Um pardalzinho nasceu
entre as migalhas do shopping,
já viciado na cidade.
Em passos miúdos
circula a beira do lago
das Super Quadras
e num voo frágil
alcança o pier 21
as vigas da colônia
e mira o asfalto.
Um pardalzinho stressado
na praça da alimentação
cata sob as mesas
as últimas forças
que alimentam seu voo no Planalto.
...e das migalhas do shopping
um pardal faz seu ninho
talvez o último entre as cinzas
no asfalto
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 9 de junho de 2009
NOTA - 1: a primeira versão deste poema foi escrita em Brasília/DF, no Pier 21, em 5 de janeiro de 2004.
NOTA - 2: poema publicado no Overmundo.
DEU NO JORNAL: 21 de novembro de 2008. Um ninho com três filhotes de pardal foi encontrado próximo à portaria 2 do Shopping Iguatemi, em Caxias do Sul. [...] Pardais vivem de 15 a 20 anos, medem cerca de 15cm e se alimentam de sementes, além de alguns insetos, frutas e migalhas de pão. Normalmente fazem seus ninhos embaixo de telhas, em buracos, cavidades e é comum ocuparem ninhos de outras aves.
Obrigada mainha, pelo carinho e por este ninho de mensagens, sinal de que a vida e a natureza reagem às intempéries e sobrevivem com a força do sol e da lua, do vento e da chuva, dos pássaros que obeservamos na janela e mesmo de um passeio de shopping.
ResponderExcluiramo e admiro teus voos de passarinho perdido à vovó pássaro
Ainda há poesia no planalto, Graça? Só vc pra ver.
ResponderExcluirSabe, aqui na frente da janela do nosso quarto tem um ninho de bem-te-vi bem numa caixa de luz. No transformador do poste. Minha gata Clarice fica irada com a bem-te0vi mãe que pia e pia..e está solta enquanto Clarice está presa , atrás das redes que eu coloquei com medo de que ela caísse.
Bom, toda essa lenga-lenga pra dizer que os predadores aqui estão presos, eqto a bem-te-vi tá solta. Nada contra minha gata, mas ela se pudesse caçava a passara lindinha ;))eqto nesse asfalto que vc fala e no Brasil quase todo é o contrário. Predadores soltos e nós, pardais sem ninho, a mercê da predação. Adorei e me identificquei com o poema e reafirmo que só vc pode ver poesia no asfalto e que asfalto maos duro, não?
Ana, minha filha, não consigo imaginar a minha vida sem você, Fabiano e Agnes. Sou o que sou porque vocês estão por perto. Bjos e bençãos, mainha
ResponderExcluirCD - quando digo que você é uma criatura divina é porque é mesmo. Fico bastante emociaonada com a sua presença e com a tua simplicidade e atenção. Sim, vejo poesi em Brasilia porque meus meus filhos estão por lá também e tem outras pessoas amigas que tornam Brasilia um lugr de se levar no coração.Bjos de luz, Grauninha
ResponderExcluirPS: e atua Clarice, está bem? Coniderando que sou passarinho, o que será que ela faria se eu estivesse por perto?...rsrs...
Graça,
ResponderExcluirvocê acredita que pensei o mesmo que você, no mesmo local? Aqui no Pier 21, olhava pardais que buscavam alimento junto à praça da alimentação. Mas não traduzi em poema o que senti, o que bem fazes agora e que traduz exatamente o que senti naquele instante. Quanta sensibilidade minha querida, com a Natureza, que pode ser interferida pelas nossas ações.
beijos
Evohé!
ResponderExcluirEnvaidecido, agradeço.
Volte sempre.
Abreijos textuais
Davis
Cris, meu amigo: fico tão feliz com a tua presença....quando postei esse poema, desejei muito que você lesse e de imaginar que você esteve no mesmo lugar e perceber as mesmas inquietações dos pardalzinhos no pier 21, parece mágico. Sei que devo agradecer esse grande presente que a vida me dá em ter você por perto. Grata, meu amigo. Bjos de luz, Grauninha
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