mui garboso
para os clássicos apontando
aos textos sagrados associando
segue em seus versos rimando

Assim, compunha o clássico
da terra lusitana
da última flor do Lácio
seu estilo, seu traço
ainda hoje não engana
quem nesse mar navega
logo louva sua entrega
à obra tão vital,
pois nela muito se aprende
muito se sabe, muito se entende
da história de Portugal.

Nota: Luciano Alves é meu aluno no 4º período de Letras, UPE/Garanhuns.

22 outubro 2009

Cinema e Direitos Humanos


A 4ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos é uma realização da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com patrocínio da Petrobras e produção da Cinemateca Brasileira. Conta com apoio do SESC/SP, TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Em Recife, a 4ª Mostra acontece nos cinemas da Fundação Joaquim Nabuco e do Teatro do Parque. A entrada é franca. Eis a programação:

30/10 - sexta
20h – Sessão de Abertura
HISTÓRIAS DE DIREITOS HUMANOS – vários diretores (diversos países, 84 min, 2008, doc/fic)
31/10 - sábado
14h - CORUMBIARA - Vincent Carelli (Brasil, 117 min, 2009, doc)
18h - O CAVALEIRO NEGRO - Ulf Hultberg, Åsa Faringer (Suécia / México / Dinamarca, 95min, 2007, fic)
20h - UNIDADE 25 - Alejo Hojiman (Argentina / Espanha, 90 min, 2008, doc)
COCAIS, A CIDADE REINVENTADA - Inês Cardoso (Brasil, 15 min, 2008, doc)

01/11 - domingo
14h - TRAGO COMIGO – Parte 1 (capítulos 1 e 2) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)16h - TRAGO COMIGO – Parte 2 (capítulos 3 e 4) - Tata Amaral (Brasil, 96 min, 2009, doc/fic)18h - BAGATELA – A NECESSIDADE TEM CARA DE CACHORRO - Jorge Caballero (Colômbia / Espanha, 74 min, 2008, doc)
MENINO ARANHA - Mariana Lacerda (Brasil, 13 min, 2008, doc)
MENINOS - Gonzalo Rodríguez Fábregas (Uruguai, 14 min, 2008, doc)
20h - ENTRE A LUZ E A SOMBRA - Luciana Burlamaqui (Brasil, 150 min, 2007, doc)

02/11 - segunda
14h - MOKOI TEKOÁ PETEI JEGUATÁDUAS ALDEIAS, UMA CAMINHADA - Arial Duarte Ortega, Germano Beñites, Jorge Morinico (Brasil, 63 min, 2008, doc)
DE VOLTA À TERRA BOA - Mari Corrêa, Vincent Carelli (Brasil, 21 min, 2008, doc)
PRÎARA JÕ, DEPOIS DO OVO, A GUERRA - Komoi Paraná (Brasil, 15 min, 2008, doc)
16h - NUNCA MAIS!!! COCHABAMBA, 11 DE JANEIRO DE 2007 - Roberto Alem (Bolívia, 52 min, 2007, doc)
DAYUMA NUNCA MAIS - Roberto Aguirre Andrade (Equador, 30 min, 2008, doc)
18h - SENTIDOS À FLOR DA PELE - Evaldo Mocarzel (Brasil, 80 min, 2008, doc)PUGILE - Danilo Solferini (Brasil, 21 min, 2007, fic)
20h – Audiodescrição NÃO CONTE A NINGUÉM - Francisco J. Lombardi (Peru / Espanha, 120 min, 1998, fic)

* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual

Teatro do Parque
14h O SIGNO DA CIDADE - Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
OS SAPATOS DE ARISTEU - René Guerra (Brasil, 17 min, 2008, fic)
16h - TAMBORES DE ÁGUA: UM ENCONTRO ANCESTRAL - Clarissa Duque (Venezuela / Camarões, 75 min, 2008, doc)
ALÉM DE CAFÉ, PETRÓLEO E DIAMANTES - Marcelo Trotta (Brasil, 15 min, 2007, doc)TARABATARA - Julia Zakia (Brasil, 23 min, 2007, doc)

03/11 - terça
14h - YÃKWÁ, O BANQUETE DOS ESPÍRITOS - Virgínia Valadão (Brasil, 54 min, 1995, doc)
A ARCA DOS ZO’É - Dominique Tilkin Gallois, Vincent Carelli (Brasil, 22 min, 1993, doc)
O ESPÍRITO DA TV - Vincent Carelli (Brasil, 18 min, 1990, doc)
16h - TAMBÉM SOMOS IRMÃOS - José Carlos Burle (Brasil, 85 min, 1949, fic)
18h - À MARGEM DO LIXO - Evaldo Mocarzel (Brasil, 84 min, 2008, doc)
20h - GARAPA - José Padilha (Brasil, 110 min, 2008, doc)

Teatro do Parque
16h - CRUELDADE MORTAL< - Luiz Paulino dos Santos (Brasil, 92 min, 1976, fic) ESTRELA DE OITO PONTAS - Fernando Diniz e Marcos Magalhães (Brasil, 12 min, 1996, fic/ani)

04/11 - quarta
Cinema da Fundação Joaquim Nabuco

14h - PRO DIA NASCER FELIZ - João Jardim (Brasil, 88 min, 2006, doc)
18h - DEVOÇÃO - Sergio Sanz (Brasil, 85 min, 2008, doc)PHEDRA - Claudia Priscilla (Brasil, 13 min, 2008, doc)

05/11 - quinta
16h - O REALISMO SOCIALISTA - Raúl Ruiz (Chile, 52 min, 1973, fic/doc)
AGARRANDO PUEBLO (OS VAMPIROS DA MISÉRIA) - Carlos Mayolo, Luis Ospina (Colômbia, 28 min, 1978, fic)
18h - ESSE HOMEM VAI MORRER - UM FAROESTE CABOCLO - Emilio Gallo (Brasil, 75 min, 2008, doc)
CONTRA-CORRENTE - Agostina Guala (Argentina, 9 min, 2008, fic)
PARTIDA - Marcelo Martinessi (Paraguai, 14 min, 2008, fic)

Local
Cinema na Fundação J. Nabuco, 201 lugares - Rua Henrique Dias, 609 - Derby,
(81) 3073-6689/6688
Cinema do Parque, 740 lugares - Rua do Hospício, 88 - Boa Vista,
Nota: publicado no Overmundo.

