Gosto de livros, desde que me entendo de gente. Lembro do primeiro livro que eu li. Eu estava com treze aninhos de idade, quando li de um só fôlego “O diário de Anne Frank”; mas hoje me dou ao direito de não falar de leituras pesadas. Todavia, para espantar as muitas tristezas que me acompanham, tomo a liberdade de estampar no meu blog um cartão natalino que circula no espaço virtual desde 2009; trata-se de uma árvore de livro - uma criação de Kristen do Mediatinker.
O tema dessa árvore vai ao encontro dos meus desejos, dos meus sonhos, embora nem sempre eu consiga realizá-los. Nesta última semana de 2010, tudo que me fica é ainda o direito de sonhar a magia de um Natal – como a gente vê nos filmes: gente bonita circulando pelas ruas; os amigos verdadeiros trocando presentes; os pais encontrando os filhos; os parentes menos aflitos; as mães amamentando seus filhos; o frio da noite diluído pelos raios de sol, ainda que a fome aperte o estômago dos desamparados sob o viaduto.
Apesar das tristezas sinto a magia das luzes piscando nas grandes avenidas ou nas palafitas que circulam os mangues de Recife e de outras partes mais pobres do Brasil; sinto a magia das luzes piscando entre as árvores que alimentam o imaginário em torno da existência de um bom velhinho; a magia dos bonecos de neve inexistente, mas isso não tem a mínima importância. Magia é magia e adquire várias maneiras de se revelar: seja uma árvore de natal elaborada pela fantasia ou o encanto das árvores que nos acolhem no dia a dia em nossas casas, em nossa escolas, em nossas aldeias...
Creio que seja também magia a estranha força que muitas vezes nos sacode e nos reanima para tocar a árvore da vida e alimentar nossos sonhos de paz mesmo que cercados por conflitos e violência.
Coincidentemente, nessa árvore aparecem doze livros sobrepostos a sugerir, talvez, uma boa leitura para cada mes do ano. Que assim seja. Então, com esta árvore de livro, faço votos de um Feliz 2011 para todos(as)com a alegria do Curumim-Jesus, o nosso Deus-menino.
Paz e bem,
Graça Graúna
Nordeste do Brasil, 26 de dezembro de 2010.
Recebi da minha filha Agnes, por e-mail, essa árvore de livros. Ela disse na mensagem que essa árvore tem muito a ver comigo. Agnes, obrigada pela boa lembrança que tem de mim. Bjos e bençãos, Mainha.
ResponderExcluirNão tem como pensar em livros e não lembrar de você. Como já disse, quando morava contigo, o único lugar em que não havia livros era o banheiro :) Achava, e ainda acho, isso incrível!
ResponderExcluirQue o teu Natal seja sempre essa magia distribuída nos teus poemas e nos inúmeros livros lidos e ainda por ler. Feliz Página Nova pra você, Graça!
ResponderExcluirbjs
Betha
Olá Graça, estou conhecendo seu blog hoje, adorei a árvore de livros, a leitura nos faz melhores e nos protege da trivialidade.
ResponderExcluirBeijos
Betha, minha amiga querida: que seja também muito feliz o seu 2011. Grata, mais uma vez, por sua calorosa visita e leitura deste blog. Bjos de luz, Grauna
ResponderExcluirUm Natal de livros. Uma vida de livros. Livros que alimentam a alma e colocam o pão na mesa - e a manteiga também. Livros que nos abrigam da velocidade do mundo, que nos vestem , e que também nos despem.
ResponderExcluirSaramago, em seus "cadernos", nos alerta sobre o "espírito quase autista de consumidores obcecados pela posse de coisas". E que "o Natal é uma ocasião estupenda para comprovar isso." ( http://caderno.josesaramago.org/2010/12/24/uma-ocasiao-estupenda/ )
Os livros, acredito, nos libertam dessa obsessão pela posse das coisas, enquanto alimentam nossa alma, nossas vidas.
