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29 maio 2009

Poema torto

Foto: Liane Neves

Quando eu crescer
quero ser Quintana
cavar o infinito
dos caminhos do mundo.

Ah, quando eu me for
“hei de levar uns poemas tortos”
como seu eu fosse também
o último ser vivente


Graça raúna
Nordeste do Brasil, 29 de maio de 2009

Graça Graúna. Canto mestizo. Marica/RJ: Blocos Editora, 1999, p.62 [prefácio de Leila Miccolis]


NOTA: poema publicado no Overmundo.

25 maio 2009

Dádiva

The Cafe Terrace, Van Gogh


A sensação de quem vive ou está só
pode ser comparada a uma pedra
que emerge da escuridão da terra
qual diamante que brilha feito sol.

A solidão é dádiva da vida
é meta suprema, dá força ao ser
embora não seja para todos
a solidão faz parte do crescer

ainda que da prisão a luz sufoque
e as chagas do tempo libertem o ser
a resistência desabrocha enfim

e ao perceber o reflexo da clausura
é acolhendo o interior da pedra
que se compõe a leveza do ser


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 22 de maio de 2009
NOTA: poema publicado no Overmundo.

24 maio 2009

6º Encontro de Escritores e Artistas Indígenas


15 DE JUNHO
Tema: Os movimentos do saber indígena: grafismos e arte indígena contemporânea
09h00-11h30min
Local: UFRJ
Convidados:
Cristino Wapichana
Cleomar Tan Huare Umutina
Xohã Karajá
Luciana Kaingang
Conversam sobre a arte indígena e suas relações com o sagrado.

13h30min – 15h30min
Oficina de grafismo e cultura material reservada aos participantes da atividade da parte da manhã
I Colóquio entre Tradição Oral e Literatura Brasileira
Local: Academia Brasileira de Letras (ABL)
Horário: 17 horas
Componentes indígenas da mesa-redonda:
Daniel Munduruku – Escritor premiado nacional e internacionalmente. Doutorando em Educação na USP e Diretor-presidente do INBRAPI
Graça Graúna – Indígena Potiguara. Poeta, Professora-Doutora em Língua e Literatura na Universidade de Pernambuco (UPE).
Ely Macuxi – Graduado em Filosofia. Escritor e Professor da rede Pública do Amazonas.
Aguardamos informação acerca dos membros da ABL que vão compor essa mesa.

16 DE JUNHO
Roda de conversa indígena
09h00 – 11h30min
Tema: Catando piolhos, contando histórias.
Wasiry Guará
Luciano Umutina
Yaguarê Yamã
Eliane Potiguara
Conversarão com o público e contarão histórias de seus povos.
13h30min – 15h30min
Oficina sobre contação de histórias reservada aos participantes da atividade da parte da manhã.

17 DE JUNHO
Tema: Caminhos da memória
Programação do Seminário FNLIJ, no período da manhã .
Ritual e apresentação dos convidados
Mesa 01: Memória, Oralidade e Literatura.
Mediação: Ely Macuxi
Graça Graúna – Doutora em Literatura
Marcos Terena – Liderança e diretor do Memorial dos Povos Indígenas de Brasília.
Severiá Xavante – Professora de Língua e Literatura brasileira.

Mesa 02: Memória, Oralidade e as artes
Mediação: Eliane Potiguara
Siridiwê Xavante – Coordenador do Instituto das Tradições Indígenas - IDETI
Luciana Kaingang – Artista Plástica e Graduanda em Ciências Biológicas pela UPF. Atua como educadora social no Ponto de Cultura Kaingang
Xohã Karajá – Artista Plástico e arte-educador

Programação do Seminário FNLIJ, no período da Tarde
Tema: Novas Tecnologias da Memória
Mesa 01: Memória: Imagem em ação
Mediação: Ailton Krenak – Jornalista, diretor do Núcleo de Culturas Indígenas e da “Aliança dos Povos da Floresta”.
Alex Pankararu – Diretor da Ong indiosonline que utiliza a internet para divulgação dos conhecimentos ancestrais.
Isabel Taukane – Coordenadora da iniciativa “Círculo dos saberes” que reúne jovens de diferentes povos do Mato Grosso com o objetivo de reavivar a cultura tradicional entre eles.
Caimi Waiassé – Cineasta ganhador de diversos prêmios no Brasil e no exterior.
Mostra de filmes indígenas
Sorteio de livros e cultura material para o público presente.
Encerramento do seminário com a presença de Beth Serra, da FNLIJ.

18 DE JUNHO
II Encontro de Literatura Indígena
Tema: Oralidade e as novas tecnologias da memória.
Local: UERJ
Mediação: Daniel Munduruku – Escritor e coordenador do Núcleo de Escritores e Artistas Indígenas do Inbrapi
Rivanildo Wapichana – tecnólogo.
Ailton Krenak – Jornalista e coordenador do Núcleo de Cultura Indígena.
Isabel Taukane – Kura Bakairi – Jornalista e coordenadora do projeto
José Ribamar Bessa – Antropólogo e coordenador do programa pró-índio da UERJ
A abertura será feita pelos músicos indígenas Cristino Wapichana e Márcio Bororo