18 outubro 2009

Três poemas para Sepé Tiaraju

Imagem: Brunortiz


Poema I
O GUARANI

Sepé Tiaraju foi um guerreiro
defendeu com a vida o rincão
da caça, da pesca e do plantio
do guarani contra a invasão

Da real história poucos sabem
o que se deu no século dezoito.
Sepé Tiaraju morto em combate
em nome da cultura do seu povo.

Junto a mil e quinhentos guaranis
afirmando que “esta terra já tem dono”.
na luta contra o mal ele morreu

Mas contam lá em São Miguel
quando a noite parece mais pituma
o guerreiro Sepé vira uma estrela


Poema II
ALMAS PEREGRINAS


Entre as histórias mais belas
do Rio Grande do Sul
é impossível esquecer
a canção de amor e morte
de Pulquéria e Tiaraju.

Na antiga São Miguel
com a lua por testemunha
em meio a flores silvestres
onde pousam tantos pássaros
se encontram os amantes.

É um amor tão bonito
que Ñanderu nos faz ver
o que há de mais sagrado
na história de Pulquéria
e o seu amor por Sepé.

Foi na Guerra das Missões
que o amado parente
enfrentou as duras penas
e as lágrimas de Pulquéria
deram luz a uma nascente

Diz a lenda que Pulquéria
no rio ainda se banha
enquanto o guerreiro amado
segue o Cruzeiro do Sul
quando a noite é mais pituma.


Poema III
MULTIPLICANDO A SEMENTE

Foi Sepé Tiaraju
que pela vida ensinou
multiplicou a semente

da resistência indígena
afirmando sem receios
que “Essa terra tem dono”

pois desde que o vento é vento
desde que o céu é céu
desde que o mar é mar

“Essa terra tem dono”
como quer o Grande Espírito
Ñanderu, o Criador.


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 24 de agosto de 2009
Nota: publicado no Overmundo.

17 outubro 2009

O Guarani Sepé Tiaraju, herói da Pátria!

Foto: Verene Glass


Autor: Roberto Antonio Liebgott

Fonte: Cimi - http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=4153&eid=351


No dia 07 de fevereiro de 1756 foi assassinado, em uma emboscada, o líder Guarani Sepé Tiaraju. Antes dele, milhares de guerreiros tiveram o mesmo destino e depois de seu assassinato, houve uma chacina indescritível. O povo Guarani foi quase exterminado. Restaram grupos de famílias que passaram a percorrer seu sagrado território escondendo-se dos algozes soldados portugueses e espanhóis. As reduções jesuíticas foram destruídas e se completou com isso, o intento dos que pretendiam tomar as terras e nelas fincar os marcos e estabelecer as divisas, a posse e o domínio.No lugar da paz, que perdurou por séculos, foi plantada a espada, a cruz e o martírio. Os campos floridos e as águas límpidas dos rios, riachos e nascentes foram tingidos pelo sangue do povo Guarani, que não pretendia a guerra, a luta armada. Ao contrário, negociaram enquanto foi possível, a convivência com os invasores e até propuseram a partilha das terras. Mas a ganância, o ódio e a sede pelo poder estavam na gênese dos invasores.O etnocídio foi o resultado do embate entre as forças armadas dos europeus e a singeleza dos habitantes do território que acabou sendo denominado de Brasil, Argentina e Paraguai. E depois das "conquistas", o território e as terras não comportariam mais os seus legítimos donos. Hoje, passados 253 anos, os Guarani continuam a sua trajetória de via-crúcis, perseguidos, massacrados e dispersados. Mas a força da resistência prevaleceu e este povo, apesar das adversidades, se posiciona frente ao Estado brasileiro, e, seus homens, mulheres e crianças bradam, assim como Sepé Tiaraju e os milhares de guerreiros que tombaram na luta bradaram: "Alto lá! Esta terra tem dono"!A agonia dos Guarani-Kaiowá, Mbya, Nhandewa, Xiripá é uma cruel realidade dentro do território brasileiro, um país que, pela definição de sua Constituição Federal, é democrático e como tal, nele deveriam ser respeitados os direitos de todos os povos e culturas. Mas não é o que predomina. Ao contrário, enquanto o poder público decreta Sepé Tiaraju como um dos heróis da Pátria, ao mesmo tempo nega-se ao povo Guarani o direto a vida, o direito a terra. Os objetivos da resistência e luta de Sepé Tiaraju, aqueles pelos quais foi assassinado, hoje são causa de perseguição, espancamentos, ameaças e assassinatos de líderes Kaiowá em Mato Grosso do Sul, bem como em outros estados da federação.O poder público, o mesmo que enaltece as lutas do passado, reprime, condena e mata no presente. A contradição é dolorosa. Por que negar aos Guarani-Kaiowá o direito de viverem com dignidade sobre as terras que são suas por direito? E eles não desejam todo o território. Assim como no passado propuseram a partilha das terras a desejam também hoje. Eles sonham com a vida, mas para isso não bastam as esmolas que o Estado lhes oferece.Sepé Tiaraju simboliza uma história de resistência do passado, mas fundamentalmente brada, através dos Guarani-Kaiowá, Mbya, Nhandewa, Xiripá, que a opressão acontece hoje com grave intensidade e diante dos olhos do mundo. A contemporaneidade se difere de 253 anos atrás, porque no passado os relatos ficavam restritos a memória e alguns escritos que possibilitaram narrar e comunicar os lastimáveis acontecimentos.As atuais e inovadoras tecnologias midiáticas mostram online as atrocidades que são cometidas contra os legítimos donos da terra. No entanto, aqueles que comandam os poderes públicos se mostram insensíveis, tapam os ouvidos e vedam os olhos para justificar que nada sabem, nada escutam e nada vêem. E assim transformam os direitos - assegurados na Constituição Federal no seu artigo 231 - em litígio, em disputa, em ações judiciais, em conflitos sem soluções. Como agravante, transformam as vítimas em réus, criminalizam aos que reclamam direitos e absolvem quem invadiu, grilou e/ou se apropriou inadequadamente de terras e bens que não eram seus. Omite-se diante de agressões, espancamentos e assassinatos. Permitem que sejam queimados os barracos de lona na beira das estradas, deixam que se armem, criem milícias de pistoleiros e que disparem tiros contra pessoas, casas e barracos. Em síntese, permitem que sejam cometidos os mais absurdos crimes sem que se faça qualquer objeção.Sepé Tiaraju foi assassinado e muitos de seus parentes contemporâneos, depois de quase três séculos, têm o mesmo destino. Ele virou o primeiro herói indígena do Rio Grande do Sul e agora do Brasil. Enquanto isso, os Guarani são tratados como invasores, bugres, criminosos. Hoje restam apenas, para estes filhos da mãe-terra, os barracos de beira de estrada. E não se sabe até quando...