Mãe,te amo muito. Feliz Natal. Obrigado pelo mundo de livros no qual você me fez crescer - e no qual tenho o prazer de continuar mergulhado.
saudades do teu curumim, pai de teus curumins-netos
Fabiano
Biano, meu filho: nunca é demais repetir que eu também te amo bastante. A prova que Ñanderu/deus me ama é que ele me deu de presente um filho maravilhoso e duas filhas encantadoras. Meu presente de Natal é para oresto da vida; é assim que eu entendo o presente que Deus me deu. Fico muito feliz com o seu comentario a meu respeito e agradeço a Deus/Ñanderu por tudo de bom que a vida tem me dado.Obrigada pelo carinho meu querido curumin. Bjos de luz, Mainha
ResponderExcluirOlá, Néia: a sua presença é um bom sinal da magia dos livros. Seja sempre bem-vinda e grata, muita grata pela atenção, pelo carinho. Que o seu 2011 seja de inesquecíveis leituras. Bjos. Grauna
ResponderExcluirQuerida amiga,
ResponderExcluirum 2011 cheinho de livros e de sonhos para você.
bjs
Querida Sonia: vespera de Ano Novo traz muita ansiedade e a perspectiva de muitos diálogos pela vida. Felicidades pra você também.
ResponderExcluirGrão, presença de ameríndia em nós, desde que cê viajou pra Sampa que meu pyá (coração) entrou em alvoroço. Tuas asas são fortes e ao voraem - garantem a força de tuas raizes (Biano é uma das tantas raizes). Aonde você for estaremos contigo por causa da força da palavra, do teu gesto, do teu compromisso, dos teus livros e dos que você lê e nos ensina através deles e àqueles que tens nos tem doado... Atavés de tudo isso - o Universo Conspira. Mavursinim, Ñanderu, Iprere - ou Omamanì do nosso querido xamã Davi Kopenawa - nos dá a seiva para permanecermos felizes em meio às manobras do "povo das mercadorias".
ResponderExcluirViva a magia, a música fina que sopra os nossos ouvidos. Ouçamos os nossos anciãos, crianças e jovens: o melhor está por perto!
Continue a se aconchegar ao Nosso Pai Verdadeiro (Ñanderu Eté) e, tudo o mais virá! Já!
Felizes sejam as colheitas do novo ano!
Do teu irmão, Ademario Ribeiro
Ademario, meu querido irmão de esperança: bendita seja a tua chegança nestas últimas horas de 2010. Neste momento respiro a energia que emana do seu espirito. Você é luz.
ResponderExcluirmeu lindo, deste velho ano tudo que me fica é a certeza de que a nossa identidade de filhos da terra nos une e nos aproximará sempre, ainda que estejamos a quilômetros e quilômetros de distância. Mas essa distância não quer dizer nada porque meu coração bate forte quando você meu mano está por perto. Sabes que eu ainda sinto a tua doce presença naquele barzinho chamado União, lá em garanhuns onde te abracei pela vez primeira? Desse aquele dia a tua poesia ficou em mim.
Por tudo de bom que você me dá eu só tenho a agradecer. Grata, mano; grata por você existir e por permitir que a nossa amizade floresça. Na verdade, nossa vontade de ser o que somos vem de Ñanderu. Grata meu amigo irmão de luta, grata pela atenção, pelo carinho; pelas boas palavras que vitaminam meu ser. Fique certo que a sua amizade é uma das coisas mais lindas que a vida me deu. Tenho conversado com meus filhos a seu respeito; também dou noticias de Yã e Natalina pra eles. Minha filha caçula, Agnes, vez em quando acompanha as mensagens que você envia para mim e acha tudo muito forte e bonito o que vem de você.
Meu amigo-irmão, muito grata - mais uma vez - pelo carinho. Saiba que estarei sempre por perto quando precisar. Que Ñanderueté - nosso pai verdadeiro - nos acolha com os seu manto de luz.
Feliz 2011.
Graça Graúna Grão