19 DE JUNHO
I Encontro de literatura indígena na UFRJ

Local: UniRio
Hora: 19 horas.
Composição da mesa:
Daniel Munduruku – Mediador. - Escritor. Doutorando em educação na Universidade de São Paulo e Diretor-Presidente do Inbrapi.
Álvaro Tucano - Liderança tradicional e fundador do Movimento Indígena Brasileiro.
Estevão Taukane - Liderança tradicional.
Graça Graúna - Indígena Potiguara. Profa. Dra. em Letras e Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco.
Severiá Karajá - Graduada em Letras e Literatura.
Outros indígenas estarão presentes na plateia e poderão fazer intervenções no momento da abertura
para o público.
Debatedor(a): convidado(a) indicado(a) pela UFRJ

DIA 2O DE JUNHO
Avaliação do Encontro


Mais informações:
Informações pelo e-mail:
seminario@fnlij.org.bre pelo telefone: (21) 22629130, com Maria Beatriz
NOTA: matéria publicada no Overmundo.

20 maio 2009

Poesia, simplesmente

Mario Benedetti, fotografado por Eduardo Longoni


é tudo que me fica do instante
entre a vida e a morte
de mãos dadas
devemos seguir
ainda que os nossos eus se encontrem
perdidos no perdido.
Infelizmente
acordei assim, meio nublada,
pois me custa aceitar
o luto da poesia
mas a luta continua
Mario Benedetti
poeta boa gente


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 20 de maio de 2009


NOTA: ao ler o poema “O túnel”, do pernambucano Pessoa de Melo, observei a sintonia que os seus versos provocaram em RaiBlue, C.Campello, Jéfte, Mirtes (amigos no Overmundo) e em mim também. Revendo o meu comentário, dou conta de que me referi à tristeza de não ler mais Benedetti-em-vida. Ele se foi, mas a sua poesia fica tocando todos(as) nós pela Essência.

Avesso blues

Imagem: grafite e poesia, de Nelson/Google


Olho a cidade
grito o teu nome
gravado nos muros
com o por do sol

Nada de novo
e tudo de novo
ontem mais lua
hoje mais sol

Olho a cidade
grito o teu nome
num avesso blues
cravado de sol

Escrevi este poema há dez anos, quando me vesti de coragem para lançar meu livro de poemas - Canto mestizo, publicado em Marica/RJ, Editora Blocos, 1999, p.66.
Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 20.maio.2009
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Nota: poema publicado no Overmundo.

17 maio 2009

Peregrinos

Tela de Berenice Barreto

Quem quer que seja
o senhor de óculos
a mulher carpideira
a velha senhora
a criança magricela
o padre, a moça
a sóror namoradeira
pouco importa
se justos ou culpados
o índio, o negro
o patrão, o empregado
o rico, o pobre
o poeta, o soldado.

Quem quer que seja
há de pousar na árvore do mundo
na boa companhia de anjos e pássaros
---------------------
Graça Graúna. Canto mestizo. Marica/RJ: Blocos Editora, 1999, p.68 [prefáio de Leila Miccolis].
Nota: poema publicado no Overmundo.

15 maio 2009

A tradição oral e as novas tecnologias da memória

Ilustração: Fernando Vilela, no livro Sabedoria das águas, de Daniel Munduruku

Entre os dias 15 e 20 de junho de 2009, no Rio de Janeiro, acontecerá o VI Encontro Nacional de Escritores(as) e Artistas Indígenas. O tema em pauta enfatiza a “A tradição oral e as novas tecnologias da memória”. O objetivo é discutir os usos das tecnologias para a preservação e a atualização da memória ancestral de nossa gente.
O Encontro acontece no XI Salão do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e pretende também reunir pessoas que estão desenvolvendo trabalhos teóricos e práticos dentro desta área de pesquisa com especial enfoque na produção literária. O evento se realizará junto ao 11º Salão FNLIJ , no Centro Cultural Ação da Cidadania (Av. Barão de Tefé, 75, Bairro Saúde, no Rio de Janeiro, CEP 20220-460). Participarão os parentes indígenas oriundos das diversas regiões do Brasil. Da programação, vale ressaltar o momento em que estaremos reunidos com os imortais da Academia Brasileira de Letras, com os educadores das redes pública e particular de ensino, com estudantes universitários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em meio ao evento, crianças e jovens serão atendidos em nosso estande institucional dentro do salão do livro.
Daniel Munduruku, presidente do Instituto Indígena Brasileiro para a Propriedade Intelectual (Inbrapi) e grande articulador do VI Encontro, fala da expectativa de trazer o debate para o universo da literatura a fim de “mostrar como esta atualização está se dando de forma a complementar – e não destruir – a oralidade dos povos indígenas brasileiros”. Para Daniel, a intenção é “contribuir para o desenvolvimento de um pensamento holístico que mostre o congraçamento entre tradição e as tecnologias”. Confira a programação:

Dia 17 de Junho
Período da manhã

Ritual e mesa de abertura com a presença de Beth Serra e convidados.
Palavras de boas vindas por Daniel Munduruku

TEMA: CAMINHOS DA MEMÓRIA
Mesa 01: Memória, Oralidade e Literatura.
Esta mesa pretende investigar o processo de como os povos indígenas vão se apossando de novos instrumentais sejam sociais ou acadêmicos para estabelecer parâmetros de coexistência entre as sociedades.
Mediação: Ely Macuxi
Graça Graúna – Doutora em Literatura
Marcos Terena – Liderança e diretor do Memorial dos Povos Indígenas de Brasília.
Severiá Xavante – Professora de Língua e Literatura brasileira.