Porto Alegre (RS), 27 de setembro de 2009.

Roberto Antonio Liebgott (Vice-Presidente do Cimi).

14 outubro 2009

Caos climático


É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.

As folhas secas rangem sob os nossos pés.
Na ressonância o elo da nossa dor
em meio ao caos
a pavorosa imagem
de que somos capazes de expor
a nossa ganância
até não mais ouvir
nem mais chorar
nem meditar,
nem cantar...
só ganância, mais nada.

É temerário descartar
a memória das Águas
o grito da Terra
o chamado do Fogo
o clamor do Ar.


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 14 outubro de 2009

"Ser educador é ser confessor de sonhos"


"Educar é como catar piolho na cabeça da criança. É preciso que haja esperança, abandono, perseverança. A esperança é crença de que se está cumprindo uma missão; o abandono é a confiança do educando na palavra; a presença é a perseguição aos mais teimosos dos piolhos, é não permitir que um único escape, se perca. Só se educa pelo carinho e catar piolho é o carinho que o educador faz na cabeça do educando, estimulando-o a palavra e pela magia do silêncio.
Ser educador é ser confessor dos próprios sonhos e só quem é capaz de oferecer um colo para que o educando repouse a cabeça e se abandone ao som das palavras mágicas, pode fazer o outro construir seus próprios sonhos. E pouco importa se os piolhos são apenas imaginários"
(D. Munduruku).

12 outubro 2009

...pensando nas Crianças e na América

Arte: Militão dos Santos

Romaria

(autoria: Renato Teixeira)

É de sonho e de pó,
O destino de um só,
Feito eu perdido em pensamento,
Sobre o meu cavalo,
É de laço, é de nó,
De gibeira, o jiló,
Dessa vida, cumprida a sol.

Sou caipira pirapora,
Nossa Senhora de Aparecida,
Ilumina a mina, escura e funda,
O trem da minha vida.

O meu pai, foi pião,
Minha mãe, solidão,
Meus irmãos, perderam-se na vida,
A custa de aventuras,
Descasei, e joguei,
Investi, Desisti,
Se à sorte, eu não sei, nunca ví.

Sou caipira pirapora,
Nossa Senhora de Aparecida,
Ilumina a mina, escura e funda,
O trem da minha vida.

Me disseram porém,
Que eu viesse aqui,
Pra pedir, de romaria e prece,
Paz nos desalentos,
Como eu não sei rezar,
Só queria mostrar,
Meu olhar, meu olhar, meu olhar.

Sou caipira pirapora,
Nossa Senhora de Aparecida,
Ilumina a mina, escura e funda,
O trem da minha vida.

06 outubro 2009

Esse tal Meio Ambiente


Recebi do querido blogueiro Almirante Águia este convite irrecusável. Repasso a todos a fim de que possamos refletir a respeito da nossa passagem nesse planeta, pobre rico planeta Terra.
Participem do Blog Action Day; um evento anual que une os bloggers do mundo na abordagem de um mesmo assunto no mesmo dia com o objetivo de difundir a discussão em volta de uma questão de importância global.
Um dia...
Um tema...
Milhares de vozes...

