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26 agosto 2011

Marcha indígena por terra e justiça em Dourados


 Imagem extraída da Adital

Fonte: Adital e Egon Dionísio Heck (Assessor do CIMI, Mato Grosso do Sul)


Madrugada. O fogo na entrada dos acampamentos começa a receber mais gente. É hora de se aquecer um pouco e partir para os rituais de benção e batizado dos documentos da Aty Guasu. Eles serão levados a Dourados, para a marcha e posterior entrega às autoridades. A principal avenida da cidade será tomada pela "gente cor da terra”, os primeiros habitantes da região estarão fazendo ecoar seus gritos de "queremos nossas terras”, "exigimos justiça”, "exigimos respeito e dignidade”. http://www.youtube.com/watch?v=csyNRH0aFx4
Mas de 500 Kaiowá Guarani e Terena, percorreram mais de três quilômetros da região central da cidade na Av. Marcelino Pires. Cantando e manifestando sua indignação e esperança, vão andando alegremente pela avenida. Chamam atenção do comercio e transeuntes pelas vestimentas rituais, cocares, colares, pinturas...faixas e cartazes. Distribuem o folheto "Em Defesa dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul”. Ali constam os índices alarmantes da violência em que se debatem as comunidades Kaiowá Guarani, confinadas ou acampadas à beira das estradas da região. "Não podemos aceitar calados e passivos tanta violência e impunidade. A sociedade precisa reagir a tanta infâmia e injustiça contra nossos irmãos indígenas, tratados pelo governo do estado de forma parcial e injusta”. E as chamadas nos dão a dimensão da gravidade da situação "Violência e Barbárie estão às soltas em MS”, " A difusão do preconceito é uma das armas do latifúndio”. Ao receberem o folheto, as reações dos cidadãos eram bem diversas. Alguns demonstravam seu tímido apoio à manifestação e outros expressavam sua contrariedade, movidos pelo preconceito secular e ideologia racista. A marcha prosseguiu por quase duas horas, até chegar ao prédio da Funai. Entraram na sede do órgão e dentro dele fizeram um rápido ritual para trazer os bons espíritos ao local e afastar tudo que possa prejudicar os direitos indígenas. Na parte inferior do prédio estava um grande pôster em que o então presidente Lula e vários ministros fizeram a entrega do premio de Direitos Humanos dados aos povos indígenas do Mato Grosso do Sul, através do Conselho da Aty Guasu. A estatueta foi levada ao centro da manifestação, para chamar atenção a esse importante reconhecimento da luta Kaiowá Guarani por seus direitos.

  Imagem extraída da Adital


Mais violência sem providência


Lide Lopes, de Pyolito Kue, ligou falando de mais um covarde ataque dos pistoleiros, causando uma absurda situação de violência, destruição e pessoas feridas. Por se tratar já da terceira ação violenta que sofreram em menos de duas semanas, entendem ser essa uma obstinada decisão dos senhores do agronegócio, de impedir o reconhecimento das terras tradicionais Kaiowá Guarani no Mato Grosso do Sul.
É uma absurda declaração de guerra, onde de um lado estão homens armados e decididos a atirar, expulsar, destruir enquanto do outro lado está uma centena de homens, mulheres e crianças armados apenas de seu direito de retornar a um pedaço da terra da qual foram expulsos há poucas décadas. Os Kaiowá Guarani estão sendo alvo de uma ignominiosa ação violenta, enquanto o Estado brasileiro se mostra inoperante diante de tais fatos. Será que serão necessários novos massacres para que se tome providências?
Certamente não é por desconhecimento da gravidade da situação que a polícia federal não está se fazendo presente no local. E quando se fez presente (PF-Naviraí) foi acompanhada dos algozes dos índios, para dizer, como noticiou a imprensa, de que não existem índios no local.
Até quando grassará a violência e a impunidade contra os povos indígenas Kaiowá Guarani no Mato Grosso dos Sul. 

Povo Guarani Grande Povo
Dourados, 24 de agosto de 2011

Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós!