INTERVALO: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Mesa 02: Memória, Oralidade e as artes (grafismo, dança, música e ritual).
Esta mesa tem como finalidade apresentar o pensamento de artistas e agentes culturais indígenas no processo das apresentações da arte e da cultura indígenas.
Mediação: Eliane Potiguara
Siridiwê Xavante – Coordenador do Instituto das Tradições Indígenas - IDETI
Luciana Kaingang – Artista Plástica e Graduanda em Biologia pela UPF. Atua como educadora social no Ponto de Cultura Kaingang
Xohã Karajá – Artista Plástico e arte-educador

Período da tarde

TEMA: NOVAS TECNOLOGIAS DA MEMÓRIA
Mesa 01: Memória: Imagem em ação
Esta mesa tem como objetivo principal apresentar como os indígenas têm buscado atualizar a memória ancestral a partir do domínio das tecnologias ocidentais nos mais variados campos da ciência.
Athya Pankararu – Diretor da Ong indiosonline que utiliza a internet para divulgação dos conhecimentos ancestrais.
Isabel Taukane – Coordenadora da iniciativa “Círculo dos saberes” que reúne jovens de diferentes povos do Mato Grosso com o objetivo de reavivar a cultura tradicional entre eles.
Um representante da ONG videonasaldeias iniciativa que faz registro de imagens dos diversos saberes tradicionais.
Mediação: Ailton Krenak – Jornalista, diretor do Núcleo de Culturas Indígenas e da “Aliança dos Povos da Floresta”.

MOSTRA DE FILMES INDÍGENAS

Sorteio de livros e cultura material para o público presente.
Encerramento do seminário com a presença de Beth Serra, da FNLIJ.

Para saber mais:

FNLIJ
http://www.fnlij.org.br/principal.asp?cod_diario=21

Informações pelo e-mail:
seminario@fnlij.org.br
E pelo telefone: 21-22629130 com Maria Beatriz
Ingresso do 11º salão da FNLIJ – R$ 3,00 (três reais) para os professores que acompanham as turmas não pagam.

Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 15 de maio de 2009
Nota: resenha publicada no Overmundo.

14 maio 2009

Caleidoscópio da história



Em 64, a poesia me dizia:
as nuvens escuras
parecem um negro véu.
Foi o fim da alegria
Foram tempos de negruras.
Afronta a terra e ao céu.

Em 74, outra vez um céu nublado.
Latino América em prantos
nossos sonhos exilados.
Houve prisão e tortura,
Em tudo houve censura.
Houve mortos e mutilados

84: sinais que a gente pressente
No clamor dos excluídos:
Diretas, já! Diretas, já!
Não cedeu o bem da gente
Com entes e bens perdidos.
O que nos resta é caminhar.

Tempo de espera, atenção e memória
De liberdade pra reconstruir os sonhos
Na luta pelos direitos humanos.
Sem reparação, só inglória,
Só enganos tamanhos e ardilosos.
Memória dos tempos desumanos

No caleidoscópio da história
A poesia continua se perguntando:
Em quanto tempo passam 40 anos?
Não podem apagar essa História.
Senão estarão renovando.
Os mesmos crimes e enganos

É a História indo em frente.
No caminhar vai toda gente.
Mas só poucos vão ganhar.
Pelos poucos que é definida.
Sua partilha é resumida.
Não se libertou do enganar.


Graça Graúna & Azuir Filho, Brasil, abril/maio de 2009


Nota: escrevi um recadinho para Azuir (meu amigo no Overmundo), convidando-o a compartilhar as mal-traçadas linhas de um poema que eu vinha burilando há alguns anos e que intitulei de Caleidoscópio da História. Sem pestanejar, ele topou e foi logo derramando a sua luz e o poema foi se formando em meio ao nosso sonho de um mundo melhor. Valeu, Azuir! Que os personagens do grande Henfil nos acolha. Agradecida por tudo e para sempre, Graça Graúna

12 maio 2009

Tear de sonhos

Flamboyant, Galeria de Sucra88


Tantas histórias...
cânticos, versos
da mãe preta
do caboclo velho.

Ao pé do flamboyant
e da jurema
um tear de lembranças
que entrou por uma porta
e saiu por outra.

Contei a minha história.
Quem quiser que conte outra.


Graça Grauna. Tear da palavra. Belo Horizonte: M.E. Edições Alternativas, 2007, p.10.

Nota: poema publicado no Overmundo.