O Blog Action Day 2009 tem como tema as Alterações Climáticas. Estas modificações afetam-nos a todos, ameaçam mais do que muitas vezes podemos imaginar, ou seja:
Mais fome
Mais inundações
Mais guerras
E milhões de refugiados

Considerando a urgência deste assunto e as negociações internacionais sobre o clima que se esperam em Dezembro próximo em Copenhagen, a blogosfera tem a oportunidade única de mobilizar milhões de pessoas exprimindo as suas expectativas na obtenção de uma solução sustentável para a crise climática.
Como participar? Ésimples:
Cadastre-se no site da ação, use o banner (de preferência) e poste algo sobre mudanças climáticas no dia 15.
Temos que utilizar essas mídias alternativas, como os blogs, que estão aí para serem usadas… para divulgar nossos objetivos e desejos pessoais, todos pensando em mudar o nosso futuro, quem sabe para melhor! É válido ou não darmos uma chance a nós mesmsos, ao mundo?
Todo blogueiro têm sua própria linha temática do blog (ou não), mas acho que para esta questão é válido um desvio no roteiro.
Vamos contribuir e, postar algo no dia 15/10/09
Para registrar o blog: http://blogactionday.org/en/blogs/new

VAMOS FAZER UMA AÇÃO DIFERENCIADA
Cada blogueiro que aderir ao movimento fazendo uma publicação, envie o link da postagem para este blog, (pode ser um conto, crônica, poesia, foto, pintura, música, o que a criatividade mandar), para que todos os participantes e leitores possam desfrutar dos trabalhos de cada participante. Vamos formar uma grande lista de apoiadores a esta grandiosa causa, com uma bela participação de cada um.
Almirante Águia
MAIS INFORMAÇÕES
http://www.blogactionday.org/
Esse Tal Meio Ambiente

22 setembro 2009

Campanha pelos Guarani Kaiowá de Ñanderu Laranjeiras de Rio Brilhante, MS/Brasil




Cerca de 130 Guarani Kaiowá indígenas do sudoeste do Brasil estão em risco iminente de despejo de suas terras ancestrais. Eles têm pouca opção além de viver à beira de uma estrada, sem acesso à água ou terra para plantarem.

Trinta e cinco famílias Guarani Kaiowá, incluindo cerca de 60 crianças devem ser expulsos da terra Laranjeira Ñanderu no Mato Grosso do Sul. A terra está em processo de identificação - o primeiro passo no caminho para o reconhecimento legal dos direitos indígenas sobre suas terras ancestrais. A identificação deveria ter ocorrido em 2008, mas tem sido repetidamente suspensa pelos tribunais a partir de ações judiciais dos fazendeiros locais.

A comunidade Guarani Kaiowa reocupou uma pequena parte de suas terras ancestrais no final de 2007, após o Ministério da Justiça, Ministério Público Federal e a Funai assinarem um acordo para identificar 36 terras indígenas, incluindo a Laranjeira Ñanderu. Desde então, o proprietário do terreno tenta expulsar o grupo antes que a terra seja identificada – uma etapa que consolidaria a demanda dos indígenas. Os Guarani Kaiowá praticamente não têm opções de abrigo para onde ir, no caso de serem expulsos. Resta como alternativa criar um acampamento improvisado à margem da rodovia BR 163, que corta suas terras ancestrais. Eles devem ir para uma faixa de cinco metros de sujeira, encravada entre fazendas vigiadas por guardas de segurança e uma estrada com intenso tráfego de veículos carregados de mercadorias - um ambiente perigoso, sem acesso à água, nem a terra para plantarem.

Quando comunidade enfrentou o despejo pela primeira vez em dezembro de 2008, o líder comunitário Farid Mariano disse ao Ministério Público Federal: "Se tivermos que sair, não temos para onde ir - só se for para a beira da estrada ... eles podem nos expulsar, mas índios vão morrer: as pessoas correm mais, crianças doentes, do suicídio. "Outro membro da comunidade, Dona Nirda, acrescentou:" Se nós fomos para a beira da estrada ... não há água lá ... e haverá bebês pequenos e idosos. Não podemos deixar este lugar – as crianças estão matriculadas na escola local. Não há lugar para irmos. "

POR FAVOR Escrever imediatamente em Português ou na sua própria língua:
- Clamando às autoridades federais para que seja impedido o despejo do Povo Indígena Guarani Kaiowá da comunidade Laranjeira ñanderu e para que seja garantida a segurança dos indígenas em sua terra;
- Instando as autoridades a priorizar a identificação da terra Ñanderu Laranjeira no processo de identificação da terra, que começou em 2007;
- Instando as autoridades a cumprir suas obrigações a partir da Convenção da Organização Internacional do Trabalho n169; da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Constituição brasileira, concluindo todas as demarcações de terras ainda pendentes.

POR FAVOR, ENVIE APELOS até 15 de Outubro de 2009 para:


Ministro Federal da Justiça
Exmo. Sr. Tarso Genro
Esplanada dos Ministérios,
Bloco "T"
70712-902 - Brasília / DF Brasil
Fax: + 55 61 3322 6817
+ 55 61 3224 3398
Saudação: Exmo. Sr. Ministro

Secretaria Especial de Direitos Humanos
Exmo. Secretário Especial
Sr. Paulo de Tarso Vannuchi
Esplanada dos Ministérios - Bloco "T" - 4 º andar,
70064-900 - Brasília / DF BRASIL
Fax: + 55 61 3226 7980
Saudação: Exmo. Sr. Secretário

E uma cópia:
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Cimi Regional Mato Grosso do Sul
Av. Prof. Afonso Pena,
1557 Sala 208 Bl.B
79002-070 Campo Grande / MS BRASIL

Também envie cópias aos representantes diplomáticos do Brasil a trabalho no seu país. Por favor, verifique com seu escritório local, se deve-se enviar o apelo após a data acima.


