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13 setembro 2013

Universidade forma 152 indígenas em Licenciatura Intercultural

IMAGEM: WWW.LIVROSEPESSOAS.COM


Em Pernambuco, participam estudantes de 11 etnias: Atikum, Fulni-Ô, Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pankaiuká, Pipipã, Truká, Tuxá e Xucuru

Publicado em 12/09/2013, às 15h51

Fonte: Jornal do Comércio
Do JC Online

O Centro Acadêmico do Agreste (CAA) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realiza, neste sábado (14), às 17h, a solenidade de colação de grau da primeira turma da Licenciatura Intercultural Indígena. Os 152 concluintes são professores indígenas que lecionam em escolas indígenas do ensino fundamental e médio no interior de Pernambuco, mas não tinham formação superior. A cerimônia será realizada no Polo Comercial de Caruaru (BR 104, km 62, Caruaru–PE). 
O curso semipresencial, com duração de quatro anos e cerca de 40 disciplinas, faz parte do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). Em Pernambuco, participam estudantes de 11 etnias: Atikum, Fulni-Ô, Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pankaiuká, Pipipã, Truká, Tuxá e Xucuru. 
De acordo com o professor Nélio Vieira de Melo, coordenador da licenciatura e diretor do CAA, o trunfo do curso é, além de possibilitar a titulação dos docentes, despertar para a prática de um ensino intercultural. “É também uma contribuição para a própria universidade, pois provoca reflexão e estimula a pensar diferente”, disse. Segundo ele, o curso leva em conta não apenas as políticas nacionais definidas pelo MEC, mas também as particularidades de cada povo indígena. 
Ligado ao Núcleo de Formação Docente do CAA, o curso possui três áreas de estudo à escolha do aluno: Linguagem e Artes; Ciências da Terra e da Natureza; e Ciências Humanas e Sociais. Como é semipresencial, o curso conta com uma disciplina por mês, em formato intensivo, com 40 horas de aula durante uma semana (manhã e tarde) mais 20 horas de atividades desenvolvidas na aldeia. A parte prática é voltada para a comunidade da qual cada aluno faz parte. 
Os alunos vêm de suas aldeias para Caruaru, percorrendo distâncias que variam entre cerca de 80 quilômetros (município de Pesqueira, no Agreste, povo Xucuru) e quase 400 quilômetros (município de Salgueiro, no Sertão, povo Atikum). Unindo ensino, pesquisa e extensão, o curso também conta com alunos vinculados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e ao Programa de Educação Tutorial (PET), desenvolvendo pesquisas em suas localidades. 
É o caso da formanda Maria Aline da Silva Valério, da etnia Pankararu, que realizou uma pesquisa no PET sobre histórias orais. “A experiência do curso foi muito boa e possibilitou estabelecer contato com outros povos. Também nos permitiu passar conhecimento aos alunos com um novo olhar”, afirmou. Para ela, os novos pontos de vista fizeram com que ela percebesse que o que parece simples pode ser cientificamente complexo. “O curso me enriqueceu bastante”, resumiu. 
VESTIBULAR – Está em andamento a seleção para a segunda turma da licenciatura com 160 vagas. De acordo com o cronograma do vestibular, o período para impressão do Comunicado de Confirmação de Inscrição (CCI), de responsabilidade do candidato, pelo site da Covest, vai de quarta-feira (18) até sábado (21) da próxima semana. As provas acontecem no domingo da próxima semana (22) e o resultado está previsto para ser divulgado no dia 7 de outubro. 

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