10 maio 2009

Memórias de um povoado

Povoado de São José do Campestre (RN). Tela de Marconi Melo.
Foto: Agnes Pires

A Casa da Cultura Popular de São José de Campestre (RN), conhecida também como Palácio da Borborema Potiguar, ainda está sob o clima de festa. Desde o dia 8 de maio de 2009, data em que se homenageia o artista plástico, a pacata cidade de Campestre tem mais um motivo para mostrar a todos a riqueza da sua cultura. Agora, com uma pinacoteca, o potiguar de Campestre tem tudo para admirar a história do seu povo. Na festividade se fez presente o balé popular da Casa da Cultura que animou a I Vernisagem de inauguração da pinacoteca que recebeu o apoio de Maria Noemia da Costa, carinhosamente chamada de Lilia, artista plástica e campestrense radicada em Recife/PE. Na ocasião, Lilia foi homenageada pelos conterrâneos e doou a tela “Memórias de um povoado”, do artista pernambucano Marconi Melo. A tela resgata a religiosidade do lugar com imagem da primeira capela construída de frente para o rio Jacu, por Pedro Inácio, no período de 1895 a 1897. A tela mostra a arquitetura popular com suas casas bucólicas e o cotidiano do povo campestrense com os caixeiros viajantes, os descendentes indígenas e os tropeiros da época.
Atualmente, a cidade de Campestre conta com 11 mil e 744 habitantes. A administração da Casa de Cultura Popular está sob a responsabilidade de Carlos Alexandre Domingos Feliciano que vem se dedicando a mostrar a diversidade cultural da região.


Graça Graúna, Nordeste do Brasil, 10 de maio de 2009
Nota: nasci neste povoado. Sou filha de Lilia.
Obs: texto publicado no Overmundo.

03 maio 2009

Kuá, a explosão feminina!


...a mesma história, sim,
de sangrar todo mês
de chegar na farmácia
e pedir um tampão pra calar o mugido.
Se isto te aborrece,
paciência!
Quem disse que se mede uma dor,
se é maior ou pequena?

Trago sede de viver
apesar da exclusão
e de sangrar por dentro.
Se isto te enfurece,
paciência!
Custa entender
que Deus também veste saia
e conversa comigo?


Graça Graúna
Nordeste do Brasil, 3 de maio de 2009.


Nota: era aproximadamente 15 horas, quando acabei de parir mais um poema. Ademario Ribeiro, mesmo longe, ajudou na hora da “pensação” (como ele diz) na feitura do nome do rebento. Ele sugeriu kuá (em tupi, significa: fenda, luz, mundo, buraco, vida no universo...); tudo a ver com a fertilidade vermelha que sai do buraco feminino que enche de vida e dá "luz" para o mundo. A imagem de Frida foi uma sugestação de Agnes, minha filha. E o nome do poema ficou assim: Kuá, a explosão feminina!
-------------
Nota: poema publicado no Overmundo.

01 maio 2009

Samuca me provocou...rsrsrs...respondi na lata


1º de Maio - dia consagrado ao trabalhor
Samuca Santos é uma crituara que trabalha a poesia com o suor do seu rosto. No dia do trabalhador, ganhei de presente a sua doce companhia: na lata.

Na lata: escritores 2 GRAÇA GRAÚNA
1. por que você escreve?
Responder a esta pergunta não é uma tarefa fácil. Sendo indígena-descendente Potiguara (RN), tomo a liberdade de responder com uns versos que eu teci há muitos anos:
ao escrever
dou conta da ancestralidade
do caminho de volta
do meu lugar no mundo
2. para que?
Na medida do possível, escrevo para compreender a diversidade cultural e não perder o ritmo da teia da vida. Dentro das minhas limitações, escrevo na tentativa de contribuir com a luta pelos direitos humanos.
3. o que a levou a começar?
Não dá pra esquecer o momento que gerou em mim a consciência em torno do exercício de escrita. Primeiro veio o espanto misturado à dor e ao pranto diante da violência nas histórias contadas por uma menina judia. Esta é uma das lembranças mais fortes da minha adolescência. Foi o que senti/intui ao ler o Diário de Anne Frank. Achei que ali estava escrito o fim do mundo, que a vida não tinha mais chance de continuar no meio de tanta guerra. Meu pai que era ex-combatente, também falou dos horrores que ele viveu lá em Monte Castelo, na Itália. Posso dizer que Anne Frank contribuiu para a minha iniciação na escrita que eu considero um campo de batalha.
4. quais os prazeres do fazer literário?
Prazeroso é perceber que o universo pode habitar em um pontinho daquilo que escrevemos; prazeroso também é manter-se insatisfeito no mar da escrita.
5. e os desprazeres?
Desprazeres são muitos: a começar pelo preconceito literário no tocante a falta de apoio à literatura indígena e o desrespeito aos direitos autorais.
6. quem habita a estante da sua mente?
Uma multidão de pessoas, nomes e lugares... a começar por Ñanderu (Nosso Pai, em guarani) que invoco sempre e sobretudo agradeço pela alma de cada palavra que me chega ou vai com o vento. A ancestralidade habita os instantes das palavras que escuto, falo e escrevo. Primo pela oralidade, pelos mitos e em papel e tinta, carrego comigo uma série de poetas, pensadores e prosadores que eu amo bastante... Pessoa, Lorca, Bandeira, Drummond, Neruda, Risério, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Luis Jardim, Graciliano Ramos, Quintana e Walter Benjamin, entre outros.
7. se não literatura, o que faria?
... eu concentraria minhas forças para catar/cantar/contar a música do ventre do vento(*), da teia da vida.