Ação Urgente
Comunidade Indígena ameaçada de despejo

Informações Adicionais


Localizam-se no Mato Grosso do Sul algumas dos menores, mais pobres e mais densamente povoadas áreas indígenas no Brasil: bolsões de pobreza rural – rodeadas por grandes produtores de soja e cana-de-açúcar e fazendas de gado – onde a vida é atormentada por problemas de saúde e condições miseráveis. Cerca de 60.000 pessoas Guarani-Kaiowá indígenas enfrentam uma condições precárias de sobrevivência – a desagregação social tem levado a altos níveis de violência, suicídio e desnutrição. Frustrados com a lentidão do processo de demarcação de terras, os Guarani-Kaiowá começaram a reocupar as terras ancestrais, mas têm sido submetidos à intimidação e expulsões violentas.

Em novembro de 2007, o Ministério da Justiça, o Ministério Público Federal, Funai e 23 lideranças indígenas, assinaram um acordo (Termo de Ajustamento de Conduta, TAC) por meio do qual a Funai se comprometeu a identificar 36 terras indígenas do povo Guarani-Kaiowá - incluindo Laranjeira terra Ñaderu -- até abril de 2010. O acordo foi veemente criticado pelo governo do estado e por setores agrícolas. Após a assinatura do TAC, o governador André Puccinelli ameaçou não honrar o acordo e o vice-governador, Jerson Domingos, inflamou a situação, afirmando que o processo levaria, inevitavelmente a um “banho de sangue ", com conflitos entre a polícia, os índios e os proprietários de terras. Interesses agrícolas locais se opuseram ao processo, exagerando na mídia a quantidade de terras que poderiam ser identificadas como indígenas, e continuamente, tentando bloquear judicialmente o processo de identificação. Existem atualmente mais de 80 recursos a serem apreciados no Tribunal Regional Federal, envolvendo terras indígenas no Mato Grosso do Sul.

Desde a reocupação de suas terras ancestrais, a comunidade Ñanderu Laranjeira tem sobrevivido, em grande parte, com cestas básicas fornecidas pela Funai. A terra em disputa, que é cercada por plantações de cana e milho, é constantemente vigiado por guardas particulares contratados por fazendeiros e eles foram proibidos de plantar sua própria comida. Ilda Barbosa de Almeida, uma das mulheres indígenas na aldeia, informou ao Cimi (organização católica que trabalha com os povos indígenas), que duas crianças morreram na comunidade, pois os seguranças particulares barraram o acesso de profissionais de saúde do governo federal. A comunidade também sofreu três suicídios durante este tempo.

A ordem original de despejo contra a comunidade Laranjeira Ñanderu foi suspensa enquanto se aguardava um relatório FUNAI sobre a legitimidade das reivindicações indígenas. No entanto, a oposição do proprietário da fazenda e a pressão dos setores agrícolas têm impedido a FUNAI de realizar o trabalho necessário. Em julho de 2009, a organização dosagricultures, Farmasul, recorreu para o Tribunal Regional Federal e conseguiu suspender todos os estudos antropológicos de terras indígenas, incluindo as terras Ñanderu Laranjeira. Embora esse recurso tenha sido derrubado em agosto, a comunidade Laranjeira Ñanderu ainda enfrenta a ameaça do despejo.

Por causa da falta de solução paras as demarcações de terras ainda pendentes, vários outros Guarani-Kaiowá vivem às margens de rodovias. Eles são expostos a ameaças de seguranças contratados para impedi-los de tentar reocupar terras e aos problemas de saúde relacionados a ao fato de viverem em barracas e à falta de assistência médica. Além disso, um grande número foram mortos e feridos em acidentes de trânsito.

Tanto a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que o Brasil assinou em 2007, quanto a Convenção da Organização Internacional do
Trabalho n.169, da qual o Brasil é signatário, consagram o direito dos povos indígenas às suas terras ancestrais e apelam aos Estados para estabelecer mecanismos que garantam a efetivação e o reconhecimento desses direitos. A Constituição Brasileira (1988) também afirma os direitos dos povos indígenas brasileiros em relação a suas terras e à responsabilidade da União em demarcá-las.

19 setembro 2009

Caxiri Literário



PROGRAMAÇÃO – FLIMT

06 de Outubro – Terça-Feira
MANHÃ
9h - Cerimônia de Abertura
Apresentação indígena do grupo Nação Nativa
Lançamento do Concurso de Literatura Indígena
Lançamento da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas
Lançamento da Academia dos Saberes IndígenasCom as presenças de Ailton Krenak, Alvaro Tukano, Marcos Terena, Estevão Taukane, Joaquim Crixi Munduruku, Daniel Munduruku.Abertura do Seminário de Bibliotecas Públicas de Mato Grosso

TARDE
14h
PINTURA CORPORAL Elias Maraguá e Xohã Karajá
14h - SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS PÚBLICASMesa: Salime D. Marques, José Geraldo Riva, Dênio Peixoto Ribeiro, Nádia Ferreira Montenegro
14h30 / 17h - CAXIRI LITERÁRIO
Tema: Literatura Indígena: o tênue fio entre escrita e oralidade
Mediador:Daniel Munduruku; Expositores: Graça Graúna, Manoel Moura Tucano Eliane PotiguaraYaguarê Yamã


17h - LANÇAMENTOS - Cartões postais Nambikwara O Banquete dos Deuses - Daniel Munduruku Antologia de textos indígenas
19h - Sarau teatral - Grupo Nação Nativa

07 de Outubro – Quarta-Feira
MANHÃ
09h - CAFÉ LITERÁRIO
Tema: A literatura e a Ilustração infanto-juvenil na sala de aula: caminhos possíveis.Mediadora: Yasmin Nadaf
Expositores:Jô Oliveira – IlustradorMaurício Negro – Escritor e IlustradorHeloisa Prieto – EscritoraSeveriá Idioriê – Professora Indígena Anna Claudia Ramos - Escritora e Presidente da AEI-LIJ.
09h - RODA DE HISTÓRIAS INDÍGENAS Ely Macuxi e Eliane Potiguara
11h - PINTURA CORPORAL - Cleomar Umutina e Rony Wasiry