  Vários estados brasileiros se mobilizam em atividades para o 17° Grito dos Excluídos (as)

Fonte: Karol Assunção (Jornalista da Adital)

Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós! É sob esse lema que organizações, movimentos e pastorais sociais se articulam para 17ª edição do Grito dos Excluídos. A mobilização, que acontece desde 1995 durante a Semana da Pátria, chama a população a denunciar as exclusões e a lutar por seus direitos.
De acordo com Ari Alberti, integrante da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, a manifestação popular acontecerá em todo o país. Por ser uma atividade descentralizada, ainda não há como fazer uma previsão do número de participantes. Segundo ele, não existem informações sobre a realização da atividade apenas no Acre. "Nos outros estados todos vão acontecer [manifestações]; alguns mais, outros menos”, revela.
A cada ano, o Grito dos Excluídos se consolida não como um evento pontual do dia 7 de setembro, mas como um processo. Isso porque, segundo Alberti, o Grito é um "espaço de formação e informação”. Para isso, promove debates e discussões antes, durante e depois da Semana da Pátria.
De acordo com ele, algumas cidades realizam debates, seminários e pré-gritos desde o mês de junho. E a ideia também é que, após o 7 de setembro, as organizações sociais de cada local possam juntar as reivindicações manifestadas na mobilização para realizar um documento e cobrar das autoridades. "O Grito é um processo conjunto de formação e conscientização para o projeto popular, com ações pré e pós [Grito]”, comenta.
O integrante da coordenação nacional lembra que, por ser descentralizado, não há uma pauta específica de reivindicação, pois as demandas são de acordo com os problemas locais. "A ideia é que cada local possa fluir o grito que faz parte do dia-a-dia”, afirma.

Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós!

A partir das discussões da Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema foi Fraternidade e Vida no Planeta, a 17ª edição do Grito dos Excluídos traz como lema Pela vida grita a Terra... Por direitos, todos nós! Para Ari Alberti, o lema chama para a discussão tanto sobre o meio ambiente, ameaçado pelo modelo desenvolvimentista e pelas grandes obras, quanto sobre os direitos. "É importante lembrar que saúde, educação, moradia são direitos básicos previstos na Constituição”, comenta.
Para ele, é importante que a população se articule e reivindique seus direitos e mais participação nos debates. "Ou a sociedade se organiza ou os direitos não vão acontecer”, avisa, ressaltando a importância da participação popular para se ter um país independente. "No Código Florestal, por exemplo, por que não se conclama a sociedade brasileira a discutir e decidir?”, questiona.
Realizado desde 1995, o Grito dos Excluídos já faz parte do calendário nacional de ações realizadas durante o dia 7 de setembro. De acordo com Alberti, a mobilização conseguiu mudar a ideia de Semana da Pátria e questionar sobre o Dia da Independência. "Mesmo quem não concorda, sabe que existe uma atividade diferente das marchas oficiais”, destaca.

21 agosto 2011

Presidente da Funai leva puxão de orelha de Raoni


 Imagem extraida de Culturaspopulares
 
No ato de encerramento da Primeira Cumbre Regional Amazonica, evento promovido pela COICA - Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, em parceria com a COIAB, que aconteceu de 15 a 18 de agosto em Manaus, para discutir alternativas para o combate ao aquecimento global,  o grande cacique Raoni Kayapó, lendário defensor do Xingu, deu um “puxão de orelha” no convidado da mesa, o Sr. Márcio Meira, presidente da FUNAI, e deu a ordem final, mandando ele sair da presidência do órgão indigenista oficial brasileiro.

“Tem que sair, você tá matando os povos indígenas. Tem que colocar outra pessoa que se preocupe com a gente”, afirmou o grande cacique Kayapo, puxando a orelha do Meira.

Fonte: Culturas populares e Marcos Terena

18 agosto 2011

Encontro Pan Amazônico debate estratégias indígenas frente às mudanças climáticas