(*) ventre do vento - uma expressão poética de Antonio Risério, em Orik Orixá (1996).
Graça Graúna: potiguara (RN), poeta, ensaísta, professora universitária. Tem 3 livros publicados e mais um tanto em busca de editor. Como conferencista fala do direito à Literatura Indígena.
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Nota: entrevista publicada no Overmundo.
graça grauna
Samuca Santos é uma criatura que a vida me deu de presente e que trabalha a poesia com o suor do seu rosto. No dia do trabalhador, também ganhei de presente a sua doce companhia: na lata. Samuca do meu coração, gratíssima por tudo e para sempre. Grauninha
graça grauna · Recife, PE 1/5/2009 15:26
 
Juscelino Mendes
Resposta na lata da graça pética de Grauna poesia...
Juscelino Mendes · Campinas, SP 1/5/2009 16:02
 
Roberto Costa Carvalho
Resposta na lata, mas talvez não enlatada, e sim pontuais.
Parabéns, Graúna!
Roberto Costa Carvalho · Aracaju, SE 1/5/2009 17:16

Roberto Costa Carvalho
(Desculpe, dedo tocou em tecla errada - rs).
Paz em Ñanderu!
Roberto Costa Carvalho · Aracaju, SE 1/5/2009 17:18

Greta Marcon
Respondeu na lata, com muita propriedade... Tenho inveja do teu talento e da tua cultura; quem me dera saber me expressar tão bem, assim como o fazes. O teu semblante não nega a tua orígen indígena e teu belo interior. Segue em frente e nunca perca o ritmo da teia da vida...
Muitos beijos
Voltarei para votar

Greta Marcon · Ponte Nova, MG 1/5/2009 17:28
 
nina poeta
Grauninha,saúdo Samuca por te provocar, só assim saberíamos um pontinho da tua essência valorosa, que descende de um povo valoroso, Nosso Povo Indígena, ainda tão desconhecido por nossa alienação, tantas vezes...tu és uma árvore em que busco sempre o repouso e a reflexão! Adoro-te,e ao teu talento e exemplo! Bjs do Rio de cá...Paz em Ñanderu!
nina poeta · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 17:28
 
menina_flor
Querida Granuinha,
E que provocação boa! Graças a ela podemos nos deliciar com essa entrivista 'Na lata'. A cada dia que tenho a possibilidade de conhecer melhor você e seu povo me sinto presenteada.
Parabéns e parabéns sempre.
E que a paz seja em toda parte.
Bjos
Patty
menina_flor · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 18:20

W@nder
Tomara que surjam outras provocações, várias até, para que os leitores possamos nos deliciar com esse encontro literário.
Bjs.
Wander.

W@nder · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 19:02
 
Arimatéia Macêdo
Professora Graça,
Esta entrevista mostra o conhecimento ímpar do mundo indigenista, seu sentimento, e da sua cultura.
Um abraço.
Arimatéia.
Arimatéia Macêdo · Gurupi, TO 1/5/2009 19:55

Isabel Furini
Muito interessante essa entrevista. Surgiram assuntos importantíssimos como direitos humanos, e sua sensibilidade ao ler o diário de anne Frank.
Seu poema: ao escrever / dou conta da ancestralidade
do caminho de volta / do meu lugar no mundo

É poesia pura, transparente, da mais alta qualidade.
Parabéns. Muita luz em Ñanderu.
Isabel Furini · Curitiba, PR 1/5/2009 20:17
 
LAURO WINCK
Grande Graça, assuntos relevantes tratados, com sabedoria. Bela entrevista.
Volto
Bjs LAURO WINCK · Torres, RS 1/5/2009 20:34
 
graça grauna
Das impressões do meu amigo Gê, registradas na caixa de sugestões:
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Graúna,
Sabia que tinha sido válida a noite de sono, o encontro com você mesma revirando as gavetas do passado.Incrível como a vida se torna repleta de encantos quando as asas da Graúna resolve rasgar o silêncio.Tenho você comigo no coraação.
Bjo.
José Geraldo · Garanhuns (PE) · 1/5/2009 19:41

graça grauna · Recife, PE 1/5/2009 21:07
 
mochiaro

UMA SAUDAÇÃO INICIAL NOS VERSOS DE VINICUS E TOQUINHO:
NOS VERSOS MEU PAI OXALÁ
"Meu Pai Oxalá é o rei venha me valer
Meu Pai Oxalá é o rei venha me valer
No velho Omulu, Atotô Baluaê
No velho Omulu, Atotô Baluaê"
...
"Que vontade de chorar,
no terreiro de Oxalá,
quando eu dei com a minha ingrata,
que era filha de Iansã,
com a sua espada cor de prata em meio a multidão,
cercando Xangô num balanceio cheio de paixão"

Um saudação a essa emtrevista em lata de uma cerva gelada
AMIGA GRAUNINHA
SAMUCA DE:
S lembra samba
A de amor
M de mulher
U de útil
C de cachaça
A de amizade

Dentre todas as resposta essa foi profunda:
"Prazeroso é perceber que o universo pode habitar em um pontinho daquilo que escrevemos; prazeroso também é manter-se insatisfeito no mar da escrita.
"
Sim sua autenticidade te leva em fluir verdades colhidas de um universo de pura prática na Faculdade da Vida com todos os vetores.
Samuca esse amigo apresentado te tocou com a vara curta mas não se protegeu de sua habilidade de guereira potiguara.
Um abraço aos dois e um beijo em seu coração
mochiaro



mochiaro · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 21:14
 
Mirtes Carvalho
Grauninha querida, que lindo e emocionante te ver gritando NA LATA. (ou seja, na cara de todo mundo). Bradando um eterno grito de guerra.
Diziam que minha avó era filha de Português com Indio.
A enteada de minha avó cantava para que eu dormisse quando pequena:
O português canta:
Formosa Tapuia
Que fazes perdida
Nas matas sombrias
De intenso verão
As matas feias
tão tristes e escuras
não queiras tapuias
morrer de Sezão

