O oficineiro Ademario.
Uns índios pera aí,
Outros pequeninos nordestinos,
Outros tantos com destinos-norte na Calha da Morte
Pelas beiras, beradêros, caatingas,
Ribeiras, brenhas, babaçuais,
Manhas, manhãs e margens...
Uns grandes como os xinguanos,
Outros xingando e de bordunas no ar!
Outros tantos como Eliane Potigura e Graça Graúna,
Mais outros como Daniel Munduruku e Marcos Terena...
Uns como Babau Tupinambá e Juvenal Payayá,
Outros como Raoni e Sapain,
Tantos outros como Tuira Kayapó e Maninha Xukuru
Todos e todas índios e índias
Diante das lentes, códigos
Lupas, gráficos e DNAs manobrando,
Girando, prospectando e decidindo
O que somos - o que querem
Que sejamos...
Uns e outros tantos índios e índias
vão descendo – subindo - margeando
Rios, pontes, viadutos, estrelas
Ciências, velocidades, aquisições cognoscentes
Violências, tecnologias, redes
Estupros, inundações, vilanias
Transposições, viadutos, teses...
Todos e todas transmutando os Peris e Iracemas
Em todas as dimensões:
Sólido, gás, líquido, átomos, palavras,
Alma, cor, gesto, cheiro
Sombra, luz...
(e serem e são: magníficos!)
Da ação, sim, da permanência, sim,
Do não estar oculto, sim,
Mas nas trincheiras, nas arapukas,
Nos rituais... eles e elas
Proscritos "Wirás", obstinados "Wirás"
Pelas beiras, beradêros, bugreiros,
Caribocas, caboclos,
Manhas, manhãs e margens...
Eles estão e estarão por aí
E por aqui!
Abá am iõ te!
“Índio vai continuar de pé!”
(Ademario Ribeiro)
Nota: foto e poema disponíveis em: PensamentAções e suas Fronteiras. Fronteira Indígena - Índios & Índios: uma pluralidade . Simões Filho/BA, quarta-feira, 2 de junho de 2010
Mano Ademario: antes de ontem, dia 1 de junho, acendi mais umas velinhas pra não esquecer que tô ficando mais "veinha"...rs...rs... e feliz, pois ao abrir os e-mais tinha uma mensagem do Terena repassando o seu belo poema "Uns índios" pra lista de Literatura Indígena. Grata surpresa me ver por lá, digo, estar presente mais uma vez em Pensamentações e Fronteiras. Que presente maravilhoso! Não mereço. Gostei tanto do presente que resolvi publicá-lo em meu pequeno blog e como se não bastasse ilustrei o poema com uma foto sua (você de oficineiro)que extrai de Pensamentações. Meu querido mano, você vêlonge, desbrava caminhos. Que Ñanderu multiplique teus saberes. Grata por tudo. Paz e bem, Grauninha
ResponderExcluirParabéns ao Ademario, desbravador de caminhos. O poema é um grito de alerta: os índios vão continuar de pé.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Meu querido Mestre Brandão:v as suas palavras em torno do poema de Ademario dão conta de que devemos trilhar pelo caminho da esperança. Grata pela leitura. Paz em Ñanderu.
ResponderExcluirEvoé, Gracinha!
ResponderExcluirVocê, eu sei, sinto e me transmuto nos elementos da Mãe Natureza para afirmar que você é que nos ensina as sendas, os segredos, os caminhos. Contigo eu tomo chá de losna, escarifico minhálma só para estar perto do teu abraço. Leva sim, Uns Índios para os Encontro dos Escritores Indígenas e os abrace por nós de cá! Minha gratidão pelo teu acolhimento de sempre. É uma honra estar aoteu lado!
Evoé Brandão! Poeta de grande expansão de visão e gemeroso amigo!
Grato por tua leitura e palavra de pouso a este humilde tentador de vate!
Paz em Ñanderu Eté!!!
Ademário disse:
ResponderExcluirQueridíssima irmã, guerreira, amorosa amiga GG, salve!
Salve o dia 1º de junho!!! Viva esta cria de Ñanderu Eté! Viva o ventre belo que te pariu!!! Viva o fôlego hermano que te alenta a ser um pássaro entre nós - distribuindo tuas asas de calor e abrigo!!
Te abraço com terno carinho, o beijo de Yã, Nata e eu, teu fã!!!