Imagem extraída do Google

Camila Queiroz -Jornalista da ADITAL

Ocorre na cidade de Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas, o Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta, que teve início no último dia 15 e se estende até amanhã (18). Cerca de 300 lideranças indígenas dos nove países da Amazônia – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Venezuela, e Suriname – estão reunidas para trocar experiências e debater estratégias de luta relativas às mudanças climáticas e à garantia do direito ao território.
Coordenador geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcos Apurinã ressalta os principais temas tratados no encontro – créditos de carbono e financiamentos de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), direito à floresta, que está imbricado no direito ao território, e "autogovernança” – gestão indígena de seus territórios e recursos naturais.
O líder explica que o movimento indígena tirará encaminhamentos sobre os assuntos e publicará, ao final do encontro, um documento pontuando cada posição.
Ele adianta alguns consensos, discutidos nos dois primeiros dias do evento, em plenárias. "Primeiro é que os territórios e recursos naturais contidos neles devem ser para os indígenas. Isso é garantido no Brasil, mas não em todos os países”, afirma.
Outro tema importante diz respeito aos créditos de carbono. "Estabelecemos que os povos indígenas devem usufruir e ser recompensados pelos grandes bancos e empresas que financiam isso, mas também deixamos claro que deve ser aplicado com responsabilidade, não pode virar mercado de capital, e precisa respeitar a cultura dos povos”, enfatiza.
Além disso, Marcos acrescenta a preocupação com a floresta, que deve ser compensada. "Deve fazer reflorestamento, não é só tirar o carbono e pronto”, disse.
De posse do documento final do encontro, os indígenas pretendem divulgá-lo em todo o mundo, entre governantes e pessoas ligadas ao movimento ambientalista. Segundo Marcos, eventos como Rio+20 (Brasil, 2012) e Conferência das Partes das Nações Unidas para o Clima (COP 17), que ocorrerá neste ano, na África do Sul, são momentos interessantes para debater as posições indígenas.
Para o coordenador geral, a importância de um encontro como este, o primeiro realizado no Brasil, reside no fato de reunir os povos indígenas e perceber os problemas comuns a eles. "Com relatos de cada país, a gente vê que todos sofrem com o mesmo problema. A omissão dos governos tem contribuído para os massacres, em termos de educação, saúde. É um problema comum e a gente precisa se fortalecer, por isso essa iniciativa é muito positiva e precisa continuar”, arremata.

Megraprojetos

Amanhã (18), o encontro será encerrado com uma caminhada contra dois megaprojetos que afetam povos indígenas amazônicos: a hidrelétrica de Belo Monte, no estado brasileiro do Pará, e a estrada Villa Tunari - San Ignacio de Moxos, que liga Brasil e Bolívia, passando por dentro do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), nos departamentos bolivianos de Cochabamba e Beni.
A concentração ocorrerá a partir das 17h30, no hotel Taj Mahal, de onde os manifestantes caminharão até o Largo Mestre Chico, no centro de Manaus.
Ontem (16), outro ato público, com apresentações culturais, demarcou repúdio ao projeto de Belo Monte e solidariedade aos povos afetados por ele.
O Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta ocorre no Hotel Taj Mahal, Avenida Getúlio Vargas, 741 – Centro de Manaus.

16 agosto 2011

Vida e morte nos caminhos Guarani


Imagem: Adital

Fontes: Egon Dionísio Heck -
assessor do Conselho Indigenista 
Missionário (CIMI) e  ADITAL


Companheiros(as) de estrada..., de partida e de chegada!
Vários e importantes momentos estão previstos para esta semana. Em Brasília, se realiza, nesta segunda-feira (15/08/11), a primeira reunião da Comissão do Conselho Nacional de Justiça, que visa contribuir com a solução dos problemas da não demarcação das terras indígenas no Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande o Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade - Saberes Tradicionais e formação acadêmica, na Universidade Católica Dom Bosco, estará propiciando um amplo espaço de informação, intercambio e debate, com a presença de lideranças indígenas da região, de várias partes do Brasil e de outros países como Colômbia e Peru. E a grande expectativa com relação às áreas de retomada de Pyelito Kuê e Mbarakay, no município de Iguatemi. Haverá também a mobilização de mais de quinhentos Guarani-Kaiowá na Aty Guasu em Passo Piraju, município de Dourados, de 19 a 22 de agosto. O encerramento será em Dourados com mobilização pública, caminhada pelos direitos indígenas, pela vida e pela terra, contra a violência e impunidade.

