Povos indígenas no Brasil. Imagem extraída do site da Unesco
Mensagem de Irina Bokova,
diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional dos Povos Indígenas
do Mundo, 9 de agosto de 2013.
Em 2013, o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo celebra a
importância de alianças, acordos e arranjos construtivos para proteger os
direitos dos povos indígenas.
Em um mundo que passa por rápidas mudanças ambientais e sociedades que
experimentam profundas transformações, a solidariedade deve ser nosso princípio
norteador – solidariedade incorporada por alianças entre grupos indígenas e com
parceiros não indígenas – para salvaguardar e promover identidades, línguas,
sistemas de conhecimento e visões de mundo únicos. Isso é especialmente
importante ao formarmos os contornos de uma nova agenda de desenvolvimento a
ser seguida após 2015.
Para a UNESCO, a sustentabilidade global deve construir fundamentos
locais que reflitam os pontos de vista e as necessidades das comunidades
locais, incluindo as dos povos indígenas. É por isso que buscamos integrar a
cultura ao coração de todos os esforços de desenvolvimento – como uma nascente
de identidade e coesão e uma fonte de criatividade e inovação. Nenhuma
sociedade pode florescer sem cultura – nenhum desenvolvimento pode ser
sustentável sem ela. Os povos indígenas sabem disso melhor do que ninguém, como
zeladores de uma diversidade linguística e cultural rica, que carrega um
conhecimento único de modo de vida sustentável e respeito pela biodiversidade.
Precisamos de novas alianças para promover esta visão – no Sistema das
Nações Unidas, nos Estados-membros, nas sociedades e entre elas. É por isso que
o Painel lntergovernamental sobre Mudança Climática (Intergovernmental Panel on
Climate Change – IPCC) está buscando ativamente o engajamento com os povos
indígernas e comunidades locais. Por meio de nosso programa Sistema de
Conhecimento Local e Indígena, a UNESCO está liderando os esforços
interagenciais para incluir o conhecimento autóctone, ao lado da ciência, no
“5th Assessment Report Climate Change: Impacts, Adaptation and Vulnerability”
do IPCC, a ser lançado em 2014. Do mesmo modo, a recém-estabelecida Plataforma
Intergovernamental sobre Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas
(Intergovernmental Platform on Biodiversity and Ecosystems Services – IPBES)
reconhece a importância da biodiversidade para os povos indígenas e a vital
contribuição deles para sua conservação. Em nome do secretariado da IPBES, a
UNESCO está liderando o trabalho para desenvolver arranjos construtivos e
mutuamente benéficos com os povos indígenas e com as comunidades locais.
A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas de
2007 reconhece que “o respeito aos conhecimentos, às culturas e às práticas
tradicionais indígenas contribui para o desenvolvimento sustentável e
equitativo e para a gestão adequada do meio ambiente”. Para construir com essa
visão e para proteger os direitos dos povos indígenas, precisamos de novas
alianças, acordos e arranjos em favor da sustentabilidade global. Este é o
apelo da UNESCO no Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo.
Irina Bokova (UNESCO)
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