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28 dezembro 2013
25 dezembro 2013
Ciclo natalino em Recife - 2013
Árvores de Natal, flores e
pombas (simbolizando a paz) iluminam o ciclo natalino nas praças, ruas, nos parques e
pontes de Recife, em 2013.
Fonte: http://www.cbnfoz.com.br
24 dezembro 2013
Um poema de Mario Benedetti
Imagem extraída do Google
às vezes sou
manancial entre pedras
e outras vezes uma árvore
com as últimas folhas
mas hoje me sinto apenas
como lagoa insone
como um porto
já sem embarcações
uma lagoa verde
imóvel e paciente
conformada com suas algas
seus musgos e seus peixes
sereno em minha confiança
acreditando que em uma tarde
te aproximes e te olhes
te olhes ao olhar-me.
Mario Benedetti
15 dezembro 2013
Paz na Terra
Imagem extraída do Google.
No finalzinho de novembro em 2009, eu
fiz este poema e o refiz em dezembro de 2013; acreditando na alma da palavra,
nos saberes ancestrais que fortalecem as aldeias; nos Anjos da Guarda e nas estrelinhas do Natal para transformar esses tempos tão difíceis em
tempo de paz.
Escolhi a foto de Ammar Awad/Reuters para ilustrar o poema; a imagem é formada por crianças refugiadas palestinas,
numa enorme representação da "Pomba
da Paz" (1949), do pintor Pablo Picasso.
Desejo a todos(as) um Feliz
Natal na esperança de que a alegria, a
saúde, o amor e a prosperidade se multipliquem no Ano Novo!
Com abraçares,
Graça Graúna
Paz
na terra
Não bastam os seus olhos
seus ouvidos
sua boca
seu coração
suas mãos
seus pés...
Se não for pedir muito
compartilhe o seu jeito
seus ouvidos
sua boca
seu coração
suas mãos
seus pés...
Se não for pedir muito
compartilhe o seu jeito
de ser e viver
pela
não-violênciaem nome da Paz
(Graça Graúna)
10 dezembro 2013
Dia Internacional dos Direitos Humanos
Poeta Thiago de Mello.
Imagem extraída do Google.
ESTATUTO
DO HOMEM
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos
os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável
fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão
de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a
qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964
Santiago do Chile, abril de 1964
07 dezembro 2013
Mandela, para sempre!
Imagem: http://noticias.uol.com.br
Dores
d’África (*)
Eh,
meu pai!
Em
vez de prantos
é
melhor que cantemos.
Eh,
meu pai!
É
melhor que cantemos
a
dor contínua
a
solidária luta
de
poetas-bantos
contra
a tirania
Graça
Graúna. Canto mestizo. Maricá/RJ: Blocos,
1999, p. 49.
(*)No início da década
de 90 escrevi este poema, que foi publicado pela Editora Blocos em 1999; no
mesmo ano em que Mandela terminou seu mandato de presidente da África do Sul.
Em 5 de dezembro de 2013, o mundo ficou mais pobre; a paz está de luto, mas
enquanto houver poesia haverá esperança de um mundo mais justo. Caminhemos na luta
pelos Direitos Humanos, inspirados na trajetória de Mandela!
Nordeste do
Brasil, 7. Dez. 2013.
Graça Graúna