Abraços
Egon


Foram mais de mil quilômetros andados pelas aldeias e acampamento Kaiowá-Guarani, na fronteira com o Paraguai. Ali a vida anda de vagar, e a morte espreita nas esquinas da estrada.
Em todos os lugares em que chegávamos entregávamos uns papeis muito singelos. Eram os convites para a Aty Guasu no Passo Piraju. Oportunidade ímpar para rever os amigos, sentir o pulsar forte do coração Kaiowá-Guarani em suas diversas circunstâncias. Momento de ouvir palavras sábias do Nhanderu Atanásio, de sentir a alegria do grupo do Ypo’i, para os quais levamos material escolar, pois estavam dando aula "apenas com papel sulfite” como nos confidenciou uma liderança. Para eles também entregamos exemplar da revista Mensageiro que traz na capa foto de duas crianças do Ypo’i. À equipe da revista queremos externar, em nome dos Kaiowá Guarani a gratidão por todo o apoio que deram, e dizer que valeu e muito, a divulgação da realidade desse povo através do vídeo Semente de Sonhos, que foi distribuído em vários países da América do Sul.
A lua nos guiou até Kurusu Ambá. Lá chegamos ao entardecer. A comunidade estava reunida, celebrando a importante vitória que conseguiram na Justiça Federal, 3ª. Região, em São Paulo. Por unanimidade os juízes entenderam que a comunidade poderia ficar no local em que estão desde novembro de 2009, quando retornaram a uma pequena mata, do seu tekohá Kurusu Ambá. Foi maravilhoso poder passar a noite marcada pelo ritual e depois o silêncio total, apenas rompido pelos ruídos de alguns animais e aves. A lua cheia à beira do riacho foi um espetáculo à parte. São esses raros momentos de oásis, na turbulência e violência em que se encontram a maioria das aldeias e acampamentos. Eliseu, liderança que representa a Aty Guasu e movimento Kaiowá-Guarani, na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB construiu, na aldeia, uma casa para receber os visitantes. Passamos aí uma noite maravilhosa. Andar nas trilhas da mata e sentir um pouco do bem viver que procuram aí construir, é um privilégio.
Em Nhanderu Marangatu nos informaram que continua a pressão e violência contra a comunidade e o meio ambiente. Loretito informou que continuam tirando postes da terra indígena, e ameaçando os membros da comunidade. Ele espera que essa situação se resolva o quanto antes. Para isso enviaram documento À comissão do Conselho Nacional de Justiça, que irá tratar especificamente sobre a questão das terras indígenas no Mato Grosso do Sul. A primeira reunião será no dia 15 deste mês, em Brasília. No documento pedem empenho e prioridade para a situação desta terra indígena "por ser emblemática em termos das terras indígena no MS e ao mesmo tempo ser dramática, pois ali vivem mais de mil pessoas em 127 hectares.”
Na Terra Indígena Amambai, participamos de um encontro do Movimento dos Professores Kaiowá-Guarani, que já são mais de 300. Há 17 anos o movimento vem tomando várias iniciativas, dentre as quais o encontro anual, que neste ano será no início de outubro na aldeia de Pirakuá. Discutiram sobre o Território Etnoeducanional do Cone Sul, que abrange as comunidades Kaiowá Guarani. Mas principalmente buscaram fazer uma autocrítica do movimento e traçar algumas estratégias com relação a vários problemas e retrocessos com relação à educação escolar indígena. Repudiaram as palavras discriminatórias e racistas do governador do estado com relação aos direitos, lutas e realidade do povo Kaiowá Guarani.


Destruição dos barracos de Pyelito Kuê e Mabarakaí


Ontem à noite o grupo da retomada, enquanto estavam mudando o acampamento para outro lugar dentro da mesma mata, na fazenda Santa Rita, chegaram capangas da fazenda e destruíram os barracos e levaram o que nelas restava, inclusive, a lona. A Fazenda é de propriedade da família do prefeito de Iguatemi José Roberto Filippe Arcoverde (Midiamax, 14-08-11). Há três dias a polícia federal esteve na sede da fazenda informando da presença dos índios, para que não houvesse violência. Porém os Kaiowá Guarani acampados, que foram vítimas de violência em momentos anteriores, temem que se possa repetir um ataque de pistoleiros. Por esta razão solicitam a presença da polícia federal na região para evitar semelhantes ações.
A um dos membros da Aty Guasu, que desde o inicio da retomada deu total apoio a seus parentes na luta pelo seu tekohá, externou sua confiança de que não haja violência que os órgãos responsáveis pela demarcação e garantia das terras indígenas resolvam a questão das terras indígenas Kaiowá Guarani o mais rápido possível.
Quando da nossa passagem na aldeia de Sassoró nos encontramos com Marcia, esposa de um dos líderes do acampamento. Ela expôs a Eliseu as apreensões e dificuldades do grupo. Além da tensão e temor de ataques, estão necessitando com urgência de alimentos.