Fala a índia:
Não quero carinho
pois teu ouru é falso
Meus pés não se estragam
Por andar descalso... etc etc
Ouvia esta canção diariamente junto com outras.
Grauninha você é uma
pessoa abençoada.
Ñanderu continui te protejendo. Bjs Mirtes Carvalho

Mirtes Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 1/5/2009 23:32
 
Diacui Pataxo
você é uma porta-voz das nações indígenas dizimadas no Brasil, quiçá no mundo, uma arma, por assim dizer, dos verdadeiros donos da terra em defesa de suas crianças, seus adolescentes, suas mulheres e todo o complexo cultural que ainda resiste, que a sociedade dita civilizada despreza mas entretanto não alcança, porque de há muito perdeu o apuro dos sentidos, embotados pelos barulhos urbanos, pelos agrotóxicos e conservantes nas comidas, pela distância que a civilidade exige do outro, pela cegueira imposta pela poluição e pelo egoísmo... de dentro da Academia, que muitas vezes se sente incomodada com essa temática (por causa de seus vínculos com os poderosos) você faz ecoar o grito de alerta: escritores indígenas sofrem preconceito... Mas o importante, como diz Ihering, é a Luta pelo Direito. Vamos aí , nessa peleja, não podemos abrir mão do que é nosso direito: Resistência
Diacui Pataxo · Ilhéus, BA 2/5/2009 00:09
 
patriciaborato
É lindo ver o povo chamado voce de Grauninha, posso dizer que esta entrevista é de muita riqueza para mim! Parabéns com todo o merecimento! Bjs.
patriciaborato · Rio de Janeiro, RJ 2/5/2009 00:10
 
nairalacy
Oie Graça poeta do nosso Brasil,
E que provocação boa essa!
Ganhamos todos nós!
Parabéns!
Kisses,
Naith

nairalacy · Osasco, SP 2/5/2009 00:14
 
Carlos Venttura
Parabéns!
Carlos Venttura · Lauro de Freitas, BA 2/5/2009 01:18
 
Dayvson Fabiano
Amiga, adorei saber mais um pouco de ti. Amei...Abreijos no coração!!!
Dayvson Fabiano "Imorrível" · Recife, PE 2/5/2009 01:52
 
Liz Hermann
subir
Granuinha, agradeço pela alma de cada palavra que me chega ou vai com o vento... Salve Ñanderu!


Liz Hermann · São Paulo, SP 2/5/2009 03:37

raphaelreys
Beleza de postado Graça. De prima.
raphaelreys · Montes Claros, MG 2/5/2009 09:38
 
sheila duarte
Grauninha a ancestralidade como valor e referência para não se perder na teia da vida. Respeito à diversidade cultural: valor e ética necessários para um mundo que se globaliza e se impõe sobre as culturas, os fazeres, o pensar e as emoções alheias. Sua poesia transpira esta ética, emana belas imagens e com ceteza Ñanderu se dissipa e se difunde em suas palavras. Super Beijos. Adoro seus convites para partilhar desses momentos.
sheila duarte · São Paulo, SP 2/5/2009 14:54
 
Andre Pessego
Graça, parte do meu espelho;
aos que postaram antes de mim, (desculpem também)
Mas,
Me perdoa INCLUIR mais alguma coisa nos possíveis motivos dos
teus motivos para escrever - A CAÇA AOS INDIGENAS DAS AMERICAS;
Me perdoa dizer que o "parcial massacre do judeu, a que se refere as citações sobre a II Guerra tem um pouco de auto-desefesa, do capital do mundo". Tanto que "foram indenizados". E o indigena? e o negro?
Se o judeu "foi indenizado" poderá ter havido um "inventário". Quantos foram os índigenas mortos? De que forma foram mortos?

O Judeu tinha, como tem, mecanismos de defesa. Qual? Dinheiro, mercadoria, comércio, intercâmbio, aliados..... E o índigena?
"Nos conflitos de natureza étnicos, quase nunca há solidariedade"
(Não se aplica aos judeus. Enquanto se aplica inteiramente ao índigena, ao negro)

Me perdoa citar aqui, HISTORIA DA AMÉRICA, Rocha Pombo, ao qual eu intitularia de AMERICA O BERÇO DA DOR.
Me perdoa não deixar no espaço invisivel da edição.
No mais tudo que voce escreve soa poesia, portanto esperança.
beijão
andré