TARDE
14h - PINTURA CORPORAL - Jones Munduruku e Luciano Umutina
14h30 - PERFORMANCE ARTÍSTICA - Mauricio Negro e Luciana Kaingang
15h00 - RODA DE CONVERSA - Heloisa Prieto e Anna Claudia Ramos
15h30 - RODA DE HISTÓRIAS INDÍGENAS - Yaguarê Yamã e Cleomar Umutina
17h - LANÇAMENTO - Estranhas Desventuras - Heloisa Prieto – Companhia das Letrinhas Criaturas de Ñanderu – Graça Graúna - Editora Amarylis - um selo editorial da editora Manole
19h - Sarau Poético com Carlos Tiago Saterê e Graça Graúna e Grupo Nação Nativa

08 de Outubro – Quinta-Feira
MANHÃ
9h - CAXIRI LITERÁRIO
Tema: Movimento Indígena e Educação
O movimento indígena como um importante instrumento na formação da consciência brasileira
Expositores: Ailton KrenakEstevão TaukaneÁlvaro Tukano
09h - RODAS DE HISTÓRIAS INDÍGENAS Olivio Jekupé Guarani
09h - OFICINAA arte Gráfica dos Povos originários - Cleomar Umutina , Luciana Kaingang e Xohã Karajá
10h - LANÇAMENTO SEDUCUNEMAT
10h30 - PERFORMANCE ARTISTICA Jô Oliveira e Yaguarê Yamã
11h30minRODA DE CONVERSAOlivio Jekupé e Álvaro Tukano

TARDE
14h -PINTURA CORPORAL - Elias Maraguá e Rennê Nambikwara
14h30 -TOQUE DA FLAUTA NAMBIKWARA
15h - CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS - Luciano Umutina e Luciel Boroponepá
17h -LANÇAMENTOA Onça e o Fogo - Cristino Wapichana
19h - Sarau musical com Marcelo Munduruku e Cristino Wapichana

09 de Outubro – Sexta-Feira
MANHÃ
09h - CAFÉ LITERÁRIO

Palestra com Áurea Cavalcante.Tema: As Línguas Indígenas em Mato Grosso: situações de contato e diversidade
09hPINTURA CORPORAL - Marcelo Munduruku e Umutinas
10h - Lançamento UNEMAT


TARDE
14h - PINTURA CORPORALUmutinas
14h30 - OFICINA - A arte Gráfica dos Povos originários - Xohã Karajá, Elias Maraguá e Luciana Kaingang
14h30 - CAXIRI LITERÁRIOTema: A temática indígena na Sala de Aula

Mediador: Jucélio Paresi
Expositores:Edson Kayapó (doutorando em educação) Darlene Taukane (mestre em educação) Chiquinha Paresi, Marcos Terena
17h - LANÇAMENTO - A Palavra do Grande Chefe - Daniel Munduruku e Mauricio Negro - Global Editora
19h – Sarau musical – Márcio Bororo

10 de Outubro – Sábado
9h- PINTURA CORPORAL - Umutinas
9h30 - CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS - Olívio Jekupé e Luciana Kaingang
10h -LANÇAMENTOOs Índios Xarayés – P. Pitaluga ; Os Índios Cuyabás – P. Pitaluga; O Fervo da Terra – D. Goldemberg
14h - PINTURA CORPORAL - Umutinas
14h30 - CAFÉ LITERÁRIO
Público: autores regionais; Tema: Caminhos para a literatura em Mato Grosso;
Mediador: Yasmin Nadaf17h – LANÇAMENTO - As pegadas do Curupyra - Yaguarê Yamã
19h - FESTIVAL DE ENCERRAMENTO - Danças indígenas (Umutina, Xavante, Bororo, Nambikwara). Encerrando com a música do Cristino e do Márcio Bororo.

17 setembro 2009

Em defesa dos Guarani Kaiowá

Artesã guarani kaiowa. Foto: Egon Shaden, 1949.


Fogo na Casa dos Outros é Refresco:
o extermíndio é assim.
Texto de Lauriene Seraguza[1]


Aldeia Guarani, desocupada recentemente por ordem judicial, foi queimada na madrugada do dia 15.09 em Rio Brilhante, MS.