Tudo muito estranho

No dia 12 de agosto Emilio Pedro, de 56 anos, do acampamento Guirá Kambi’y, município de Douradina, saiu para trabalhar um pouco no seu roçado. Na manhã do dia seguinte foi encontrado enforcado, próximo a um córrego. A comunidade ficou perplexa. Ele era um dos Nahnderu (lideres religiosos) que com muito entusiasmo e alegria recebia com reza ritual todos os visitantes. Recordo-se de seus gestos acolhedores quando há uma semana, estivemos com a comunidade entregando os convites para a Aty Guasu. Ele era um dos que iriam ao importante evento que estará se realizando na aldeia de Passo Piraju, município de Dourados, de 19 a 22 deste mês.
Um dos conselheiros da Aty Guasu esteve na comunidade, participando do velório e do sepultamento hoje, no dia dos pais. Apenas comentou "Tudo muito estranho”.
Emilio deixou seis filhos e a esposa Vilma Quevedo. Apesar da dor sentida pela comunidade, terão que superar esse sofrimento buscando novas energias para continuarem a vida na luta pela terra, no acampamento. Nós da equipe do Cimi nos solidarizamos com os familiares e a comunidade, na certeza de que a luta continua, e que a vitória da terra está próxima.

Povo Guarani Grande Povo
Dourados, 14 de agosto de 2011.

07 agosto 2011

Américas: Anistia Internacional apela à proteção dos povos indígenas


Capa do Relatório. Imagem extraída do Google



Fonte: Inforpress/Lusa
www.inforpress.publ.cv/index.php?option=come

Lisboa, 05 Ago (Inforpress) – A Amnistia Internacional alertou hoje os governos americanos que não podem pôr em causa os direitos dos povos indígenas por causa de projetos de desenvolvimento, um aleta que pretendeu antecipar o Dia Internacional dos povos Indígenas.
“As persistentes violações dos direitos humanos dos povos indígenas por toda a América são alarmantes”, afirmou, em comunicado, a diretora da Amnistia Internacional para as Américas, Susan Lee.
Para antecipar o Dia Internacional dos Povos Indígenas, que se assinala a 09 de agosto, a organização decidiu lançar um apelo aos governos do continente americano para que deixem de dar prioridade aos projetos de desenvolvimento, quando estes implicarem a violação dos direitos dos povos indígenas.
“Nas Américas, os povos indígenas são vistos como um obstáculo no caminho dos interesses comerciais. São ameaçados, perseguidos, vítimas de desalojamentos forçados e mortos, quando o objetivo é explorar os recursos naturais das áreas onde vivem”, criticou.
Susan Lee lamentou que vários países, nomeadamente Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Panamá e Peru, não tenham “consultado os povos indígenas antes de aprovarem leis que ameaçam os seus meios de subsistência” e “põem em causa” a sua liberdade.
“O desenvolvimento económico não pode depender do sacrifício dos direitos dos povos indígenas. Todos os países das Américas subscreveram a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas”, lembrou.



05 agosto 2011

Dia Internacional dos Povos Indígenas.


 Imagem extraída do Google
Parentes, amigos e guerreiros!

Dia 09 de Agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas.

Essa data diferentemente do dia 19 de Abril, foi uma conquista dos Povos Indígenas do mundo todo. É o dia em que há mais de vinte anos, chegou pela primeira vez, um Índio para reclamar seus direitos na sede da ONU na Suiça.

Vamos nós brasileiros lembrar que o Dia do Índio não pode ser uma concessão do Estado Brasileiro ou do branco, mas uma data onde possamos realmente refletir os mais de 500 anos de opressão e os novos desafios da modernidade, as crises ambientais, a pobreza que começa a cercar nossas aldeias e o futuro da nossa juventude que quer ir para a Universidade, quer Emprego, quer Celular, Computador, Futebol... etc...

