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07 junho 2009

...pobre Planeta

Imagem: Google

***para Juscelino Mendes e Diacui,
meus irmãos da etnia Pataxó/BA ***
I
Tive sonhos imundos
sonhos estranhos
pesadelos...
Troncos seculares de árvores mortas
àguas turvas, animais em chama
tamanduás pisoteados pelo progresso
nossos curumins órfãos
nossos velhos desesperados.
II
Vi a morte de perto
e a sua capa pesou em meus ombros.
Ouvi discursos bonitos
quais túmulos caiados
e quando os meus olhos se fecharam
veio um pedaço de rio à beira da morte
e desabou sobre mim
os seus descaminhos.
III
Vi os meus parentes desnutridos
vi tanta miséria
que o meu pranto se transformou
num rio triste, sem fim.
IV
E apesar da escuridão
sonhei com o amanhecer
desejei tanto viver
que ouvi um sabiá cantar na mata
e ao seu lado, uma voz guerreira:
V
_ Acordai, acordai,
que é chegada a hora
de repensar nossa atitude
em relação ao Planeta!


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 7 de junho de 2009
NOTA: poema publicado no Overmundo.

8 comentários:

  1. Graça, que lindo!
    Seu poema nos faz refletir, traz tristeza, mas também traz esperança. Essa esperança desperta em nós a vontade de agir, fazer a nossa parte, tornar a vida melhor.
    Beijos.

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  2. Sonia Brandão, poetamiga: cada dia que passa venho escrevendo poemas tristes. Vou atendendo a voz do texto, acreditando na esperança de um tempo melhor. A sua leitura me anima. Gratissima por sua presença. Em Ñanderu, Grauninha

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  3. Dá vontade mesmo de chorar um rio, mas precisamos fazer mais alguma coisa. A nossa casa, a Terra, depende de nós.

    Beijos.

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  4. Mestre Carlos Brandão: a sua presença e a de Sonia sugere um rio de Esperança. Grata pelo carinho. Paz em Ñanderu, Grauninha

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  5. "de repensar nossa atitude":
    de repensar
    de repente

    mas essa mudança de atitude, essa tomada de consciência... leva tanto tempo!

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  6. Priscila, estimada: acredito que se fizermos uma pequena ação que seja para melhorar a nossa vida no Planeta, aí teremos esperança que o ser humano crescerá mais interiormente. Bjos.

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  7. Graça, você, alem de competente poeta, é uma graça! Consegue por em breves linhas um brado, que deveria ser de todos nós. O Planeta está exangue, por que desrespeitado a todo instante. Interessante a sua esperança, esperança de todos nós, expressada no poema. Somos índios herdeiros direto dessa herança bendita de cuidar do planeta. Obrigado pela gentileza da dedicação.

    Um beijo!

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  8. Meu querido Juscelino: estou muito feliz com a sua presença no meu blog. Quando fiz este poema me lembrei de você e da querida Diacui. Só lamento não ter escrito algo mais esperançoso, mas Ñanderu cuidará dos nossos caminhos. Sim, cuidar do planeta é a nossa herança. Grata pelo carinho.Bjos

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