Andre Pessego · São Paulo, SP 3/5/2009 04:58
 
graça grauna
Meu grande e querido Andre: primeiramente deixa eu dizer que a sua presença aqui é muito relevante porque aguça a nossa atenção para questões que muita gente desconhece. Pois bem, meu querido. Permita-me também dizer que a minha referência ao povo judeu não exclui a memória acerca de índios e negros, de jeito nenhum; ocorre que num dado momento da entrevista veio a minha memória um fato que mexeu muito com a minha vida de adolescente. Na época, eu eutudava num colegio religioso, num internato, e foi lá que li o meu primeiro livro de uma menina que começou a escrever quando tinha 13 anos; a mesma idade que eu tinha. Falo da memória de uma adolescente criada longe dos parentes indígenas, longe de tudo que pudesse nos aproximar da cultura indígena. Muitos dos meus parentes passaram por essa terrível experiência, então meu queri André, não dá pra deixar de ldo esses acontecimentos. Claro que temos uma infinidade de perdas, a começar pelas linguas indigenas; um perda que implica millhões de sonhos abortados, mas eu creio ainda na esperança. Ainda que eu não fale a lingua de origem do meu povo, estou reaprendendo o tupi, o guarani, lembrando que o tupi-guarani é uma invenção jesuita e apesar disso ela continua existindo e apesar de tudo vai unindos os povos. Emtão meu amigo, louvo as suas preocupações, mas eu não poderia de jeito nenhum omitir essa página da minha memória de infancia. Bjos de luz e Paz em ñanderu, Grauninha

PS: grata por você existir

graça grauna · Recife, PE 3/5/2009 08:20
 
O NOVO POETA.(W.Marques).
gostosa provocação, é isso ai amiga da escrita.depois eu volto.
O NOVO POETA.(W.Marques). · Franca, SP 3/5/2009 12:55
 
Aldy Carvalho
para que questionário

como me disse "'Platão"'. pra diante é que as malas batem

bjinho

Aldy Carvalho · São Paulo, SP 3/5/2009 14:02
 
Zeca Avelar
Booommm Diaaa menina Grauna!

logo maiZinho, estarei aqui para votar nesta gostosa entrevista!

karinhos kentinhos,
ZecaFeliz = gaDs!

Zeca Avelar · Florianópolis, SC 3/5/2009 14:06
 
Aube
Grauninha,
Você é uma fortíssima e lindíssima demonstração da rica literatura indígena do nosso país. Achei linda a entrevista, seus motivos para a escrita, essa coisa bonita do "caminho de volta".
Sou gratíssima por você nos proporcionar sempre deliciosas leituras e ver o carinho que você tem pelo seu povo é um estímulo a nossa humanidade...
Parabéns, Grauninha...
Da amiga e admiradora,
Aube.

Aube · Salvador, BA 3/5/2009 14:19
 
Andre Pessego
Graça, querida da minh'alma,
Claro, quando uma menina está com 13 anos tudo nela, certamente, é a perspectiva de vida, ela propria é a promessa de vida, ler os relatos a que se refere deve marcar sim, mesmo porque voce de nada sabia do índigena, do seu povo, da sua nação autoctone. ....
O judeu, proporcionalmente, não matou menos indio que o chegante europeu. Um dia as terras do Velho Camaragibe falarão, pelas terras e os antigos habitante do engenho do mesmo nome;
O judeu para o povo comum do Brasil talvez nada ofereceu ou oferece; em boradele, povo, tudo retira;

Com certeza nada ofereceu ao negro, deserdado;
Muito menos ao índio desterrado (ainda).
O judeu é privilegiado no Brasil, com pequenas conturbações nos primeiros tres quartéis do SEC. XVII, quando das primeiras descobertas dos Cristãos Novos, se amparam no seio do negro em Palmares.
Ninguém, no caldeirão que povoa o Brasil, é tão racista, no que diz respeito ao negro, que o judeu brasileiro; ninguem despreza menos o índio que o judeu.
Por fim, aqui e lá, o judeu é vitíma da própria segueira para compreender, da propria intolerância.

Desculpa o meu bom SAMUCA, ter lhe tirado do foco do escrito. Mas, o artista de boa áurea tem este dom, também.
abraço
andre.

Andre Pessego · São Paulo, SP 3/5/2009 14:27
 
graça grauna
André, do meu coração: é claro que em momento nenhum você tirou o foco das coisas que escrevi ou falei nessa entrevista. Ta ficando besta é esse menino...? Deixa eu dizer uma coisinha: concordo com cada virgula das coisas que você falou e achei lindo até a última declaração a respeito da minha memória de menina. Lindo, lindo....eu te gosto muito, viu? Paz em Ñanderu, Grauninha
graça grauna · Recife, PE 3/5/2009 14:46
 
Ademario Ribeiro
Grauuuuna éééééé TUDO isto e um montão de afeto, de voz doce e paaaaasaro que não passa - paira sobre nós!

Beijos e parabéns às duas márgens!

Ademario Ribeiro · Simões Filho, BA 3/5/2009 15:50
 
LAURO WINCK
Votado, claro1
BJS

LAURO WINCK · Torres, RS 3/5/2009 16:13
 
Mirtes Carvalho
Amiga querida voltei para votar. Beijos e desejo o sucesso de sempre.
Bjs, Mirtes Carvalho

Mirtes Carvalho · Rio de Janeiro, RJ 3/5/2009 16:51
 
mochiaro
Voltei para dar o meu voto
mochiaro

mochiaro · Rio de Janeiro, RJ 3/5/2009 17:20
 
Roberto Costa Carvalho
Também voltei para dar-lhe meu voto.
Parabéns!