A comemoração é porque somos os verdadeiros donos da Terra. Não vamos deixar que esse dia se reduza a inauguração de exposição ou uma saudação governamental...

No Brasil éramos donos de tudo, mas diante da miséria do homem branco aceitamos primeiros os portugueses, os africanos, os holandeses, os franceses e agora, árabes, judeus, asiáticos e outros povos que vivem com qualidade de vida e paz que não tinham em suas terras.

Nós Povos Indígenas somos fortes, mas temos que aprender a usar essa força para nossa autonomia economica (gestão territorial), afirmação da identidade cultural e respeito ao Grande Espírito e a Mãe Terra.

Vamos mostrar isso e compartilhar isso com o Brasil do sonho indígena onde o respeito é mútuo e a dignidade é de todos!

Marcos Terena
Coordenador Indigena - RIO+20

--
M.MARCOS TERENA


Nota: Tomo a liberdade de publicar, aqui, o texto a cima que  foi enviado por Marcos Terena a todos(as) integrataes  do grupo de Escritores indígenas e do qual também faço parte. 
Que Ñanderu nos acolha. Graça Graúna

03 agosto 2011

A importância de saberes ancestrais na conservação de bosques


Imagem extraída do Google

Reunião indígena destaca importância de saberes ancestrais na conservação de bosques

Camila Queiroz - Jornalista da ADITAL

Entre os dias 15 e 18 de agosto, a Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) realizará a I Reunião Regional Amazônica, na cidade de Manaus, capital do Amazonas, Brasil. Com o tema "Saberes ancestrais, povos e vida plena em harmonia com os bosques", o encontro celebra ainda a escolha de 2011, pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Ano Internacional dos Bosques.
Segundo convocatória da Coica, o evento tem como objetivo principal "estabelecer alianças estratégicas para a conservação e uso sustentável dos bosques desde os saberes ancestrais dos povos Indígenas Amazônicos” e promover troca de experiências sobre o tema. Para tanto, reunirá povos indígenas, governos, organismos internacionais e sociedade civil do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela, que participarão de atos públicos, painéis e mesas temáticas.
Entre os temas privilegiados na reunião estão crise climática; financiamentos de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+); aplicação do Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê consultas aos povos indígenas com relação a projetos que intervenham sócio-ambientalmente em seus territórios; autonomia, gestão e conservação dos territórios indígenas, bem como estratégias de comunicação e educação contra a crise climática, a partir da consolidação da Rede de Comunicadores Amazônicos.
Além disso, os povos indígenas se prepararão para eventos internacionais relacionados ao meio ambiente, como Rio+20 (Brasil, 2012); Conferência das Partes das Nações Unidas para o Clima (COP 17), que ocorrerá neste ano, na África do Sul; Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas (COP 11/CDB), a ser realizada em outubro de 2012; e o Congresso Mundial da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), marcado para setembro de 2012, na Coreia do Sul.
"Os povos indígenas (...) cremos que é necessário unir esforços na luta para salvar este espaço vital para a estabilidade do clima global mediante a conscientização nacional, regional e internacional, estabelecendo acordos e consensos que promovam a conservação e o desenvolvimento sustentável dos bosques”, enfatiza a Coica.
Durante o encontro, haverá três atos públicos. O primeiro será realizado no dia 15, a partir das 10 horas, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. No dia seguinte, os indígenas prestarão solidariedade às comunidades atingidas pelo projeto hidrelétrico de Belo Monte. A partir das 16 horas, haverá ato conjunto com o Movimento Xingu Vivo, cuja palavra de ordem "Não ao ‘belomonstro” será entoada por indígenas, artistas e intelectuais de diversas partes do mundo.
No dia 18, mais uma manifestação na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas marcará o fechamento da I Reunião Regional Amazônica. Logo depois, haverá entrevista coletiva para expor os resultados do encontro.
As inscrições para a reunião prosseguem até o próximo dia 10 e podem ser feitas no site da Coica: http://www.coica.org.ec/.

Fonte:
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&langref=PT&cod=58860