O dia amanheceu cinzento. Talvez pelas cinzas dos casebres de sape e das memórias dos índios Guarani e Kaiowá da Laranjeira Ñanderu de Rio Brilhante, MS. O extermíndio continua. Diante da situação atual de Mato Grosso do Sul frente as demarcações de terras indígenas, tocar fogo na casa dos outros é literalmente um refresco ou um pseudo-alívio.
Há quase dois anos os indígenas Guarani e Kaiowá homens, mulheres, crianças e idosos oriundos da região retornaram na busca de seu Tekoha (Território Tradicional). Nas imediações do município de Rio Brilhante, encontraram um pouco do que restou de mata e dos rios e muito de sua história.
Para a preservação e conservação dos recursos naturais é interessante que as comunidades tradicionais continuem nas áreas de reserva verde posto que a afinação desses povos com a natureza é reconhecida e por não se tratar de comunidades ocidentais que estão submetidas ao sistema capitalista, o consumo fútil, supérfluo, evitável, passa bem longe. Portanto, o respeito ao meio ambiente era garantido.
Enfim, no dia 11 de setembro de 2009, os índios deixaram as suas casas de sapé, os seus animais, muitos de seus pertences, de suas lembranças e de suas histórias vivenciadas para o lado de dentro da porteira do Português. Mas nesse mesmo dia, foi verbalizado um acordo entre as lideranças , a comunidade da Laranjeira Ñanderu e a Polícia Federal de que como os indígenas havia cumprido com a lei, de boa fé, dentro do prazo, eles teriam um prazo ampliado para retirarem as estruturas de suas casas. Madeira e Sape. E a garantia de que elas permaneceriam lá.
Esse poderia ter sido um recomeço. Certo que “trocaram” a mata pela estridente rodovia que beira o acampamento dos Guarani e Kaiowá, mas poderiam em vez de barracas de lona, manterem suas casas de sapé; poderiam ter onde rezar e onde se reunir. Poderia ter sido um – outro – recomeço, mas não foi.
Os atuais proprietários da fazenda onde os indígenas moram na frente afirmaram desconhecer tal acordo, e portanto, como a justiça estava ao lado deles, queimaram as casas que estavam levantadas da porteira para dentro. Ah, como estava dizendo, eles queimaram as casas que estavam dentro da mata (20% de Reserva Legal?), perto do rio (Que feio!). Tudo isso, e além de tudo, na era do aquecimento global.
Mas nem precisa ir tão longe. Aquela área construída pelas mãos de índios e índias, onde as rezas ecoaram céu afora, no estado das pré-coisas, está queimada. Destruídas por uma máquina e queimada por seres humanos. E assistida, de fora, por outros seres humanos.
Estes outros, claro, são os Guarani. Eles assistiram do lado de lá da cerca, da beira da rodovia as suas casas serem queimadas. Os restos materiais de sua estadia ali e todos os seus bens simbólicos. Todos os momentos de alegria, de tristeza, de união, de luta. Tudo queimado. Imagine se fosse você, caro leitor, que vivenciasse os seus sonhos por meio das chamas. Que observasse a sua vida tilintar nas labaredas da ganância. Deve ser muito doloroso.
É no meio de tanta dor, medo, desespero que o Grande Povo resiste. É da dor que eles tiram força para continuar, para não desistir, para seguir em frente na busca de um mundo real onde o direito a diferença dentro da igualdade seja respeitado. É frente a tantos fantasmas que insistem e retornam, ao repeteco de cenas já vistas antes que os Guarani resistem. Quantos ainda terão que sofrer, morrer para que a justiça seja feita? Até quando tanta impunidade?
Canta Guarani que seu canto será ouvido. Chega de ignorar os direitos humanos. Demarcações Já!


[1] Lauriene é Educadora da SempreViva Organização Feminista MS – laurieneseraguza@yahoo.com.br
Nota: texto publicado no Overmundo.

14 setembro 2009

Answer



We have indigenous blood
We have ebony sweat
We have mestize tears

Yes, sir.
Nessa mistura
caminhamos fortes

Graça Graúna. Tear da palavra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2007, p. 37.
Nota:
[1] No inglês, answer significa resposta; blood = sangue; sweat = suor; tears quer dizer lágrimas.
[2] Foto do Jornal Comunitário sobre o Festival Nacional de Cultura Indígena, Bertioga/SP, maio/2009.
[3] Poema publicado no Overmundo.

06 setembro 2009

Laços

Foto: Ângela Pinto


anômimas
ânimas
de niñas
y niños
(perdidos en la calle)
de mãos dadas



Graça Graúna. Tear da palavra. belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2007, p. 8.

Nota: poema publicado no Overmundo.

31 agosto 2009

Outras histórias


 Noite estrelada de Van Gogh.


Bebeu a angústia do ser
e saiu na tarde quente e vazia
pelas ruas
sem lenço, sem documento
como fez Camões
ou foi Caetano
que também salvou a nado
um violão ao peito?

Bebeu a angústia do ser
na boca molhada
de suor e sexo
seguindo o infinito
neste sopro de adeus


Graça Graúna. Tear da palavra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2007, p.7.

30 agosto 2009

Do paladar das palavras

O poeta Anibal na Academia de Letras do Amazonas


Hoje acordei com saudades
de saborear palavras
que vem lá do Amazonas
no versos de um amigo
que lá no céu faz a festa
anjo bom Aníbal Beça


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 30.ago.2009

Nota: em 25 de agosto o dia deu em chuvoso. Saudades do poetamigo Beça

20 agosto 2009

Confirmado: entre os 100 mais votados


Estimados(as) internautas:

estou muito contente com o resultado do juri popular que, no Brasil, coloca o meu Blog entre os 100 mais votados na categoria Cultura. Não tenho palavras para agradecer a atenção de todos(as) que arrecadaram uma parte do precioso tempo para votar no meu Blog e compartilhar dos meus escritos.
Que Ñanderu (o Grande Espírito, em guarani)
cubra a todos(as) com o seu manto de luz.
Saudações literárias,
Graça Graúna
Nordeste do Brasil, 20.ago.2009

16 agosto 2009

Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia Ibero-Americana



Sepé Tiaraju (-1756) – Herói guarani, de São Miguel (RS), foi morto em combate. Tornou-se figura central na luta contra o Tratado de Madri, que exigia a retirada da população guarani do território que ocupava havia cerca de 150 anos. Defendeu com a vida o rincão de caça, pesca, plantio e morada do povo guarani. Recebeu por isso canonização popular. Costumava dizer “Esta terra tem dono”. Após sua morte foram dizimados 1500 guaranis por espanhóis e portugueses.