Roberto Costa Carvalho · Aracaju, SE 3/5/2009 18:12
 
nina poeta
Voltando muito feliz! Bjs.
nina poeta · Rio de Janeiro, RJ 3/5/2009 19:15
 
Cintia Thome
Bela entrevista Gaça. Surpeendida com a qualidade ímpar.
Cintia Thome · São Paulo, SP 3/5/2009 19:23
 
Doroni Hilgenberg
Graça,
Maravilhosa entrevista e ótimos desdobramentos
em comentários bem significativos.
Assim sabemos mais e mais e você.
Parabéns à entrevistada e ao entrevistador.
bjs

Doroni Hilgenberg · Manaus, AM 3/5/2009 20:46
 
Aube
Vo(l)tando...
Beijos

Aube · Salvador, BA 3/5/2009 21:20
 
Sinvaline
Querida que entrevista edificante! Que prazer de ler essa preciosidade!
Essa foi na lata mesmo!

bjs
sinvaline

Sinvaline · Uruaçu, GO 3/5/2009 21:41
 
Marcelo ShytaraLira
não foi a toa que meu coração a elegeu: GG Poeta de meu coração.
bjs

Marcelo ShytaraLira · São Paulo, SP 3/5/2009 23:26
 
wancisco franco
Grande iniciativa do velho Samuca.
Uma homenagem merecidíssima.
E enriquecida por um debate da maior importância histórica.
Parabéns à Grauninha, Samuca e aos comentaristas; bem sintetizados, a meu ver, nas colocações de Andre Pêssego.
Votado.

wancisco franco · São Paulo, SP 4/5/2009 11:20
 
Daniele Boechat
Grauninha, como o povo lhe chama, parabéns por evocar sempre suas raízes e defendê-la com tamnho orgulho. Prazer tenho eu em saber que o mundo tem pessoas de garra e dignidade como vc. Parabéns bjs.
Daniele Boechat · Rio de Janeiro, RJ 4/5/2009 12:09
 
azuirfilho
graça grauna · Jaboatão dos Guararapes (PE)
Samuca me provocou...rsrsrs...respondi na lata

Com Todo Carinho elogiando O Trabalho e o Valor desta Autora no tanto que contribui ajudando nosso Brasil a se elevar em Humanidade.
Parabéns.
Tem todo ,merecimento.
Abração Amigo

azuirfilho · Campinas, SP 4/5/2009 12:44
 
André Calazans
Bela entrevista, parabéns !!!
André Calazans · Rio de Janeiro, RJ 4/5/2009 12:49
 
patriciaborato
Com merecimento! Bjs.
patriciaborato · Rio de Janeiro, RJ 4/5/2009 13:29
 
Jéfte Sinistro
Graça, és de fato uma grandiosa mulher de talentos múltiplos... Muito bom conhecer um pouco mais das águas múltiplas por onde 'porantina' sua escrita!
Jéfte Sinistro · Cabo de Santo Agostinho, PE 4/5/2009 17:51
 
Adroaldo Bauer
É o que se deve que se paga e sempre será pouca paga tanta dívida é.
Adroaldo Bauer · Porto Alegre, RS 4/5/2009 18:09
 
Adla Viana
respondo na lata também então...
vc é bom pra K...
Adla Viana · Vitória da Conquista, BA 4/5/2009 18:27

victorvapf
Chegando de viagem e gostando...

beijos
victorvapf · Belo Horizonte, MG 4/5/2009 20:02
 
Carlos Mota
graça,
fui ao blog do teu amigo samuca e tentei postar comentário, sem sucesso e quero dizer aqui o que disse lá
samuca, parabéns pela entrevista e em particular pela pergunta
'2. pra que?'
beijos,
Carlos Mota · Goiânia, GO 5/5/2009 12:56
 
Ailuj
Amiga adorei de verdade,tipo improviso
Adoro samuca e a foto ficou massa!1
Tudo de primeira
Beijocas
Ailuj · Niterói, RJ 5/5/2009 15:17
 
Raiblue
Grande momento poético....poesia feita assim de improviso...entre risos de amigos...são as melhores!!!

Muito bacana,Grauninha!!!


ao escrever
dou conta da ancestralidade
do caminho de volta
do meu lugar no mundo


Perfeito!!!
Bluebeijokas
Raiblue · Salvador, BA 5/5/2009 15:53
 
Ailuj
Amiga
Agora venho reler com calma
Uma aula de cultura
Vc\é maravilhosa
Um beijo grande
Ailuj · Niterói, RJ 6/5/2009 01:30
 
Cláudia Campello
E se eu ja era su fã........puts! mto mais agora.
ahhhhhh em tempo: adoro o Samura.

bjsssssssss:0
Cláudia Campello · Várzea Grande, MT 6/5/2009 14:48
 
Junior Magrafil
Uma profunda, e, ao mesmo tempo, simples, propaganda contra a falta de apoio à literatura indígena e o desrespeito aos direitos autorais. Maravilha!
A cada dia intereço-me mais em conhecer os meandros da literatura indígena.
Abraços!
Junior Magrafil · Caxias, MA 7/5/2009 10:37
 
ayruman
E vamos mundo fora expressando e defendendo a "Fé que nos move".
Luz e Paz. jbconrado.
ayruman · Chapada dos Guimarães, MT 8/5/2009 00:58
 
ayruman
Corrigindo: E vamos mundo afora expressando e defendendo a "Fé que nos move".
Luz e Paz. jbconrado.
ayruman · Chapada dos Guimarães, MT 8/5/2009 01:00