Fonte: ADITAL
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=73164
Entre
os dias 25 e 28 de janeiro de 2013 se realizará em Santiago do Chile a Cúpula
União Europeia-Celac. No mesmo marco se realizará a reunião do Celac em que o
governo do Chile entregará a condução do bloco regional ao Governo de Cuba.
Os
governos participantes decidiram eleger como tema central de discussão das
reuniões de Santiago os investimentos, sob o título "Aliança para o
Desenvolvimento Sustentável: Promovendo Investimentos de Qualidade Social e
Ambiental”.
As
organizações sociais, sindicais e políticas, comprometidas em diversas cúpulas
anteriores e múltiplos fóruns sociais, nos coordenamos para que, paralelamente
às reuniões oficiais, através de uma Cúpula dos Povos, sejam escutadas as
demandas e propostas dos povos mobilizados nas duas regiões que lutam contra as
políticas neoliberais que golpeiam nossas sociedades e pretendem aniquilar seus
direitos.
Convocamos
a todos os movimentos sociais, populares e políticos do Chile e de ambos os
continentes a somar-se à Cúpula dos Povos Latino-americanos, Caribenhos e
Europeus, em janeiro de 2013, em Santiago do Chile, para que sejam escutadas as
justas reivindicações e para que suas lutas e resistências às políticas
injustas que lhes são impostas encontrem um espaço para a articulação e a
construção de alternativas.
A
Cúpula dos Povos de Santiago acontecerá em meio a uma crise econômica e
financeira mundial sem precedentes desde os anos 30 do século passado, e os
setores que a geraram e se enriqueceram pretendem cobrá-la aos povos, impondo
grandes retrocessos sociais e democráticos. As políticas de "austeridade”,
agora também na zona europeia, bem como a evolução política na América Latina e
no resto do mundo exigem uma resposta unitária de nossos povos e uma saída
radicalmente alternativa à recondução e ao fortalecimento do atual modelo
neoliberal. Esse momento histórico requer igualmente repropor a fundo as
relações entre ambos os continentes.
A
Cúpula dos Povos de Santiago é uma oportunidade importante para questionar as
distintas dimensões da crise e as tentativas governamentais de utilizar o
investimento de capitais europeus na América Latina como um caminho de saída
para ela, nos precisos instantes em que nossos povos se rebelam contra o modelo
extrativista não equitativo e depredador. Daí a necessidade de avaliar os
efeitos de tais investimentos e mais amplamente os Tratados de Livre Comércio
(TLC), especialmente por seu caráter predador dos direitos sociais, do ambiente
e das condições trabalhistas, e vetor de agravamento da enorme desigualdade
social que afeta nossas sociedades. Os povos da América Latina, do Caribe e da
Europa dizemos não a esses TLCs; exigimos que sejam renegociados os que estão
em vigor e que se detenha a negociação ou ratificação dos demais, até que os
povos sejam devidamente consultados sobre o tipo de relações bicontinentais que
querem estabelecer para servir a seus interesses, e não os dos investidores e
das transnacionais.
As
organizações que assinam, chamam a construir um novo tipo de relação entre a
União Europeia e a América Latina/Caribe, baseado na igualdade, na
descolonização, na primazia dos direitos da cidadania sobre o lucro das
transnacionais, e o respeito à soberania e ao direito das nações. Não aceitamos
que a crise detonada pelo sistema financeiro transnacional sirva para promover
retrocessos sociais em detrimento do bem estar dos povos. Esse encontro exigirá
que cessem as políticas de ajuste e austeridade e a redefinição da arquitetura
financeira internacional.
Os
povos de nossos dois continentes exigem e lutam duramente nas ruas pela justiça
social e por um modelo alternativo que garanta plenamente os direitos políticos
e democráticos, bem como os direitos econômicos, sociais, culturais e
ambientais.
Paralelamente
às reuniões oficiais, a Cúpula dos Povos será o reflexo legítimo das lutas, das
resistências e das demandas de nossos povos por alternativas ao neoliberalismo,
ao patriarcado, ao colonialismo e à destruição de meio ambiente em vista do
lucro de poucos. A Cúpula dos Povos se desenvolverá em favor da justiça social
e ambiental, da solidariedade e da unidade entre as nações e os povos
latino-americanos e europeus, da defesa dos bens comuns e pelo rechaço à
mercantilização da natureza e da vida.
Os
eixos temáticos deverão incluir nossa visão sobre o modelo de sociedade que
queremos, a democracia e a participação cidadã, os direitos humanos, as
reivindicações de nossos povos originários, das mulheres e da diversidade de
setores que representamos, sobre os bens comuns, a natureza e a Mãe Terra, sobre
a integração, os investimentos e o comércio, sobre a democratização das
comunicações, a governança global e o modelo imperante.
Junto
aos eixos temáticos centrais, haverá lugar para as atividades autogestionadas
que surjam das organizações participantes.
A
Cúpula dos Povos, nossa cúpula, será o espaço alternativo no qual se plasmem as
energias, as resistências e as demandas de nossos povos.
Assinam: (organizações e redes)Mais informações: visitar sitio oficial www.cumbrechile2013.org
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