Objetivando incentivar e divulgar a literatura concebida nas Línguas Espanhola, Portuguesa e Guarani, a Oca das Letras promove o 1º Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia Ibero-Amerícana/2009, instituído pelo seguinte regulamento:
Art. 1º. O 1º Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia Ibero-Amerícana/2009 destina-se a todas as pessoas interessadas, desde que as poesias sejam escritas em Língua Portuguesa, Espanhola ou Guarani.
Art. 2º. As inscrições são gratuitas e se encerram no dia 31 de agosto de 2009. Após esta data, os trabalhos serão desconsiderados.
Art. 3º. Os concorrentes poderão participar com 3 (três) poesias, cada uma limitada a 25 (vinte e cinco) linhas de 60 (sessenta) caracteres. As obras inscritas deverão ser inéditas e não podem ter sido premiadas em outro concurso de poesia.
Art. 4º. As inscrições são efetuadas através do sítio eletrônico da Revista Cultural Oca das Letras (link no final desta página).
Art. 5º. Cada concorrente pode realizar apenas 1 (uma) inscrição contendo necessariamente 3 (três) poesias.
Art. 6º. Os resultados serão divulgados no sítio eletrônico da Revista Oca das Letras (http://www.ocadasletras.com.br), pela mídia e individualmente (via e-mail) a todos os participantes, no dia 15 de outubro de 2009.
Art. 7º. A comissão julgadora será composta por 5 (cinco) membros de reconhecido nível intelectual, sendo sua decisão soberana e irrecorrível. A comissão julgadora pode conceder menções honrosas.
Art. 8º. Premiação:
1º lugar:
- Troféu Sepé Tiaraju, confeccionado por Guaranis;
- Certificado de participação constando a referida classificação;
- Publicação de um livro de poesias, de aproximadamente 50 (cinqüenta) páginas. O autor receberá 20 (vinte) exemplares, a título de cedência de direitos autorais para esta edição específica;
- 2 (dois) exemplares do livro “Antologia do 1º Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia/2009”, contendo 3 (três) poesias de cada autor premiado (até o 20º colocado), a título de cedência de direitos autorais para esta edição específica;
- Publicação de 5 (cinco) poesias na edição de novembro/2009 da Revista Oca das Letras.
2º ao 20º lugar
- Certificado de participação constando a referida classificação;
- 2 (dois) exemplares do livro “Antologia do 1º Prêmio Sepé Tiaraju de Poesia/2009”, contendo 3 (três) poesias de cada autor premiado, a título de cedência de direitos autorais para esta edição específica;
- Publicação de 1 (uma) poesia na edição de novembro/2009 da Revista Oca das Letras.
Parágrafo 1º: A Comissão Julgadora poderá conceder Menção Honrosa para um ou mais trabalhos, se assim julgar pertinente, dando direito a certificado e publicação.
Parágrafo 2º: Ao autor não caberá nenhum tipo de indenização ou pagamento de qualquer espécie, por parte da Revista Oca das Letras e da editora responsável, na publicação de seu trabalho.
Art. 9º. O encaminhamento dos trabalhos na forma prevista neste regulamento implica na concordância plena com as disposições nele consignadas.
Art. 10º. Casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora.
>> Clique aqui e inscreva suas poesias <<
O prêmio contempla poesia concebida nas Línguas Português, Español e Guarani. Como premiação, além de uma antologia poética contendo três poesias de cada um dos 20 primeiros colocados, também será publicado um livro depoesias do autor vencedor.inscrições gratuitas, até 31 de agosto de 2009, através da página:


mais informações:

11 agosto 2009

Ao Bukowski, com carinho.


Minha pequena homenagem em 16 de agosto, quando ele faria 89 anos.


***
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 11 de agosto de 2009.

04 agosto 2009

Cênica

Para: Chico Buarque, Elis Regina e Helena Parente Cunha.


PRIMEIRO ATO
Ele praguejava tanto...
_ Faça isto, faça aquilo!
Não me interessa
o que você pensa
o que você quer
o que você sonha!

SEGUNDO ATO
Arrastando a cruz
em seu silêncio’
“ela não consegue despregar
nenhum sorriso”.

TERCEIRO ATO
Quebrado o encanto
ouve-se uma voz:
_ Não chores tanto.
Ter consciência
dos próprios direitos
é mirar-se no espelho
de marias e liliths
soltar a voz
juntar os cacos
e, se possível, reconhecer
a identitária chama.

ÚLTIMA CENA
Vestida de coragem
ela soltou a voz
dançou a valsa da cidade
e seguiu pela vida
em sintonia com o tempo.

Graça Graúna. Cênica. In: Antologia talento delas. São Paulo: Rebra Selo Editorial, 2007, p. 64-66.


Nota: publicado no Overmundo.

30 julho 2009

Selo Blog de Ouro





Recebi este selo da poetamiga Márcia Sanchez Luz.
Querida Márcia, grata por mais um presente.
Para compartilhar, vamos às regras...
1. Exiba a imagem do selo “Blog de Ouro”;
2. Poste o link do blog de quem te indicou;
3. Indique 5 blogs de sua preferência;
4. Avise seus indicados;
5. Publique as regras;
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo.
Eis os meus indicados:

27 julho 2009

Tessituras

Ponte de Arles, de Vincent Van Gogh


Ser todo coração
enquanto houver poesia:
essa ponte entre mundos apartados


Graça Graúna. Tessituras da terra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p.31.

26 julho 2009

Quase hai-kai V

Imagem: Interior, de Henri Matisse

Traspassa o eterno
circuito da vida
na janela do poema


Graça Graúna. Tessituras da terra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2001, p. 33.